quarta-feira, agosto 27, 2014

Especialistas


[5165]

Em 2012, era assim. Os socialistas gostam de, para além de pôr em marcha os seus preclaros planos, achar que a direita é basicamente estúpida. Depois de lhes passar a concupiscência pública lá vão vendo que «aquilo» não é bem como vem na cartilha e arrepiam caminho, como Hollande fez agora.

No meio disto tudo, o que me admira é Sampaio ainda não ter mandado um mail a Hollande a dizer que há vida para além do défice. Distraiu-se.

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terça-feira, agosto 26, 2014

Kate Bush

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Depois de um ror de anos, incognito, Kate vai dar uma série de 22 concertos em Londres (esgotados). Se eu lá estivesse este fim-de-semana ia ver. Ai, mas ia mesmo.

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segunda-feira, agosto 25, 2014

Ontem foi uma coisa mais de tios


[5163]

Ontem foi em Cascais. Como só há quatro feridos e um esfaqueado com gravidade presumo que a Fernanda Câncio terá entendido que os polícias de Cascais não eram tão modelo como os do Vasco da Gama. Pelo menos ela ainda não disse nada, ou então está-se a guardar para um outro meet qualquer que vem aí, acho que para a Póvoa de Santo Adrião. Vai-se a ver os homens de pele mais escura aqui em Cascais já viraram betinhos por razões ambientais e já não fazem tanta confusão. Os próprios polícias serão, provavelmente, mais polidos. Na Póvoa de Santo Adrião há bem mais fortes possibilidades de as peles mais escuras serem em maior número e os polícias mais modelo.

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sábado, agosto 23, 2014

O meu «inner» não sei das quantas


[5162]

Um fulano que não conheço de lado nenhum resolveu escrever um artigo longo e meio complicado que li duas vezes sem, contudo, ter chegado a lado nenhum. A única coisa que percebi, até porque vinha com um link de um post meu de 2007, é que me incluiu no grupo de um blogue de vários blogueiros de um inner circle. Não percebi bem e ainda perdi uns minutos à procura do meu inner circle. Procurei, procurei mas não vi círculo nenhum. Não deve ser grave e um dia destes vou ler aquilo tudo outra vez a ver se chego a alguma conclusão. Nem que seja para a minha inner satisfação.

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Um burro simpático


[5161]

O burro mirandês é o animal mais simpático de Portugal. Pelo menos na minha opinião e vão por mim que levo alguma experiência de burros.

A SIC Notícias tem uma excelente série de programas onde as maravilhas gastronómicas e paisagísticas de Portugal são enaltecidas a um ponto que nos faz apetecer saltar da cama e comer um daqueles pratos ou conhecer um daqueles sítios.

Hoje fiquei a saber que o burro mirandês tornou-se no primeiro animal da sua espécie em Portugal a fazer parte do grupo de raças asininas (esta do asininas, eu sabia, não foi preciso sociólogo) protegidas pela União Europeia. Sendo uma espécie em risco de extinção, é grato saber que se dão bem no Algarve e que a sua população progride em número. Curiosamente, dizem os entendidos, cruzar o burro mirandês com outros burros não ajuda, pelo contrário conduz à extinção da espécie, pelo que se aconselha os donos de mirandeses a escolherem bem as suas (dos burros) parceiras.

Repito. É um animal dócil, de extrema simpatia, parece que não é daqueles burros teimosos que se fincam no terreno e não querem andar (como alguns burros que eu conheço que se lhes mete uma coisa na cabeça e dali não saem) e por €30 é possível dar um passeio pela Serra de Monchique montado num destes amorosos animais. Não refilam, coabitam sem discussões, são bichos cordatos e proporcionam excelentes e saudáveis passeios. Só não lhes dêem uma burra qualquer para dormir. Seria uma burrice de todo o tamanho. E sabe-se que quando se fala de tamanhos de tudo o que tenha a ver com burros é coisa para se pensar duas vezes

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sexta-feira, agosto 22, 2014

Bora lá acusar Israel


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E quando me deu para embirrar com a Fernanda Câncio, esbarro com esta declaração (e respectivo artigo de Boaventura Sousa Santos).


Por mim, mudava-se o nome aos palestinos, voltavam a ser filisteus e os israelitas voltavam a ser hebraicos. Resolvia-se tudo e BSS ficava sem assunto. Mas, pelo menos, poupava-nos a tiradas imbecis como esta.


