Para desenjoar...
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O meu «southing» desta vez incluiu Maputo, uma das mais
belas cidades africanas, para quem não sabe.
Amigos de sempre, levaram-me a uma pescaria, recordando-me
anos de cumplicidade com o Índico. E revi o perfil da cidade à medida que nos
afastávamos do Clube Naval, o ruído familiar de dois Yamaha de 115 HP cada, o rasto
à popa, o sol batendo de frente pouco depois de ter nascido… e a passagem por
«spots» familiares como a Bóia 3, o Cockburn, a Xefina Grande, a foz do Incomáti, a Macaneta… o Catfield, o 3M e, de repente, o mar vasto, aquele em
que giramos os olhos por 360 graus e não divisamos um palmo de terra. Mesmo
assim, a atmosfera familiar manteve-se, à medida que apareciam as gaivotas, os
albatrozes, indicando peixe nas redondezas e, acreditem ou não, o cheiro misto
do barco, do combustível, do sol, da espuma, do sal e da maresia. Coisas que só
mesmo quem tenha tido a ventura de ir pelo mar dentro, como fomos desta vez cerca
de vinte e duas milhas náuticas (mais de quarenta quilómetros). Duas horas
depois tínhamos quatro rapalas e uma pena na água e pouco demorou até um «serra»
(King mackerel no Índico, Spanish mackerel no Atlântico, basicamente um tunídeo,
ou uma cavala enorme, conhecidos pela luta que dão e pela excelência da sua
carne) dar um formidável esticão na minha cana e pôr o molinete a «cantar». Foi
um momento mágico que já alguns anos não me acontecia. E apesar de não ser dos
maiores (ver a foto) era razoável para a época do ano, com águas mais frias.
Tirámos mais três serras, um xaréu e um «yellow fin» (atum).
O meu serra, para pirraça aos demais, foi o campeão do tamanho, mas que não
fosse, nada me retirava já a fruição do prazer de ter ido à pesca, de me sentir
no mar sem ver terra, da cavaqueira óptima com amigos de sempre.
O regresso foi mágico. Sol a pôr-se, mar chão e as
facilidades tropicais a proverem um marinheiro dedicado para nos retirar o
barco da água à chegada, com a respectiva carreta.
E agora… sem serras, nem Índico, pouco
mais fica para registar que o regresso ao patatipatatá daqueles que sabem imenso sobre a
Grécia, a história da Grécia a cultura da Grécia, a democracia da Grécia e a marca do cachecol do Varoufaknão
não sei das quantas. E sobre as malfeitorias dos alemães e da extrema direita finlandesa. E a Catarina Martins. A Constança. O Marques Lopes (o
Marques Lopes, meu Deus…). A arquitecta Roseta da CML que quer acumular com
deputada. A sexy e inteligente Mortágua. O Daniel…o Louçã, o Jerónimo, o Arménio,
o Pedro Adão e Silva, o Nóvoa… a Lourenço, o A. Costa continuando a meter os pés pelas mãos
e tudo o mais que me vai avivar a saudade precoce de uma pescaria na Bóia 2
Norte, ao largo da costa moçambicana.
Clicar nas fotos para ver o peixe... maior!
Clicar nas fotos para ver o peixe... maior!
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Etiquetas: coisas boas, coisas bonitas, Moçambique
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