quinta-feira, agosto 31, 2017

Saudade de gente séria



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Aníbal Cavaco Silva pode ser feioso, comer bolo-rei com a boca aberta e meio chato na fonética. Mas tem a grande virtude de ser honesto, ter um elevado sentido de Estado  e não precisar de se socorrer de ideologias frustes para dizer o que tem a dizer, em regime factual que só os imbecis ou os mal intencionados poderão rejeitar.

É mais ou menos por isso que se verifica o aparecimento dos porta-vozes do costume ou a habitual verrina das redes sociais que o melhor que arranjaram para criticar Cavaco foi o silogismo do uso do verbo piar, durante a sua intervenção na Universidade de Verão em Portalegre. Em todo o caso uma retórica bem distante e isenta das javardices em uso e abuso de grande parte dos socialistas, desde o vernáculo de Sócrates e Ferro Rodrigues ao marialvismo de Jorge Coelho, Guterres, João Soares e outros que partem as fuças a toda gente oferecem murros e bofetadas ou à pesporrência do falecido Soares, uma espécie de rei sem coroa que ralhava com polícias e produzia alarvidades pouco consentâneas com a sua condição de figura institucional.

É isso. Cavaco falou e disse umas quantas verdades. E a “esquerdofilia” (perdoe-se-me o palavrão) que sossegue e se contenha de dizer disparates. Mesmo comendo bolo-rei de boca fechada. Porque o que Cavaco disse é factual, não é ideológico. E pôs o dedo na ferida. Aliás, em várias feridas. Que nem a loquacidade e o destempero de Marcelo escaparam.

Tenho saudade de gente séria.


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quarta-feira, agosto 30, 2017

Uma imagem de marca



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Este trio é objectivamente responsável por uma grande parte e gravidade das tremendas dificuldades que estamos a atravessar.

Lamentavelmente, uma dose de intenso jacobinismo e, com frequência, pura imbecilidade, deu cobertura à nefanda actividade destas criaturas. O resultado está aí, à vista de quem quer que seja e tudo indica que “isto”, de uma maneira ou outra, vai acabar mal. Ou continuamos com a actual trampolinice em uso nesta repartição e acabaremos vergonhosamente excluídos do concerto europeu, tornando-nos uma espécie de Venezuela com o socratismo em plena forma, mesmo que pautado por um fulano que o próprio Sócrates acha que é um merdas ciumento e sem tomates, ou isto vira e caímos de novo na salgalhada, desordem e violência que caracterizaram o tempo do anterior governo, quando uma simples deslocação de um membro do governo, fosse onde fosse, era insultado e, deixando, agredido.

Não auguro nada de bom. Nem ficando como estamos, nem mudando. Duma maneira ou outra virá ao de cima a nossa cantada característica de não sabermos governar nem sermos governados. O que resultará deste pressuposto não sei. Mas sei que o trio da imagem contribuiu vergonhosamente para tudo o que se está a passar. E para condimentar a coisa, Costa tratou de dar o poder e a influência a provar a esse fenómeno estranho, com sanha destruidora (porque é isso mesmo que consta na cartilha que estudaram) a que chamam esquerda. E foi Costa que os levou para lá.

Até lá, vou sentindo vergonha de tudo isto.




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domingo, agosto 27, 2017

E a criatura não enrouquece…



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Não há uma particular dissemelhança entre os guinchos de um varrasco a ser arrastado para a matança e a inflamação oratória de António Costa. O homem acha que ó comício é um palco adequado para berrar, agora que é primeiro-ministro, o que gostaria de ter berrado quando era mais jovem.

