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Não, não é Robin Williams e a sua super bouncy "flubber". É o professor Marcelo, mesmo. Porque acredito que só uma criatura distraída, com a formação e cultura de Marcelo, pode dizer sem um sorriso "vichyssoise" que se admirou muito com a «saída» de Arménio Carlos, ao considerar o etíope Selassie, do FMI, um rei mago escurinho. Uma saída deselegante e incrível, tanto mais vindo da esquerda, disse Marcelo.
Ainda não percebi bem porque é que a direita é racista e a esquerda é solidária, fraternal e internacionalista. Mas a política e o politicamente correcto lá devem saber porquê. Pela parte que me toca, o que sei, o que vi, o que aprendi é que a esquerda tem uma dificuldade patológica em lidar com sociedades multiétnicas. De resto, tal como com a homossexualidade. Só mesmo um distraído, como Marcelo, ou um ignorante, como muitos de nós, não sabe isto. Lembro-me bem dos conflitos tremendos, gravíssimos e dramáticos surgidos com o envio de jovens moçambicanos (só para dar este exemplo dos moçambicanos, porque havia outros países com o mesmo drama) para a União Soviética e para a República Democrática Alemã, para estudar ou receber formação a vários níveis. As situações geradas pelo conflito étcnico eram tais que muitos dos moçambicanos acabavam repatriados ou fugidos dos paraísos comunistas, mesmo com as manhãs todas a cantar e os amigos todos a surgir em cada esquina, pela liminar razão de serem escorraçados, não tolerados, violentados e agredidos. Regressados a casa. ficavam ainda por receber subsídios a que tinham direito e que acabavam por não lhes ser pagos. Muitos deles organizavam-se e tentavam fazer valer os seus direitos mas de pouco isso lhes valia, de tal forma o regime moçambicano estava peado ao socialismo internacionalista.
Ainda hoje, as sociedades civis na Rússia e mesmo países da antiga Europa de Leste têm uma reputação clara de intolerância em relação aos escurinhos, como diz o pateta do Arménio Carlos. Felizmente para eles, os escurinhos, essas sociedades são pouco apelativas porque têm economias frágeis, saídas recentemente da asfixia soviética. E é daí que preferem emigrar para países como Portugal, Espanha, França, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos onde, apesar das sociedades serem formadas por fassistas e capitalistas, e mais estalo menos assalto, têm os seus direitos essenciais defendidos. Mesmo quando um imbecil como um Arménio qualquer se lembra de lhes chamar escurinhos. Faz lembrar Louçã e o exemplo do coelho e da coelha para podermos ter coelhinhos, num ponto duma discussão qualquer sobre homossexulaidade, que já nem me lembro bem.
Não há mesmo paciência para esta fauna. Esta, dos clarinhos de elevada moral, aprumado civismo, comovente solidariedade e pensamento como deve ser. Como o Arménio.
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