domingo, agosto 13, 2017

Heeeeeelp



[6167]

No conforto da sala, fresquinha e ouvindo música baixinho, o remorso ataca, quando pensamos nas centenas (milhares?) de pessoas afectadas pela autêntica tragédia que assola Portugal. E vamos omitir as muitas dezenas de mortos, por respeito por eles próprios.

Dizer que, em matéria de incêndios, acho que este ano será o pior de sempre dá lugar a que me caiam em cima a dizer que estou a fazer aproveitamento político. Mas os factos estão aí. 33% de toda a área ardida em toda a Europa é portuguesa - nossa, o que é coisa que faz pensar. Enumerar as causas é já repetitivo, bem assim como o registo de outros acontecimentos que já são história, como Tancos e a triste figura de um general gorducho que veio palrar umas inanidades à Televisão.

E a Geringonça prossegue o seu trilho comunicacional e até para o pedido de auxílio à União Europeia tinha de incluir um parágrafo em que a patética ministra que nos saiu na rifa frisou que vários países já beneficiaram deste auxílio como a França, a Turquia e a Albânia, o que só prova como estamos bem acompanhados. Isto enquanto o rubicundo Costa deve andar ocupado a planear a defesa das cheias do Mondego que estão aqui, estão aí.

Um cineasta razoavelmente apetrechado poderia fazer um filme interessante destes episódios. Mas não dá… senão quem é que fazia mais filmes sobre os capitães de Abril e se ocupava dos destinos da TAP?


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terça-feira, setembro 08, 2015

A culpa é dos acontecimentos


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Estava Guterres posto em sossego, tratando dos refugiados e nós por aqui confortavelmente esquecidos do pântano, das paixões socialistas, de Vangelis e da melena. Mas eis que, de repente, soam as sirenes. O homem não se recandidata ao lugar que ocupa e quanto a candidatar-se a Secretário-Geral das NU… logo se vê, de resto uma atitude muito dele, com os resultados que se conhece e nos deixou de herança.

E foi o rastilho para que a nossa diligente comunicação social passasse, de há uns dias para cá, a dar notícias diárias sobre o homem. Em jornais e na televisão, estamos de novo soterrados em Guterres. Passámos a ter ração diária, em várias tomas ao dia. São opiniões, são críticas à Europa, é a torrente de vacuidades politicamente correctas em que a criatura é exímia. E em francês e inglês que é para nós não nos esquecermos como ele é, reconhecidamente, fluente.

Enfim, nada de novo na frente ocidental, a campanha começou. O andor saiu do adro mais ou menos esbatido em que ele se encontrava e a comunicação vai levá-lo às cavalitas até à campanha para a presidência.

Entretanto, não vá a gente esquecer-se como era, Guterres aumentou a intensidade do disparate. O último, que eu saiba, é que no «swarm» (thanks Cameron) de migrantes que entram na Europa diariamente não há terroristas. Porque os terroristas vêm de avião, não iam agora arriscar a vida em barcos perigosos. Esta é de cabo de esquadra. Mesmo falando bem e trauteando Vangelis.

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domingo, maio 11, 2014

Lixo


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A Moody’s elevou o rating da dívida soberana portuguesa, de Ba3 para Ba2, ainda que mantendo o nível especulativo de lixo.

Quem não conhece em detalhe esta linguagem, há uma coisa que percebe, com certeza. Algo vai melhor no Reino da Lusitânia. Curiosamente, a ênfase da notícia por parte da esmagadora maioria da comunicação social não foi a melhoria do rating, mas sim que continuamos a ser lixo.

Continuo sem perceber se somos um povo mal resolvido ou, apenas, intrinsecamente estúpido.

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domingo, abril 13, 2014

Lusoterapia


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Acontece que estou rouco que nem uma hiena engasgada. Ontem, então, não era rouco, era total e inapelavelmente afónico. Claro que Murphy, um amigo crónico desta casa, esteve sempre presente e poucas vezes como ontem o telefone tocou tanto.