Costa adopta uma postura (odeio este termo, mas não me ocorre outro…) beligerante, tonitruante e que ele, provavelmente, associa ao carisma que o 44 diz que ele não tem, mas quer ter, ou ao vigor com que ele considera ser a forma adequada de se dirigir às massas. Acresce que um primeiro-ministro deveria ser uma personagem vigorosa, pois então, mas com a elegância e a virtude de quem consegue dizer coisas importantes sem desatar aos berros como o tal varrasco que pressente ir à faca longa e aguçada da matança

Há ainda a questão da educação. Costa não tem o direito de entrar aos berros na casa de quem quer que seja, ao ponto de nos obrigar a reduzir substancialmente o volume do som do televisor. Um primeiro-ministro é suposto ter um módico de educação e maneiras para não fazer a figura que faz.

Para terminar, escusava de mentir e de ser trampolineiro, dizendo coisas claramente falsas e encavalitando outras, no seu peculiar português em que deglute mais palavras do que expele, para não falar na troca de sílabas e não correspondência de género. Uma desgraça.

Isto poderia vir a propósito de muitas coisas (o homem berra todos os dias…). Mas foi só porque a criatura me tirou do sério pela forma grotesca e desabrida como se referiu a Assunção Cristas e como mentiu, dizendo que Passos Coelho acusava os bombeiros de baixa qualidade. Isto passa-se no Comício de Verão do PS, mas se fosse na Assembleia era a mesma coisa. Ou pior. Um ou dois dias depois de se permitir pensar em consensos com o PSD.

Costa é uma criatura insuportável. E pouco digna do lugar que ocupa.


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sexta-feira, agosto 25, 2017

Umas barbies imbecis a armar confusão



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Casualmente, entrei há dias, com uma filha, numa loja da poderosa cadeia internacional “Body Shop”.

Regressado à intriga “facebookiana”, de que andei retirado durante uns dias, reparo na inquietação de uma considerável parte da população portuguesa com uns livrinhos de crianças objectivamente dirigidos para meninos e para meninas e que acabou por ser retirado de circulação, por fascizante censura da geringonça. Como vivemos num país saudavelmente isento de grandes problemas (e mesmo que não vivêssemos…) vai de nos lembramos que meninos e meninas, é tudo igual e fazermos livrinhos discricionários é reaccionário, fascista e retrógrado, para o tempo novo que despontou por aí.

Eu tive um filho e duas filhas. Amo-os a todos (todos? Ele e elas?) mas lembro-me bem de que uma e outros tiveram, naturalmente, comportamentos diferenciados, à medida da sua própria diferenciação. Era o tempo em que não existia ainda, como agora, uma caterva de idiotas. Provavelmente com complicados problemas existenciais, ou, simplesmente, imbecis, que provam o “poder” e desatam a fazer asneiras, manipulando as pessoas e sentindo-se “nomeados” (não sei bem por quem) para zelar por nós, no sentido de criarmos uma espécie de género, sem género nenhum.

Há, claramente, uma escumalha (repito e sublinho, escumalha) em exercício que se apostou em desmontar princípios existenciais imutáveis, quer queiram quer não. Frequentemente os mesmos que, por exemplo, execram e punem a homossexualidade. Como os comunistas, por exemplo. Espero bem que não confundam estas minhas modestas linhas com um exercício de vulgar homofobia, coisa de que, absolutamente, não padeço.

Volto à Body Shop. Penso no que sentirá ou sentiria uma mulher que entre naquela loja e a quem tenham instilado um especial conceito de indiferenciação de género.

Vivemos no seio de um grupelho de imbecis. Repescados e acolitados por uma espécie de primeiro-ministro que não pára de contribuir para a nossa desgraça. E nem é necessário que o “diabo” do PPC venha aí. Porque ele, o alegado primeiro-ministro, já é o próprio diabo. E funciona na perfeição para que todos estejamos muito em breve submetidos ao mafarrico.


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quinta-feira, agosto 24, 2017

Finlândia – 17 a 21 de Agosto. Notas avulso



Um cartaz em que fingimos estar a perceber o que há para o almoço... e acabamos a comer spaguetti bolognese. Porque será?