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A jornalista modelo


[5159]

Fernanda Câncio começa assim a sua crónica de hoje no DN, a propósito da invasão de cerca de 600 pessoas de pele escura (palavras de Fernanda) que resolveram ir ao Centro Comercial Vasco da Gama fazer uma série de tropelias e protestar conta o racismo em Portugal. A partir daqui, Fernando exercita a habitual retórica da culpabilização das pessoas de pele mais clara (palavras dela) e, de caminho, malha nos polícias a quem chama, mesmo, de polícias-modelo.

No fundo, este episódio é um bocadinho como uns pudins que a minha mãe fazia quando eu era pequenino. Após a cozedura, ela virava a forma do pudim de pernas para o ar e eu quedava-me extasiado com a perícia da minha mãe. Aqui é mais ou menos a mesma coisa. Vira-se o pudim e em vez de um polícia temos uma jornalista-modelo que, pelo visto, não percebe ou não quer perceber nada sobre as graves incidências de política de migração (esta foi-me ensinada hoje por um sociólogo), com as quais é preciso lidar segundo duas premissas básicas. Uma, a de que quem cá está emigrado tem de, incondicionalmente, aceitar as regras de uma autoridade democrática que não pode permitir que lojistas e clientes sejam ameaçados por umas centenas de cidadãos de pele mais escura (palavras da Fernanda) que resolveram confraternizar (?) num centro comercial (parece que a próxima confraternização é o luto pelo fim do Verão). A outra é a de que a questão do racismo é uma teia complexa de sensibilidades que não dá para resolver por uma qualquer jornalista cheia de ideologias e ideias feitas que se compraz em chamar modelo aos nossos polícias e deixar a ideia de que somos um bando de racistas. A Fernanda, pelo que me parece, não percebe nada de África, de racismos nem de pessoas de pele mais escura. Aparentemente, também não é brilhante em pessoas de pele mais clara. Ela devia envolver-se (propositadamente ou sem querer) num episódio em que pessoas de pele mais clara fizessem um «meet» qualquer em Luanda, Bissau ou Maputo e escrever uma crónica sobre a forma como os polícias a deixariam ou não entrar. Quem sabe, até, se o facto de a Fernanda ser uma mulher bonita e atraente não poderia até condicionar ou complicar o assunto.

A crónica da Fernanda é um disparate completo. Revela ignorância e uma pretensa ideologia, numa situação em que mais do que a ideologia o que se precisa é a aplicação da autoridade, bem vista a necessidade absoluta de que seja uma autoridade democrática e civilizada. Mais ou menos como, por exemplo, me ocorre, quando a selecção angolana perdeu um jogo de futebol qualquer em Alvalade, saiu do campo, resolveu partir a estação do metro no Campo  Grande e a polícia, tanto quanto me ocorre ter lido, resolveu a situação com ourelo, paciência e competência. Mas nesse dia a Fernanda devia estar distraída.


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Privilégios


[5158]

Acabei de ouvir ali nas notícias que Guterres vai mesmo candidatar-se a PR. Ora aí está a perspectiva de me sentir privilegiado, como diz o insigne autarca da capital, nos intervalos das obras na Rotunda do Marquês e das passagens para peões e ciclistas ali na Segunda Circular lisboeta (quero ver se não morro antes de ver um deles, ciclista ou peão, é indiferente, a cruzar garbosa e ecologicamente a passagem aérea...).

Pensando bem, tudo junto e somado, tudo se conjuga para eu emigrar de vez (migrar, agora que ouvi um sociólogo explicar-me na SIC N as diferenças entre Emigrar, Imigrar e, simplesmente Migrar... o que seria de nós se não fosse esta corrente contínua de ensinamentos). Bastará que Guterres seja eleito, que o FêQuêPê comece a ganhar campeonatos outra vez e que a esquerda esgalhe por aí mais uns partidos. Ai, mas é que emigro mesmo. E depois escrevo um artigo a dizer que a culpa foi do Passos Coelho. Eu sei que se emigrar e o Rui Veloso o fizer também, há uma perda substancial para todos nós (e isto é se o nosso Sinatra alfacinha não se chatear de vez com a falta de apoio do ministério da cultura à (agri) cultura dos manjericos e emigrar também, mas o qu’lhão de fazer, os artistas têm destas idiossincrasias e há que respeitá-las. Tanto quanto eu que não quero o privilégio Guterrista nem ter de ouvir o Pinto da Costa a explicar como é que se ganha os campeonatos.