Hoje acordei um pouquinho melhor. De afónico passei a rouco, grau 4, numa escala de 1 a 5. Coisa assim tipo gorila chateado nas montanhas do Burundi. Mas saí… estivera ontem todo o dia em casa, pelo que achei saudável sair. Problema é esta ancestral mania dos portugueses de terem receita para tudo. E quando não têm, pelo menos conhecem o melhor médico do mundo. Ora reparem:

Ao balcão da Sacolinha:

- Eu:  Grumpf (entenda-se, quero dois croissants de cereais para levar).
- Empregado: Aqui tem. De seguida, em tom confidencial: Olhe, uma casquinha de limão em água quente, mel e duas folhinhas de hortelã. Parece esquisito, mas olhe que melhora em duas horas. A minha sogra blá, blá, blá,blá…
- Eu: Grumpf (entenda-se, ok, obrigado, vou tratar disso já de seguida)

A pagar, à saída

- Eu: Grumpf (entenda-se, queria pagar, por favor).
- Menina simpática do caixa: Pois sim. Ui, que coisa, senhor, olhe, descanse em casa, beba muita, mas muita água e faça um chá de rodelas de cenoura e cascas de cebola, mas só as cascas, entende? Vai ver que passa logo, logo. A minha avó blá, blá, blá, blá... 
- Eu: Grumpf (entenda-se, obrigado vou já comprar as cenouras e as cebolas)

A entrar para o carro

- Amiga minha a estacionar à frente do meu: Oi, tudo bem?
- Eu: Grumpf (entenda-se: tudo bem obrigado e tu, também?)
- Ela: É pá, que coisa, estás rouco?
- Eu: Grumpf… (entenda-se: xiça, nota-se muito?)
- Ela: É pá, vai já comprar mel, mas mel a sério, não é desse industrial, mel biológico. Mistura com aguardente, pode ser brandy, mas bagaceira branca é melhor. Depois bebes um pouco e o resto esfrega no peito, a seguir põe uma toalha quente e deixa-te ficar com ela aí uma hora. Vais ver como passa logo. A minha mãe, blá, blá, blá, blá…
- Eu: Grumpf (entenda-se: pá, vai chatear o Camões, pá… tenho já tanta coisa para comprar, tanto conselho dado que já não vai dar para a aguardente e para a toalha – claro que este meu grumpf foi mesmo grumpf, não ia mandar a minha amiga chatear o Camões, ainda que me tivesse apetecido).

Muitos grumpfs e muitos conselhos depois, cheguei a casa. Trazia no ouvido dicas sobre limão, mel, açúcar, cenoura, cebola, romã (esta da romã não é liberdade poética, aconteceu MESMO *), flores de pessegueiro, urtigas (eu seja ceguinho), noz-moscada e mais uns quantos ingredientes que me aconselharam. Até um link para um blog me deram. Reflecti sobre o gene que faz de nós o homo terapeuticus, certamente uma versão ibérica do erectus que se fixou aqui pela Península e que fez com que soubéssemos sempre a cura das maleitas todas e, mesmo assim, andássemos sempre doentes. Ou conhece-se algum português que não sofra de qualquer coisinha, mesmo sabendo de antemão como curá-la?

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quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Os blogues e o casamento


[5088]

Tenho para mim que no casamento o mais difícil são os primeiros vinte anos, depois… a gente habitua-se. Com os blogues as coisas passam-se de uma forma diversa. Eu diria que o mais fácil são os primeiros dez anos. Depois… bom, depois as coisas começam a complicar-se.  Uma rotina plasmada num caldo de cultura activista e, fundamentalmente, imbecil  (jornais, televisões e a vaga permanente de iluminados do FaceBook) acaba por gerar em nós um preguiça quase patológica e aquilo que, em termos zootécnicos, eu chamaria de posição em decúbito «vão chatear o Camões».

