Conversa tão arrepiante como a cerimónia
Passam-me ali pelas costas os comentários da cerimónia da
chegada de quarenta corpos a Eindhoven. É na SIC-N. Eu sei que nestas coisas
nem sempre é fácil conjugar um improviso escorreito com a demora de uma
cerimónia como esta. Mas o nível do comentador é confrangedor. Não há na
estação quem tenha um nível de fluência e aceitável sintaxe para fazer a reportagem?
O homem não sabe bem o que diz, vai balbuciando o que lhe vem à cabeça desde
que tenha a ver com o ataque ao avião malaio. E perde-se num «mundo» de
banalidades, muitas delas sem fazer o menor sentido e num português arrevesado
de arrepiar. Uma das expressões que o homem repete vezes sem conta é de que «…ao
que parece, o avião foi abatido por um guerrilheiro com falta de treino e falta
de habilidade…» (ipsis verbis). Imagino o estrago que teria sido se o atirador
tivesse treino e habilidade. Era bem capaz de ter abatido dois aviões com uma
tacada. O nosso repórter é que teria a tarefa provavelmente mais complicada.
Triste, mas é a matéria que temos em comunicação social.
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Etiquetas: abate avião malaio, comunicação social
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