Fim do mundo?
clicar na foto
[4826]
O dia hoje foi prazenteiro e do tipo de nos pôr bem com a
vida. Pus uns assuntos em dia, no computador, após o que rumei ao centro da
vila e caminhei uns minutos respirando um ar muito puro e deliciosamente frio e
franzindo um pouco os olhos por força do brilho intenso de um sol que nem os
RayBan conseguiam atenuar. As pessoas deslocavam-se, sem pressa, ao longo da
calçada ajardinada que leva à Praia dos Pescadores e até o trânsito estava
pacífico e quase silencioso.
No largo Camões, sentei para me irritar um pouquinho com o
Público mas a militância do costume não conseguiu mais que arrancar-me um
sorriso condescendente. Entretanto, chegaram uns salmonetes que me recordaram
como a qualidade da nossa comida é inultrapassável, sobretudo se desfrutados
numa daquelas esplanadas. O celular também zumbiu, trazendo um par de mensagens
que, apesar da rotina, são sempre novas e gratificantes.
No fim da refeição ao sol quente/frio do Inverno lembrei-me
que era hoje que o mundo acabava. Pensei então que deveria ir ao moinho da
Azóia, hoje por hoje um dos lugares mais belos do mundo, pelo menos do mundo
que conheço, e conheço alguns. E achei que se o mundo ia acabar não queria que
isso acontecesse sem eu revisitar aquele lugar de eleição e de me posicionar no
ponto mais ocidental de Portugal. Por razões muito minhas.
Quando lá cheguei, olhei em volta e gratifiquei a retina com o
deslumbrante espectáculo da foto. E achei que se Deus alguma vez acabar com o
mundo é porque terá tido um acesso de bílis por força de uma discinésia mal
tratada pelos arcanjos do paraíso. Ou por uma aguda irritação com a estupidez
dos homens. Mas depois lembrei-me que o Divino não deve ter vesícula ou então a
Bíblia é uma história mal contada. E que o fim do mundo é ciclicamente
inventado pelos homens que gostam imenso de catástrofes, energias, forças
esotéricas, luzes interiores, telepatia e correlativos.
Mais descansado, meti-me no carro e voltei para casa. Com o
olho cheio e a alma regalada. Entretanto o celular trouxe mais um par de
mensagens. Já é noite e o mundo não acabou coisa nenhuma. Um mundo com um
cenário como o do moinho da Azóia e com salmonetes como os nossos não poderá,
jamais, acabar.
.
Etiquetas: a culpa é dos acontecimentos, coisas extraordinárias, fim do mundo
1 Comments:
...e muito menos num 21 !:)))*
Enviar um comentário
<< Home