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Verão – Entre 22 e 25 graus. Todos os dias
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País – Bonito, mesmo não tendo vislumbrado uma montanha, um morro… um simples aterro. Tudo certo, calculado e vivido ao milímetro, a pé, de bicicleta ou de carro. Cada qual com a sua estrita faixa de circulação

Gente – Muito educada, muito cooperante mas claramente desconhecedora de certas idiossincrasias de outros povos, como os latinos, por exemplo. Não acham graça a uma graça, mesmo dita por gente que acha que tem graça e tenta dizer uma graça. Uma desgraça. Não se visitam. Como os prédios não tem campainha nem intercomunicadores, todas as visitas se consumam por actos anunciados com um telefonema ou mensagem. Exemplos opostos:

- Alugo um carro na Avis e quando percebo que a minha filha não me pode ir buscar ao aeroporto, pergunto à menina da Avis que talvez eu precisasse de alugar um carro mais apetrechado (era um Skoda não sei quê) porque não conhecia a cidade, precisava de um GPS. E ela diz, de imediato. No need for that sir… arranjo-lhe um GPS extra. E em dois minutos aparece com um GPS, pergunta em que língua quero, incluindo o português, explica-me a geringonça (é…o sorridente Costa até a falar de GPS me faz lembrar dele, mesmo sem querer) e quando lhe pergunto quanto era o extra, ela diz-me, com um sorriso perfeito que não havia extra, era complimentary

- No lado oposto, vou a um restaurante, eu, uma filha e uma neta para almoçarmos buffet. No pagamento antecipado, a senhora do caixa pergunta à minha neta que idade ela tinha: - Onze, diz ela. Ok, então pagas half price, e deu-lhe uma senha de €8,50. Depois virou-se para mim e perguntou que idade eu tinha. E eu, como vou mantendo a mania que aqui e ali tenho graça, respondi; - Eu não, já não tenho onze, que idade me dá? E devo ter feito um sorriso idiota. A senhora não se ri e responde-me, sem hostilidade, mas com cara de quem está “doing her job”: - Sir, eu não estou aqui para fazer adivinhação da idade das pessoas, apenas lhe perguntei a idade…aí eu percebi que esta gente tem uma noção do humor algo desencontrada da nossa… e enquanto eu fazia contas de cabeça ela pergunta-me, condescendente: - Tem mais de 65? Yes, I am, disse eu, com o ar mais sério que pude arranjar. E ela dá-me uma senha de €8,50. Uma coisa que me fez pensar que ou estou a regredir para uma fase de senilidade infantil, ou estou mesmo velho ou, realmente, não tenho qualquer espécie de graça.

Custo de vida – Como a maioria das pessoas, fui preparado para gastar um saco de dinheiro e esgotar os cartões de crédito, dada a tradicional ideia de que a vida lá é caríssima. Mas eis que dou com gasolina mais barata dois cêntimos, contas de luz entre 15 a 20 euros mensais, e refeições frugais entre 13 e 15 euros. De muitas defesas para os consumidores. Inúmeras lojas de roupa, por exemplo, de artigos com defeito, permitem comprar botas a 5 euros ou peças de vestuário a dois e três euros. Quem quiser Louis Vuitton e correlativos vai ao centro e visitas muitas dezenas de lojas de marca e paga fortunas. Caminhando nos passeios  aquecidos (juro) para a neve não se acumular no Inverno.

Romance – Perguntei a uma amiga da minha filha, uma moça de 37 anos bonita, portuguesa e divorciada, com duas crianças, como era possível uma mulher bonita e jovem como ela viver sozinha. E ela responde-me que na Finlândia era complicado (!!!!!). Porque os homens lá, não dão um passo, não fazem um avanço, não tomam uma iniciativa em direcção a uma mulher. Não por machismo… mas por questão de mentalidade e uma matriz cultural que classifica o avanço do homem em relação a uma mulher como um acto, digamos, grosseiro. Daí que qualquer avanço ou sinal deva pertencer às mulheres, ao que o homem, após receber o sinal de que uma mulher está interessada, faz então a sua aproximação. E pode então explanar as suas potencialidades de macho porque obteve como que uma espécie de salvo-conduto de que não estaria a ser inoportuno. Esquisito, não? Mas é assim. Acho que os pinguins têm um comportamento semelhante… mas os pinguins pertencem ao Sul. Sei lá… qualquer gene arrastado pelas marés poderá ter determinado o sistema.

