domingo, setembro 22, 2013

Há terroristas bons e terroristas maus

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Comentei há minutos isto num post de uma boa amigaa propósito da habitual crónica de Domingo do Alberto Gonçalves no DN

Acho que estou a envelhecer... os jovens têm uma noção difusa de Isabel do Carmo ou de Otelo, sabendo até que um foi amnistiado e a outra recebeu uma comenda de Sampaio (oh! como me lembro desta comenda e da náusea que isso me causou...). Pelo contrário, sinto-me pertencer já a uma geração para a qual tanto Isabel como Otelo são dois vulgares terroristas. Um perdoado por Soares, outra emulada por Sampaio. Por gente «correcta» e de pretensa superioridade intelectual. Quando li a entrevista do "I" tive duas sensações distintas. Uma foi vomitar. A outra... a de me interrogar como é possível ter-se incutido nos jovens a valência de vulgares terroristas.





Mais do que um comentário, foi um pequeno desabafo. Já à altura, quando foi a entrevista, me apeteceu dizer qualquer coisa. Mas já cansa. É uma batalha perdida e a manipulação tem vindo, reconhecidamente, a vencer a razão. Basta conversar com alguns jovens e questioná-los sobre estas duas sinistras figuras. E aí percebemos duas coisas. Uma, a de que a manipulação é terrivelmente eficaz, sobretudo quando se dispõe de aliados estrategicamente colocados. Outra, a de que, queiramos ou não, há décadas que os portugueses estão «entregues» (é o termo) a figuras de pouca valia e menor recomendação, com uma visão maniqueísta da sociedade, com a agravante de que o lado bom está sempre do lado deles. E convivem muito mal com a liberdade, porque isso os obrigaria a aceitar o lado que eles acham que é mau.

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