Seguramente lixados
[4837]
Por mim, não acredito numa só
palavra de Seguro referida neste artigo. Ainda quero pensar que ele tem a noção
não só da trágica situação em que nos encontramos, como também da responsabilidade
histórica do seu Partido em geral e de Guterres e Sócrates em particular.
Se Seguro, por uma vez, reconhecesse
a necessidade de parar com os florilégios a propósito do chamado «programa do
FMI» e adoptasse uma conduta responsável, cívica e com verdadeiro sentido de Estado
e fosse ao Rato explicar à patética colecção de «neo-socialistas» (já agora,
porque é que só há-de haver neo-liberais?) que não há outra forma de sairmos do
atoleiro senão colaborando com o Governo, por muito impopular que isso seja e
muitos votos que custe, daria a todo o país um sinal de que poderíamos contar
com ele como primeiro-ministro se e quando o PS ganhar as eleições.
Mas Seguro não o faz. As vozes
correntes dizem que ele tem medo dos soaristas, dos socratistas, da maçonaria,
das correntes de ar e da comida com muito sal. E que tem de se esgueirar por entre
eles procurando não se molhar. Mas ainda não percebeu que se por acaso não se
molhar e conseguir, um dia, chegar ao poder pelo derrube deste governo, estará contribuindo
decisivamente para um desfecho que não consigo sequer vislumbrar qual seja. Em
vez disso, vai dizendo que o governo se meteu numa trapalhada, da qual quer sair com um apelo ao PS, que o governo se lembrou de cortar quatro mil milhões do orçamento e que não contem com ele para isso, que contem com ele apenas para a modernização do estado (acho esta delirante…), para dizer não ao desmantelamento do estado social e que sim, existe um caminho alternativo, porque «água mole em pedra dura, tanto dá até que fura».
E assim, com este verbo e este tipo
de argumentação, Seguro continua a achar que «vai lá».
As coisas estão a tornar-se
definitivamente negras. Os portugueses sabem que as medidas enunciadas pelo FMI
de há muito se impunham, apesar da tagarelice em curso pelas televisões, rádios,
jornais e blogues, e que decorrem de uma governação… ia a dizer criminosa como
o Bloco diz na Assembleia, mas isso é dar-lhe demasiada importância…irresponsável,
pela qual o Partido Socialista é objectivamente responsável. Ao menos que dêem
tempo aos outros para a reparação de danos, antes de escaqueirarem tudo outra
vez. Como de costume, aliás.
.
Etiquetas: neo-socialistas
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home