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quinta-feira, agosto 14, 2014

Pelo menos até chegar a casa...


[5157]

Por entre algumas qualidades de razoável amplitude, os portugueses têm um tremendo defeito, porventura inigualável noutros povos. E na síndrome, para usar uma expressão de uso corrente e recente de Dono Disto Tudo, somos imparáveis, sempre que que nos convencemos atingir esta condição e fruir este desiderato. Frequentemente isto costuma dar em gente que noutras condições não manda em coisa nenhuma, tipo o chefe de secção que lá em casa lava os pratos senão a mulher manda-lhe com um à cabeça, mas chega ao escritório e arreganha-se contra toda a gente e exerce a autoridade no único sítio onde consegue exercê-la.

Longe de mim, mas muito longe de mim, mesmo, estabelecer comparações com a condição do presidente Joaquim Sousa Ribeiro, não sei sequer se é casado ou se come em casa, mas que o seu semblante me traz à ideia o que acabei de escrever, traz. Só comparável, talvez, àqueles árbitros que levam os jogos de futebol a apitar a toda a hora e distribuir amarelos, antes de chegarem a casa e terem de ir passear o cão.

Joaquim Sousa Ribeiro uma vez mais conseguiu dar-me azia. Sobretudo, pondo de parte outras minudências, quando consegue atirar com o princípio de confiança e de igualdade lá para 2016.

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domingo, agosto 10, 2014

Espero que existam mais razões…


[5156]

Provavelmente existirão mil razões para os pilotos da TAP fazerem greve. Mas há uma que me faz muita impressão. O piloto porta-voz, um tal Pietra, afirmou repetidamente que uma das razões era a gestão ruinosa da companhia. Por outras palavras, temos que um piloto, que deve perceber imenso de flaps e outras particularidades de um comando de um avião, que acha que a gestão da empresa está a ser ruinosa e, por tal, nada como uma greve para pôr a coisa nos eixos.

Eu imagino um episódio através do qual Fernando Pinto ou um dos vários gestores da TAP viesse para o cockpit interferir com a velocidade de aproximação à pista, oportunidade de baixar o trem de aterragem, regulação da pressão da cabine e dissesse: Meus amigos: Esta aterragem está a ser ruinosa e vamos fazer uma greve até que vocês aprendam verdadeiramente a lidar com estes «zingarelhos».

O exemplo é extremo, eu sei, mas faz-me muita impressão ver pilotos a meter o bedelho nas estratégias de gestão de uma empresa como a TAP, para além de que não creio que isso tenha a ver seja o que for com a génese de uma greve.

Reflectia eu sobre isto, aparece o Tó Zé dizendo que o segredo estaria na privatização da companhia, mas só de 49%, entre os países lusófonos. Para fazer da TAP uma espaço de lusofonia. Os outros 51% deveriam permanecer, como é óbvio, nas mãos do Estado, que é assim que diz a cartilha socialista.

Num quadro destes não consigo perceber bem as razões da greve. Muito menos das intenções lusófonas do socialista Tó Zé. A única coisa que sei é que tenho um incontável número de viagens na TAP, médio e longo, e sempre gostei, tirando uma ou outra tripulação mais arrevesada. Mas com os incidentes recentes, o piloto Pietra a querer gerir a empresa e o TóZé a querer um espaço lusófono (mas só em 49%), não sei, não. Começo a gerar um sentimento genuíno de desconfiança e de que o nosso nível de desenvolvimento e razoabilidade anda da frente para trás, numa altura em que o resto do mundo anda de trás para a frente.

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sábado, agosto 09, 2014

O nosso ADN por terras do Cuanza-Sul


Igreja do Waku-Kungo


Igreja de Santa Comba Dão


[5155]

Há muito pouco tempo estive no Waku-Kungo que é o nome actual de uma pequena cidade angolana que dava pelo nome de Cela no período colonial, ainda que o regime colonial se esforçasse por lhe chamar Santa Comba. De resto, como se esforçava por chamar Robert Williams à Caála, Mariano Machado à Ganda, Luso a Luena, Henrique de Carvalho ao Dundo ou Carmona ao Uíge. A verdade é que mesmo no regine colonial toda a gente se referia a esses locais pelos etnónimos, ninguém dizia que ia a Robert Williams ou, muito menos, passar o fim-de-semana a Mariano Machado.

