sábado, janeiro 05, 2013

A montante, devia ter sido a montante


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Já uma vez, numa daquelas decisões de passagem de ano, me tinha prometido que só veria ou ouviria esta personagem sob condição expressa de ter konpensan à mão de semear. Mas nem sempre isso é possível. Num país onde a oposição, por não ter quaisquer ideias ou a mínima noção do que se pode ou deve fazer para se governar, remete tudo à fórmula redutora de mandar dúvidas para o Tribunal Constitucional, o que acontece é que de cada vez que o primeiro ministro dá um pum, aqui d'el rei que é preciso verificar se o pum é constitucional. É uma tristeza, mas absolutamente factual.

Com a promulgação do OE, os constitucionalistas surgiram como as varejeiras quando a gente, no mato, vai ali «atrás de uma árvore». E há dias seguidos que ouço constitucionalizar profiquamente, em tom e substância monocórdicos, mas todos eles conduzindo ao desporto nacional do momento - zurzir o governo.

Mas a personagem da foto teve uma saída sábia, concludente, curta e indeformável. A consulta ao Tribunal Constitucional deveria ter sido feita a montante. Este a montante tem a força de um desde logo, um é assim, um repare, ou um em sede de. E fiquei, final e confortavelmente esclarecido. 

E.T. Os «rapazes» da minha idade e que conheçam minimamente Santarém, devem lembrar-se duma personagem castiça local. Dava pelo nome de Júlio Americano, nunca ninguém o via a não ser no primeiro dia de sol das Primaveras de cada ano. Com Jorge Miranda, é uma questão de substituir o sol da Primavera por qualquer coisa que cheire a constituição. A montante ou a juzante, ele aparece.       
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