No que se refere à minha baralhada pessoa, ao fim de cinco dias vim-me embora. Nenhuma mulher avançou fosse o que fosse comigo, se armou em pinguim. É a constatação sinistra de que estou a tornar-me dolorosamente desinteressante… vim, compreensivelmente, embora. Com a estima em baixo, acabrunhado e a embirrar com os pinguins.


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domingo, agosto 13, 2017

Heeeeeelp



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No conforto da sala, fresquinha e ouvindo música baixinho, o remorso ataca, quando pensamos nas centenas (milhares?) de pessoas afectadas pela autêntica tragédia que assola Portugal. E vamos omitir as muitas dezenas de mortos, por respeito por eles próprios.

Dizer que, em matéria de incêndios, acho que este ano será o pior de sempre dá lugar a que me caiam em cima a dizer que estou a fazer aproveitamento político. Mas os factos estão aí. 33% de toda a área ardida em toda a Europa é portuguesa - nossa, o que é coisa que faz pensar. Enumerar as causas é já repetitivo, bem assim como o registo de outros acontecimentos que já são história, como Tancos e a triste figura de um general gorducho que veio palrar umas inanidades à Televisão.

E a Geringonça prossegue o seu trilho comunicacional e até para o pedido de auxílio à União Europeia tinha de incluir um parágrafo em que a patética ministra que nos saiu na rifa frisou que vários países já beneficiaram deste auxílio como a França, a Turquia e a Albânia, o que só prova como estamos bem acompanhados. Isto enquanto o rubicundo Costa deve andar ocupado a planear a defesa das cheias do Mondego que estão aqui, estão aí.

Um cineasta razoavelmente apetrechado poderia fazer um filme interessante destes episódios. Mas não dá… senão quem é que fazia mais filmes sobre os capitães de Abril e se ocupava dos destinos da TAP?


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Polvo seco - pitéu algarvio



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A memória é uma faculdade que nos foi concedida e que, por vezes, tratamos mal. Mas ela é caprichosa, faz questão de marcar presença, e esta noite sonhei que estava na feira de Lagoa, a comer polvo seco e a bebericar moscatel de Setúbal.

Acordei intrigado, porque polvo seco é uma daquelas coisas de que passam anos sem que me lembre do infeliz, como se ele não existisse, até. E, todavia, é um pitéu tradicional português, de tempos imemoriais e aparentemente associado ao aproveitamento dos excessos de pescado.

A verdade é que o tempo passa e de duas, uma: ou faz tempo que não vagueio em caminhadas por feiras algarvias e me deliciava com o petisco, ou começo a estar demasiadamente amestrado às modernices que nos vão gradualmente minando, como o “sushi” e outros. Tenho a certeza que já há gerações de jovens que não só nunca comeram polvo seco como não sabem, sequer, que ele existe. Um exemplo vivo desta colonização dos tempos modernos, reunido com um grupo de jovens amigos de uma filha, uma jovem, excitada, me perguntou se eu gostava de “tempura”, um pitéu japonês que agora estava na moda. Eu, com a bonomia devida aos “vinte e poucos”, disse que sim. No fim, não resisti e disse-lhe que a “tempura” era o nosso vulgar “peixinho da horta" e que foram os portugueses que o haviam exportado para o Japão. Dois dias depois, a moça ligou-me e disse que tinha “googlado” o “tempura” e que eu tinha razão.

