sexta-feira, agosto 08, 2014

Deputar noutra freguesia


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Estamos perante um caso de clara hermenêutica tântrica, um exemplo vivo de yoga transposto para além do bife mal passado ou das moules com frites. O homem não gostou do clima, o homem pensou, a criatura meditou e achava que tudo aquilo era dinheiro a mais. Vai daí, entendeu deputar. E aí vem ele, deputa, não deputa, logo se vê, O que ele não pode é pactuar com um meio onde só o dinheiro conta, havendo tanto para deputar no torrão pátrio. Quem sabe até pelo muito deputar ele chega um dia a presidir. Ele não diz bem a quê, se é presidir à República ou se ao Grupo Desportivo Penelense ou mesmo o União de Coimbra. Logo se vê. Para já, deputa. Presidir, depende de onde ele se sentir necessário e/ou achar que o meio está já suficientemente deputado e não necessite de deputância acrescida.

Entretanto, a Europa perde um deputado. Só me admira é o homem ter levado sete dias a perceber isto tudo. Sobretudo em concluir que entre deputar em Bruxelas ou deputar em Portugal, deputa-se com mais eficácia aqui na terra.

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quarta-feira, outubro 23, 2013

Agora é traidor...


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Palhaço. Ladrão. Agora uma deputada raivosa chama-lhe inútil, auto-centrado, calculista e traidor. Ao Presidente da República.

Quanto mais oiço esta gente, mais me convenço que quanto mais alto falam mais pequenos são. Ou mais feios. Ou, como dizem os anglo-saxónicos, têm serious issues.

Francamente, há atitudes que mais do que uma queixa nos tribunais (estou a lembrar-me do arquivamento do «palhaço») mereciam um par de tabefes. Ou, em opção, umas palmadas num sítio que eu cá sei. Se bem que esta última alternativa correria o risco de o ofendedor gostar. E aí era um «ver se te avias» a chamar traidor a toda a gente, só para apanhar umas palmadas gostosas.

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quinta-feira, dezembro 10, 2009

Não concordo

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Com Maria José Nogueira Pinto ter chamado palhaço àquele deputado do PS que se divertia a debitar apartes, não deixando falar, cortando o fio do raciocínio, inviabilizando qualquer possibilidade de se manter um discurso fluido e coerente. E não concordo porque os palhaços fazem mais ou menos a mesma coisa mas fazem rir. Enquanto o deputado do PS não faz rir ninguém. Limita-se apenas à aplicação dos princípios doutrinários que lhe enformam a cultura política (??), porque pouco ou nada mais descortina para além da esquizofrenia (esta sim, esquizofrenia, não aquela que outro deputado do PS também usou para mimosear a mesa parlamentar) nacional em relação aos que moram na linha de Cascais e têm a mania que são superiores.

Há uma tremenda falta de nível nos deputados em geral e nos do PS em particular, basta reparar que esta prática (não deixar falar ninguém) é seguida sistematicamente. Ensinaram-lhes assim. Ainda há dias o constatei com um tal Perestrelo na RTP, na Quadratura do Círculo com José Magalhães e António Costa, com Sócrates no Parlamento enquanto recomenda juizinho aos deputados e com essa recente e cintilante estrela açoriana que apareceu por aí, cujo nome não me ocorre, sem embargo de isso ser prática corrente naqueles a quem falta, claramente, fundo argumentativo ou seriedade política para poderem discutir seja o que for e que é o caso de uma grande parte dos deputados socialistas.

Embora não concordando com Nogueira Pinto, apenas porque acho que os palhaços merecem melhor sorte e lhes é devido mais respeito, acho que o que Maria José disse foi uma lufada de ar fresco. Vai sendo tempo que não se confunda práticas regimentais normais com falta de educação e de chá. E há alguma coisa que saiba melhor do que saltar-nos a tampa de vez em quando?

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