A caminho dos dez anos de blogue, encontro-me, irremediavelmente, no estádio da preguiça e resisto estoicamente à fase do decúbito. Vejamos o que acontece. Isto vem a propósito de um amigo me ter mandado um lamiré, a partir de Moçambique, perguntando o que se passa comigo. Para além de me sentir honrado com a preocupação dele, percorreu-me um estremecimento de algum pudor. Aguardo que seja possível libertar-me deste anunciado torpor e regresse, com alegria, ao mote desde sempre anunciado, no cabeçalho deste blogue, de auto-entretenimento. Porque só assim será possível que, aqui e ali, eu coloque algum post de algum gozo para mim e de interesse para outros.




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sábado, dezembro 21, 2013

Um dia calha


[5051]

Um dia calha eu tomar este bondinho e regalar a vista pelo regalo das vistas do Rio de Janeiro. Pesarei, então, a asserção que ouvi há alguns anos sobre Cape Town e Rio de Janeiro como sendo as duas mais belas cidades do mundo. Conheço bem, uma. Quando tomar o bondinho, farei as contas e prometo não aceitar cunhas.

Falando de vistas bonitas e enquanto não ajuízo sobre qual daquelas duas cidades é a mais bonita, deixo-vos uma vista açoreana. Pode não ser a mais bonita do mundo. Mas tem um significado especial, para além de que é maravilhosa, sim. Como é que se lá chega? Simples, dá a volta, entra na rotatária, não sai na primeira, não sai na segunda e vira em frente. Sempre por aí adiante, chega ao cruzamento das estradas mas vira sempre em frente até ver o sinal.

- Qual sinal?
- O da fiuuuuurnas.
- Mas eu quero a do Fogo…
- É por isso… segue na rotatária, não sai na segunda, não sai na primeira e vira em frente.

Eu virei... gostei tanto que fui lá mais que uma vez.

Bom fim-de-semana a todos. E virem sempre em frente.

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domingo, novembro 17, 2013

Não é fácil ser prior nesta freguesia


[5031]

Por razões óbvias e palpáveis cada vez vejo e oiço menos a legião de comentaristas, politólogos, sociólogos, basicamente «tudólogos» que enxameiam as televisões nacionais. Mas hei-de reconhecer, sem esforço, que ainda vejo Marcelo Rebelo de Sousa e a Quadratura do Círculo, sobretudo por António Lobo Xavier e Pacheco Pereira, mau grado a inanidade «claquista» de António Costa.

E hoje ouvi uma acesa crítica de Marcelo, reverberando o Governo por falar demais. E, excitado, disse que há matérias em que o Governo não deve dizer nada. Repetiu e sublinhou: NADA. Já Pacheco Pereira, a cada passo das suas críticas acusa o governo de nada dizer. Que as coisas têm de ser explicadas e o governo não explica NADA.

Não é fácil ser prior nesta paróquia…

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segunda-feira, novembro 11, 2013

«Avante camarada», diz-me a SIC Notícias às seis da manhã


A candura de Cunhal

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Acordei às seis da manhã com a SIC Notícias a mandar avançar os camaradas, Avante, avante! Porque Cunhal faria cem anos e isso tem dado lugar ao registo hagiológico do costume a figuras de relevo na luta contra o «fassismo». No caso de Álvaro Cunhal a coisa teria de assumir dimensão para além do suportável e inclui a profusa disponibilização de títulos nas livrarias e uma torrente de comentários radiofónicos e televisivos.

Tenho para mim que a fatia quantitativa de comunistas de cada país reflecte o atraso de cada qual, já que não entendo outra forma de analisar a situação que não seja os comunistas estarem mal informados sobre o comunismo ou, apenas, não informados. Não vejo outra explicação. E dispenso-me do rosário de malfeitorias de um sistema que matou milhões, atirou com outros milhões para a miséria e para a indigência mental e cultural e sobrevive apenas graças à liberdade que lhe é concedida pelos países democráticos. Coisa que um regime comunista jamais acomodaria.

