quarta-feira, julho 23, 2014

Conversa tão arrepiante como a cerimónia


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Passam-me ali pelas costas os comentários da cerimónia da chegada de quarenta corpos a Eindhoven. É na SIC-N. Eu sei que nestas coisas nem sempre é fácil conjugar um improviso escorreito com a demora de uma cerimónia como esta. Mas o nível do comentador é confrangedor. Não há na estação quem tenha um nível de fluência e aceitável sintaxe para fazer a reportagem? O homem não sabe bem o que diz, vai balbuciando o que lhe vem à cabeça desde que tenha a ver com o ataque ao avião malaio. E perde-se num «mundo» de banalidades, muitas delas sem fazer o menor sentido e num português arrevesado de arrepiar. Uma das expressões que o homem repete vezes sem conta é de que «…ao que parece, o avião foi abatido por um guerrilheiro com falta de treino e falta de habilidade…» (ipsis verbis). Imagino o estrago que teria sido se o atirador tivesse treino e habilidade. Era bem capaz de ter abatido dois aviões com uma tacada. O nosso repórter é que teria a tarefa provavelmente mais complicada.

Triste, mas é a matéria que temos em comunicação social.

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