Voltando ao polvo seco, parece que também há “tempura” de polvo. Haja ou não haja, achei divertido ter sonhado com o polvo seco. Para quem acredite no significado dos sonhos, de duas, uma. Ou é uma mensagem a dizer-me que devo ir ao Algarve, o que manifestamente repudio em Agosto, ou qualquer outra coisa de transcendência indefinida e que dá uma trabalheira para lhe aplicar uma simbologia mais ou menos etérea. Desisti da mensagem e prometo comer polvo ao almoço. Não será seco… talvez à lagareiro. Não engorda muito e tem o toque mediterrânico do azeite às toneladas que parece que faz muito bem e contribui para que os portugueses se ufanem de que temos uma dieta fantástica, desde os tempos em que dávamos às criancinhas “sopas de cavalo cansado” ao pequeno-almoço.

Por fim, percorre-me uma grata sensação de frescura e conforto por ter feito um modesto post sem falar de um primeiro-ministro que todos os dias me dá vontade que o “tempure” (olha, falei, mas saiu-me, juro…).



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sábado, agosto 12, 2017

Conversa de xaxa, p’ra boi dormir



Costa mandou a ministra assegurar o combate aos fogos enquanto ele vai para Montemor-o-Velho acalmar a população sobre as cheias no Inverno, que já não vão ser cheias porque ele... pois

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Quando um país reúne condições legais para ter um fulano deste calibre como primeiro-ministro, mesmo tendo sido preterido pelo voto popular, é legítima uma introspecção sobre que país somos e sobre quem somos.

Costa não é estúpido. E nem sequer é hábil, como sói dizer-se na nossa estuporada comunicação social. Está longe de ser hábil. Pelo contrário é tosco, bronco, inculto e de má índole. O que Costa consegue é um discurso que continua a colar numa sociedade vincada por longos períodos de continuado adestramento ao Estado que tudo faz, protege e promove em benefício dos cidadãos.

Infelizmente a revolução de Abril, salvaguardada a liberdade de, por exemplo, eu estar a escrever isto sem ir preso ou lançado no desemprego, tem agravado este desiderato, através do qual se explora esta faceta popular, por via da concessão de ridículos benefícios (custeados por elevadíssimos impostos indirectos e carência de meios em sectores fundamentais da nossa segurança e bem estar) e de uma retórica adequada, com base num processo de infantilização confrangedor. Isto é criminoso e repulsivo.

Costa, que não é hábil mas também não é estúpido, sabe tirar proveito deste fenómeno para se eternizar no poder, qualquer coisa que, no fundo, tem muito de Maduro, Chávez, Castro ou Morales. De tal maneira que não hesitou em deitar mão de inescrupulosos agentes da chamada Esquerda, para manter uma consuetudinária actuação, mantendo e nutrindo os costumes e natureza da nossa sociedade, o que lhe permite vir papaguear, com sucesso,  inanidades deste género, como se verifica no vídeo. Costa sonha manter-se no Poder, principalmente porque fora dele não há nada que se pressinta que ele saiba fazer a preceito. E o Poder afaga-lhe o ego e, já, agora, o proeminente ventre.

Numa altura em que meio Portugal arde, com auto-estradas cortadas, gente a dormir em instituições sociais, gente destituída de bens materiais e, mais grave, que perderam familiares mortos por via da mais atabalhoada desorganização que, tudo indica, poderá ter origem numa descarada acção de proselitismo na Protecção Civil e outros centros de controle, Costa aparece com um punhado de comparsas a anunciar o desassoreamento do Mondego, para prevenir… as cheias do Inverno (ver vídeo). É lastimável, amoral e absolutamente cretino. Independentemente do mérito de se desassorear o Mondego naquela área que, por acaso, conheço bem, ali bem perto de Montemor-o-Velho.