Depois há a esquerda folclórica, intelectual e intelectualmente superior. Acompanham a procissão comunista, sem se benzer mas achando muito bem, e derramando a sua superior complacência através de escritos, palestras e abundantes referências no facebook, twitter e correlativos. Porque sabe que que isso lhe traz dividendos. Enfim, um trágico desiderato que acaba por constituir adequado panegírico a uma figura, Cunhal, que viveu em regime de ódio permanente contra quem quer que fosse que não concordasse com ele e que validou o, provavelmente, mais sanguinário regime político de que há memória. E só o lamentável atraso em que os portugueses insistem em medrar poderá explicar as (ímpias) hosanas que por aí ressoam.

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terça-feira, setembro 03, 2013

Piss off


[4975]

No mundo do futebol é mais corrente dizer-se não cuspas no prato que te dá de comer. Na arte elevada, a coisa é mais não faças xixi no dinheirinho e nos políticos que tornam possível as tuas idiotices, traumas, carências ou mera estupidez, em nome do Estado Social que todos nós desejamos. Desta artpiss on money and politics já se terá falado o suficiente. Mas nunca é demais ver e rever este quadro (vale a pena ver o víeo aqui) para que percebamos melhor o que vai na cabecinha desta gente.

No mais, nesta extraordinária arte úrica registei que:

- Há ali homens urinando de cócoras, o que não, sendo trágico, é, no mínimo incómodo e estranho;

- Há ali gente com hemorroidal (o que manifestamente ensombra a beleza e a elevação do momento e retira alguma carga estética ao momento;

- Há por ali mulheres manifestamente apelativas, pelo menos enquanto se descascam e até começarem, artisticamente, vertendo águas (o Bloco de Esquerda que me desculpe, mas isto não é bem um piropo...);

- Há, pelo menos, uma mulher que urina imenso. Deve ter tomado uma dose extra de água do Luso para excecutar tamanha performance. É obra;

- Há quem limpe a «crica» (há que seguir o nível da coisa e adequar a semântica) a uma folha de jornal, mesmo tendo o cuidado de o amarrotar, molhadinho, após a limpeza e o deitar, desdenhosamente, para o chão. Já os homens abam e chocalham, displicentemente, o membro (viril?) com os dedos;

Com tanta petição que vai por aí, acharia muito bem que os subsídios para esta famosa Casa Branca fossem encaminhados para a compra de uns quantos equipamentos que estes artistas indesmentivelmente merecem. Uma rolha adequada para elas e um torniquete bem apertado para eles. Em nome da higiene. Dos sítios por onde vão levando esta tournée artística e higiene mental dos que vão vendo o vídeo. E daí… talvez gostassem, elas e eles, do respectivo equipamento.

Aguarda-se a artshit. Com ansiedade.

Via Blasfémias.


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domingo, julho 28, 2013

Barba «à la mode de chez nous»

[4947]

Tem de haver uma razão forte para a grande quantidade de portugueses que usa barba. Não se trata de uma barba convencional. É uma barba cuidadosamente desalinhada, meticulosamente rebelde e não maior que uma barba de meia dúzia de dias. 

Naturalmente que uma barba deste tipo tem de dar comichão e destrói colarinhos de camisas a um ritmo acelerado, para além de não dar muito jeito para a sopa ou para determinados tipos de sobremesa. Mas tem de ser assim. Os porquês é que não consigo descortinar. Terei as minhas opiniões mas guardo-as para mim, primeiro porque não estou verdadeiramente certo de que estejam correctas, segundo porque me arrisco a que um barbudo me pergunte o que é que eu tenho a ver com isso ou, pior, afirme que não entende porque é que eu faço a barba todos os dias.


Mesmo assim é curioso que a barba que refiro, e que de repente parece ter-se tornado «viral», como agora se diz, marca indubitavelmente um estereótipo. Normalmente, ainda, enquadrado num determinado cenário. Só a SIC, por exemplo, conta pelo menos com dez barbudos do tipo referido. E falo só de figuras conhecidas. Mas não pode ser só uma questão ambiental. Tem de haver uma razão qualquer. Ainda que uma para cada um dos barbudos, aceito a existência de uma qualquer afinidade subjacente.















