quinta-feira, agosto 08, 2013

Light de jeito, zero de vergonha


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Num país de pernas para o ar como este, há duas atitudes a tomar perante esta tramóia do documento forjado para incriminar o secretário de estado. Ignorar o assunto, ou, assumir o direito à indignação, como dizia Soares de cada vez que achava que os seus súbditos faziam fora do penico.

Mas, a indignarmo-nos, pelo menos pela parte que me toca, é mais pela desvergonha da comunicação social em geral e alguma em particular, que insiste em fazer de nós um rancho de mentecaptos atentos, veneradores e obrigados, do que propriamente pela tramóia em si. Quando oiço o director da Visão dizer na RTP, perante o pedido concreto do jornalista, que esclarecesse o documento forjado, o director da Visão responde que isso não interessa verdadeiramente. Se é forjado ou não, não interessa, diz o desinteressado director, o que interessa é o conteúdo e eu seja ceguinho se não ouvi e vi isto a ser disparado pelo televisor.

Agora vem a SIC explicar que o documento tem origem na residência oficial do primeiro-ministro. Para além da explicação (?) idiota, fica no ar a ideia de que poderá ter sido alguém ligado a este governo que lhes passou o documento forjado.

A SIC e a Visão deviam ter de explicar bem explicada a historinha do documento forjado. Mesmo sem querer, e se a memória não é curta, basta lembrarmo-nos de como dois «chico-espertos» (Costa e Nicolau) tentaram convencer o público em geral que ambos tinham sido enganados por um vigarista que se intitulava especialista das Nações Unidas. E, veja-se, enquanto eram enganados, coitados do Costa e do Nicolau, passaram uma hora da mais viscosa propaganda a favor do Partido Socialista. Desta vez querem fazer de todos nós parvos maiores. Um documento forjado e entregue à SIC pelo actual Governo, tentando fazer a folha a um dos seus próprios elementos, empossado cerca de um mês antes.

É muito, é demais, é demasiadamente grave para que comamos e calemos. A SIC tem-se desmultiplicado numa acção contínua de ataque a este governo. O que não seria nada de mal nem de condenável se feito com verdades e honestidade. O que, manifestamente, não é o caso.

No fim temos um Governo em exercício que, francamente, precisava de ser abanado. Para que em vez de passar a vida a pedir desculpa por ter nascido se habituasse a chamar os bois pelos nomes. Por muita loiça que se parta e muitas eleições que se lixem. O que se está a passar ao nível da justiça e da comunicação social, dois viveiros bem adubados do Partido Socialista é uma vergonha e mau demais para ser tolerado. E a continuar assim, este Governo passará mais depressa por um bando de totós do que um grupo de trabalho que, mesmo no sufoco de condicionalismos advindos da acçao inenarrável de um bando de aventureiros incompetentes e, alguns deles, venais, tentou genuinamente fazer alguma coisa para nos tirar deste atoleiro.
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