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Fico sem entender muito bem se isto de se ser socialista é
feitio ou se fomos operados em pequeninos. A coisa é de tal maneira pérfida e
de tal maneira bem feita que, frequentemente, as coisas se nos deparam de
maneira que quase nos envergonhamos de não ser socialistas como «eles», não
porque concordemos com os seus dislates mas porque a dinâmica que se instalou
nesta sociedade é de tal maneira transversal (um termo deles…) que nos faz duvidar
se em vez dos canários são os gatos que gostam de alpista e comem os canários apenas
para despistar.
Ontem calhou ouvir um programa de Ricardo Araújo Pereira no qual
ele entrevista Francisco Anacleto Loucã. Não sei se o programa é (pretende) ser
humorístico ou se as alarvidades produzidas não fazem mesmo parte de um conteúdo
previamente elaborado. E a sensação que fica é que a um disseram-lhe que tinha
graça e ao outro disseram-lhe que percebia imenso de economia. Na dúvida,
riam-se os dois.
Em todo o caso, a ideia matriz é de que esta rapaziada acha
que o desenvolvimento e bem-estar dos povos se faz através da colecta de
impostos junto do cidadão que trabalha. Que os bancos são um empecilho e que as
famílias que os gerem deviam ser feitas em picado. Os empresários são umas
bestas-quadradas e…resumindo, isto devia era toda a gente trabalhar para o Estado
que iria pagando as contas. Enquanto houvesse dinheiro, bem entendido, porque
ainda ninguém disse a estas luminárias que os Estados não produzem riqueza.
Comem-na. E quando ela se acaba… endividam-se junto dos Estados com economias
saudáveis (capitalistas, sim, é isso) porque é assim que deve ser. Países limítrofes
(este foi o nome que resolvemos dar a nós próprios num senso mais lato que um
mero posicionamento geográfico) deveriam ser levados à conta de gente a quem
Deus não deu a prerrogativa de saber fazer BMW’s, apenas conduzi-los, e não
temos culpa nenhuma que os outros saibam.
A isto, um psicólogo estagiário
chamaria qualquer coisa a roçar uma psicopatia qualquer, mas os socialistas
acham que tudo isto de deve à nossa condição de país limítrofe. De vez em
quando ensaiamos umas orgias emocionais (assim a modos como o Scolari fez com a
camiseta do Neymar), mas acabamos por reconhecer, ainda que considerando uma
injustiça divina, que uma sociedade racional, trabalhadora, competente e, sobretudo,
séria, acaba por ganhar às emoções. Mas não aprendemos. Ficamos à espera que
outro Neymar qualquer se aleije, rezamos uma Ave Maria ou fazemos uma caminhada
a Fátima e refilamos imenso enquanto os frios teutónicos não nos mandam o
ordenado do mês seguinte. Porque não fazem mais que a sua obrigação.
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Etiquetas: chique comunista, comunicação social, RAP, socialismos