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sexta-feira, dezembro 21, 2012

Fim do mundo?



clicar na foto

[4826]

O dia hoje foi prazenteiro e do tipo de nos pôr bem com a vida. Pus uns assuntos em dia, no computador, após o que rumei ao centro da vila e caminhei uns minutos respirando um ar muito puro e deliciosamente frio e franzindo um pouco os olhos por força do brilho intenso de um sol que nem os RayBan conseguiam atenuar. As pessoas deslocavam-se, sem pressa, ao longo da calçada ajardinada que leva à Praia dos Pescadores e até o trânsito estava pacífico e quase silencioso.

No largo Camões, sentei para me irritar um pouquinho com o Público mas a militância do costume não conseguiu mais que arrancar-me um sorriso condescendente. Entretanto, chegaram uns salmonetes que me recordaram como a qualidade da nossa comida é inultrapassável, sobretudo se desfrutados numa daquelas esplanadas. O celular também zumbiu, trazendo um par de mensagens que, apesar da rotina, são sempre novas e gratificantes.

No fim da refeição ao sol quente/frio do Inverno lembrei-me que era hoje que o mundo acabava. Pensei então que deveria ir ao moinho da Azóia, hoje por hoje um dos lugares mais belos do mundo, pelo menos do mundo que conheço, e conheço alguns. E achei que se o mundo ia acabar não queria que isso acontecesse sem eu revisitar aquele lugar de eleição e de me posicionar no ponto mais ocidental de Portugal. Por razões muito minhas.

Quando lá cheguei, olhei em volta e gratifiquei a retina com o deslumbrante espectáculo da foto. E achei que se Deus alguma vez acabar com o mundo é porque terá tido um acesso de bílis por força de uma discinésia mal tratada pelos arcanjos do paraíso. Ou por uma aguda irritação com a estupidez dos homens. Mas depois lembrei-me que o Divino não deve ter vesícula ou então a Bíblia é uma história mal contada. E que o fim do mundo é ciclicamente inventado pelos homens que gostam imenso de catástrofes, energias, forças esotéricas, luzes interiores, telepatia e correlativos.

Mais descansado, meti-me no carro e voltei para casa. Com o olho cheio e a alma regalada. Entretanto o celular trouxe mais um par de mensagens. Já é noite e o mundo não acabou coisa nenhuma. Um mundo com um cenário como o do moinho da Azóia e com salmonetes como os nossos não poderá, jamais, acabar.
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domingo, outubro 21, 2012

Este Blogue vai hibernar um bocadinho e já vem


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A hibernação é um estado letárgico pelo qual muitos animais endotérmicos (claramente o meu caso) mergulham num estado de sonolência e inactividade, em que as funções vitais do organismo são reduzidas ao absolutamente necessário à sobrevivência.

A respiração quase cessa, o número de batimentos cardíacos diminui, o metabolismo, ou seja, todo o conjunto de processos bioquímicos que ocorrem no organismo, restringe-se ao mínimo. Pode-se dizer que qualquer animal que permanece inactivo durante muitas semanas, com temperatura corporal inferior à normal, está em hibernação, embora as mudanças fisiológicas que acontecem durante o letargo sejam muito diferentes, de acordo com as diferentes espécies.

Normalmente este fenómeno ocorre em regiões onde existe um inverno rigoroso em locais de problemática sobrevivência quando, de repente nos sentimos enfeixados numa estranha unanimidade de oposição a um grupo de governantes que, apesar de alguma inabilidade e inexperiência pontuais, se desdobram, com seriedade nunca vista no Portugal pós abrilada, na missão (impossível?) de redimir o estado a que este pobre Estado chegou pela contínua e prolongada acção devastadora de um grupo de parasitas que, sem escrúpulos nem remorsos, delapidou a sua riqueza, desbaratou o nosso prestígio e condenou várias gerações vindouras a um futuro incerto e trágico.