Já em relação à Cela/Waku-Kungo nunca cheguei a saber as verdadeiras razões para alterarem o nome de Cela para Waku, mas existirão com certeza.

Mas voltando ao tema. Fiz questão de ir ver a igreja do Waku. Eu sabia que era uma réplica da igreja de Santa Comba Dão. Fiquei muito admirado por ter falado com muitas pessoas e ninguém sabia que a igreja era uma réplica da igreja de Santa Comba. E não só. Parte do lajedo teria sido mesmo transportado de Portugal para a Cela.

Independentemente da virtude do gesto, a verdade é que a igreja está lá e, como se pode ver pelas fotos, são gémeas. No Waku, não encontrei ninguém que soubesse. Provavelmente em Santa Comba Dão também muito poucos saberão. Que sirva este modesto post para que se saiba para o bem e para o mal, que há lajes de Santa Comba no Waku e a igreja é uma marca indelével da nossa presença pelos ermos do Kwanza-Sul. E que os angolanos, muito apropriadamente, a respeitaram.

Só falta dizer que a igreja está erigida no topo de um morro que dá pelo nome de Senhora do Monte (É incrível a quantidade de locais em Angola que dão pelo nome de Senhora do Monte, assim de repente, lembro-me da Caála, do Lubango, etc.) e proporciona um panorama admirável por uma das mais belas regiões angolanas. Vasta planície recortada por rios e dezenas de maciços rochosos, enormes, de muitas centenas de metros de altura. Se há paraíso, ali deve ser uma das entradas.

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sexta-feira, agosto 08, 2014

Deputar noutra freguesia


[5154]

Estamos perante um caso de clara hermenêutica tântrica, um exemplo vivo de yoga transposto para além do bife mal passado ou das moules com frites. O homem não gostou do clima, o homem pensou, a criatura meditou e achava que tudo aquilo era dinheiro a mais. Vai daí, entendeu deputar. E aí vem ele, deputa, não deputa, logo se vê, O que ele não pode é pactuar com um meio onde só o dinheiro conta, havendo tanto para deputar no torrão pátrio. Quem sabe até pelo muito deputar ele chega um dia a presidir. Ele não diz bem a quê, se é presidir à República ou se ao Grupo Desportivo Penelense ou mesmo o União de Coimbra. Logo se vê. Para já, deputa. Presidir, depende de onde ele se sentir necessário e/ou achar que o meio está já suficientemente deputado e não necessite de deputância acrescida.

Entretanto, a Europa perde um deputado. Só me admira é o homem ter levado sete dias a perceber isto tudo. Sobretudo em concluir que entre deputar em Bruxelas ou deputar em Portugal, deputa-se com mais eficácia aqui na terra.

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quinta-feira, agosto 07, 2014

Muita gente votou em mim, nas autárquicas, para me dar força para assumir outras responsabilidades.


[5153]

Esta será a mais lamentável «blague» de um protocandidato a primeiro-ministro que me ocorre nos últimos tempos. Este homem tem claramente um problema mas que não me cabe a mim nem a muitos milhares como eu resolver.

Estou cansado desta gente que se guinda à ribalta e, sem que se saiba exactamente porquê, acha que seja o que for que lhe saia da glote tem o efeito desejado, para que nele se veja e pressinta o Sebastião que todos desejamos apareça numa manhã de nevoeiro. Ocorre-me um humorista inglês que num show a que assisti em Joanesburgo tinha um número em que gritava: Eu sou eu, viva eu, ninguém é melhor do que eu, eu sou eu, viva eu. Cai-lhe o reposteiro em cima, o homem morre, vai-se a ver e não era ele, era o primo dele.

A diferença é que toda a gente riu. Com este Costa já ninguém ri. É uma sensação de desgaste pela mediocridade reinante e pelo convencimento de que, no fundo, este discurso pega. Muita gente vai para a cama a pensar que votou no homem para autarca para que um dia ele pudesse assumir outras responsabilidades. E adormece na paz do Senhor.

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