Quase
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Ainda não é Domingo, mas é quase. E no quase está a essência
de muito ou mesmo quase tudo (la está o quase…) o que tenho na vida. Quem sabe
eu deveria esperar para amanhã para colocar a Etta James no meu empobrecido
blog mas se há coisa que tem acompanhado os quases da minha vida são o
voluntarismo e a ânsia que me acometem e não me deixam aguardar pelos momentos exactos e,
quiçá, apropriados, para fazer seja o que for.
E porque esta noite pus o sono um dia (muito estranhamente,
acordei às sete, após o que voltei a adormecer até agora) e no período extra do
sono sonhei um sonho estranho, um sonho de quases. Quases que me recordaram
momentos de morte próxima, de amores frustres, quase riquezas, quase
conseguimentos plenos, um sonho quase realidade que me fez desfilar em galeria
de recordações, com impressionante nitidez e realismo, tantos quases da minha
vida e agora que, após uma meia dúzia de anos, pareço ter atingido uma situação
de plenos sentimentos e realização * mas, lá está, e um quase conseguimento, por
força de razões exógenas à minha vontade, percebo que a vida é quase fácil,
quase boa, quase bonita e só não é quase na justa medida em que merece ser
vivida. Pelo menos por aqueles que, como eu, quase conseguem tudo, em plenitude,
no que se metem.
Depois de um período de viagens de dezasseis dias de muita
(boa) turbulência, correrias, percebi que o corpo é que manda e que me aconteceu
uma coisa quase impensável. Dormir até às onze da manhã. Mas lá está, sou um
homem de quases. Um dia atinjo o pleno. Pelo menos aquele que todos nós, sem
excepção, mais tarde ou mais cedo atingimos.
*
*
Etiquetas: coisas boas, quase, Sunday kind of love
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