Nota: Quando um PGR descobre, fortuitamente, diz ele, uma escuta ao actual primeiro-ministro onde se deve ouvir uma treta qualquer que ainda ninguém sabe bem o que foi, mas sobre o que Passos Coelho já anunciou aos quatro ventos que até agradecia que a tornassem pública, a hibernação torna-se premente. Sobretudo se nos lembrarmos como a PGR, nada fortuitamente, se dedicava, às escâncaras, a camuflar as diatribes de Sócrates e agora, de repente e fortuitamente, descobre qualquer coisa que ninguém diz bem o que é, apesar dos incessantes pedidos do visado, e que vão alimentando as televisões e os jornais, em regime de pilão. De registar a via da notícia, um jornal que era lido com avidez e credulidade, hoje entregue aos caprichos de um jornalista inepto, complicado, um complexo com pernas, diria eu e que se vai entretendo a atrapalhar, provavelmente nem ele sabe bem porquê.
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quinta-feira, outubro 18, 2012

Maria, vais presa? Não, vou dormir com o chefe

[4794]

Os jornais e as televisões mentem todos os dias. Quando não mentem, distorcem, como são os casos flagrantes do Público e da SIC Notícias.

Nem sempre as pessoas se dão ao trabalho já de usar a lei da imprensa para desmentir. Uns porque não têm tempo, outros porque já não estão para se chatear. E quando desmentem, como aconteceu agora com Passos Coelho e Portas ao desmentirem uma mentirola do i (mentirola porque já nem é novidade…) acontece este tipo de coisas. O i desmente, mas não desmente. Retrata-se mas diz que não se retrata porque quem tem de se retratar são Passos e Portas, tipo, ok, a gente desmente mas sabemos muito bem que os mentirosos são vocês.

Isto é do mais rasca que tenho visto no jornalismo da paróquia. Que uma pessoa se engane, se deixe levar na boa fé duma fonte mentirosa, que embarque numa série de situações possíveis, vá que não vá. Mas mentir assim e depois desmentir assim, só falta lembrar a história da vizinha que perguntou a uma varina. Ó Maria, vais presa? Não, disse a varina, vou dormir com o chefe. No dia seguinte, o chefe desmentiu mas a velhinha insistiu que ver não viu, mas que a Maria andava sempre a baloiçar as mamocas e com as saias curtas e que era uma oferecida, lá isso era e andava.

Neste caso, Passos e Portas não dormiram com ninguém, mas o i diz que sim. Eles disseram que não mas o i disse que podem até não ter dormido mas que andavam bem pegados, andavam e que podiam muito bem ter dormido, ai isso podiam

Gente rasca é outra coisa.
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domingo, setembro 23, 2012

Recuos




[4773]

A excitação generalizou-se. Passos Coelho recuou e os paineleiros, com cara de quem «avançou», iniciaram já uma série de medidas que Passos Coelho tem de tomar. O Gabinete do Conselho de Ministros parece ter saltado para os estúdios das televisões, onde se congemina já a agenda dos próximos «passos». Ainda ontem me perdi a ver Henrique Monteiro (agora de barba à la mode de chez nous) e um tal André Freire, que julgo ser professor no ISCTE e querer fundar (fundou?) um partido de esquerda radical, a falarem no recuo de Passos e desfiarem o seu menu de medidas imediatas. Isto pouco antes de ligar à pornografia, para ver a «Pluma Caprichosa» e comandita naquela extravaganza do «Eixo do Mal».

Ninguém pareceu reparar que a atitude de Passos, encurralado e cerceado por dificuldades, foi, no mínimo, nobre e humilde. Ao contrário da jactância do seu antecessor que nunca recuava na merda que fazia.

Faz mal ver muita televisão. O meu televisor cada vez mais está sintonizado em rádio. De música. Já não há paciência para tanto «tudólogo».
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