Esperemos que na época das cheias não ande toda a gente a desassorear o rio e falte alguma para limpar as sarjetas lisboetas (embora Costa tenha dito em 2014 que não havia solução para as cheias de Lisboa), mas contemos que lá para Dezembro ou Janeiro, Costa é bem capaz de aparecer em Pedrógão para avisar os cidadãos que temos de começar a pensar nos incêndios de Verão, enquando o Medina anda de fato-macaco a desobstruir sarjetas em Alcântara. 

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sexta-feira, agosto 04, 2017

Da importância de se andar a dizer que o homem é hábil



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Pelo caminho que as coisas estão a levar, um dia destes Costa “larga-se” sem querer no Parlamento, após o que faz uma prédica sobre o interesse nacional de não se dever impedir o livre trânsito do trato gastrointestinal, facilitando o livre escapamento dos gases resultantes. A bancada do PS aplaudirá freneticamente.

As prédicas de Costa são sempre iguais sobre seja o que for. Desta vez é sobre os sapadores florestais. Um evento tão importante como este revela que o homem está atento aos incêndios e, por razões que me escapam, andou distraído uma data de anos. Isso não o impediu de se manifestar orgulhoso por ter criado agora os sapadores e de liderar um governo com coragem de fazer a reforma florestal. A páginas tantas diz na TV que foi ele que os criara em 2006. Não explica é porque é que em 2009 desapareceram do mapa (mas também ninguém lho pergunta) e, assim sendo, cria-os outra vez e pronto. Fica tudo bem.

Qualquer coisa serve para esta peculiar criatura fazer uma festa com salvo-conduto para a continuada imbecilização e infantilização das pessoas. Porque há muito que havia guardas florestais que, entretanto, despareceram do mapa e eis que aparece um “sebastiânico”  Costa a (re) criar uma coisa, como se tivesse descoberto a cana para o foguete. E foi isso que ele afirmou no seu peculiar e trapalhão português. Deve ser por estas e por outras que a comunicação social passa a vida a chamar-lhe hábil.

Assente, assim, que para o ano não há incêndios. Graças ao sorridente e hábil Costa, orgulhoso por ter criado (???) sapadores florestais. Uma coisa, imagine-se, que não passou antes pela cabeça da Direita.


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quinta-feira, agosto 03, 2017

A desventura de andar toda a gente a falar do Boaventura outra vez



[6163]

Muito nosso. Muito cá de casa. Por vezes conhecemos as coisas ou as pessoas e esquecemo-nos que elas existem. Mas eis que qualquer coisa nos agita a memória e despoleta o fulminante… e é um rosário de comentários, análises, opiniões e, até, descobertas sobre a natureza das tais coisas ou pessoas que há muito conhecemos, mas jazem dormentes no cérebro, pela modulação sináptica que nos remete a memória de curto prazo para a memória de longo prazo. Por outras palavras. O sicrano é arquivado, com displicência, no “arquivo morto” de cada qual.

É o caso, agora, de Boaventura. De repente, o homem escreve uma série de disparates sobre a Venezuela e aqui d’el-rei que a torrente atropela os rápidos do leito do rio da inteligência de cada um de nós e a cada hora, a cada post, a cada comentário, achamos que o homem é uma besta quadrada, roído por ódios à liberdade e à democracia e amante intenso das ditaduras do proletariado (uma espécie de gente a que ele, graças a Deus, escapou pela sua rara inteligência).

Por mim, de há muito que me apercebera que a criatura não é uma variedade recomendável da minha espécie, se quisermos pôr isto em termos de taxonomia plana. As barbaridades e imbecilidades que lhe ouvi durante anos seguidos, sem embargo da sua reputação cultural e académica, foram suficientes para que me fosse esquecendo dele aos bocadinhos. Não seria agora, por via da tragédia em curso na Venezuela que voltaria a falar do beltrano. E mesmo este modesto desabafo, se virem bem, não tem a ver com o magano. Tem a ver com a quantidade de gente que não se cansa de andar a falar nele outra vez. O que ele, sorridente, agradece.


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