Greves. Grave
E aqui vamos nós alegremente pelo meio de mais uma chuva de
greves cujos motivos não só já desconhecemos como, mais grave, pouco nos vai
importando.
A esquerda rejubila com o festim e a direita remete-se, tímida e como de costume, para o velho chavão de que o direito à greve é sagrado.
Por mim, já vou ouvindo com indiferença as mais variadas
razões para greve. Desde o apagamento de nódoas curriculares até à discordância
sobre o OE vou ouvindo de tudo. Como esta greve do lixo sobre a qual ouvi na TV,
claro e bom som, por discordarem do Orçamento.
Houve altura em que
eu tinha uma noção apropriada às razões de uma greve, quase sempre associadas a
conflitos laborais entre empregador e empregados. Hoje parece que não é bem assim,
um governo eleito apresenta na AR um OE mas, pronto, lá vem um sindicalista
qualquer por detrás de um penedo dizer que não concorda com o Orçamento. As
pessoas entreolham-se, fazem umas contas de cabeça e, ao que parece, nenhum
especialista em direito laboral ou um desses constitucionalistas que por aí
medram como o arroz-dos-telhados se dá ao trabalho de verificar se fazer uma
greve porque se discorda do Orçamento é mesmo uma razão válida e legalmente
aceitável. É que por este caminho um dia destes assistimos, com indiferença, um
sindicato anunciar uma greve porque Passos Coelho usa risco ao meio ou porque
não concordam com o detalhe de barba de um qualquer secretário de estado.
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Etiquetas: brincar com coisas sérias, greve, sufoco socialista
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