quinta-feira, julho 23, 2015

Para desenjoar...



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O meu «southing» desta vez incluiu Maputo, uma das mais belas cidades africanas, para quem não sabe.

Amigos de sempre, levaram-me a uma pescaria, recordando-me anos de cumplicidade com o Índico. E revi o perfil da cidade à medida que nos afastávamos do Clube Naval, o ruído familiar de dois Yamaha de 115 HP cada, o rasto à popa, o sol batendo de frente pouco depois de ter nascido… e a passagem por «spots» familiares como a Bóia 3, o Cockburn, a Xefina Grande, a foz do Incomáti, a Macaneta… o Catfield, o 3M e, de repente, o mar vasto, aquele em que giramos os olhos por 360 graus e não divisamos um palmo de terra. Mesmo assim, a atmosfera familiar manteve-se, à medida que apareciam as gaivotas, os albatrozes, indicando peixe nas redondezas e, acreditem ou não, o cheiro misto do barco, do combustível, do sol, da espuma, do sal e da maresia. Coisas que só mesmo quem tenha tido a ventura de ir pelo mar dentro, como fomos desta vez cerca de vinte e duas milhas náuticas (mais de quarenta quilómetros). Duas horas depois tínhamos quatro rapalas e uma pena na água e pouco demorou até um «serra» (King mackerel no Índico, Spanish mackerel no Atlântico, basicamente um tunídeo, ou uma cavala enorme, conhecidos pela luta que dão e pela excelência da sua carne) dar um formidável esticão na minha cana e pôr o molinete a «cantar». Foi um momento mágico que já alguns anos não me acontecia. E apesar de não ser dos maiores (ver a foto) era razoável para a época do ano, com águas mais frias.



Tirámos mais três serras, um xaréu e um «yellow fin» (atum). O meu serra, para pirraça aos demais, foi o campeão do tamanho, mas que não fosse, nada me retirava já a fruição do prazer de ter ido à pesca, de me sentir no mar sem ver terra, da cavaqueira óptima com amigos de sempre.

O regresso foi mágico. Sol a pôr-se, mar chão e as facilidades tropicais a proverem um marinheiro dedicado para nos retirar o barco da água à chegada, com a respectiva carreta.


E agora… sem serras, nem Índico, pouco mais fica para registar que o regresso ao patatipatatá daqueles que sabem imenso sobre a Grécia, a história da Grécia a cultura da Grécia, a democracia da Grécia e a marca do cachecol do Varoufaknão não sei das quantas. E sobre as malfeitorias dos alemães e da extrema direita finlandesa. E a Catarina Martins. A Constança. O Marques Lopes (o Marques Lopes, meu Deus…). A arquitecta Roseta da CML que quer acumular com deputada. A sexy e inteligente Mortágua. O Daniel…o Louçã, o Jerónimo, o Arménio, o Pedro Adão e Silva, o Nóvoa… a Lourenço, o A. Costa continuando a meter os pés pelas mãos e tudo o mais que me vai avivar a saudade precoce de uma pescaria na Bóia 2 Norte, ao largo da costa moçambicana.

Clicar nas fotos para ver o peixe... maior!


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