terça-feira, julho 22, 2014

Uma lástima


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Alguém devia explicar a alguns professores que a avaliação de professores é uma sequela do sistema que eles próprios criaram.

Antes de me deixar seduzir pela alheira, pelo clima e pela bica, trabalhei numa multinacional onde a valorização dos seus quadros era uma constante. Seminários, cursos de treino, especializações, pós-graduações em várias universidades, viagens de estudo a vários países, estudos de mercado, aperfeiçoamento no manejo de línguas e muitas outras manifestações de valorização atenta dos seus quadros. Não porque tivéssemos lindos olhos ou tomássemos banho todos os dias, mas porque a própria empresa precisava de gente bem formada, eficiente, competente e, acima de tudo, com uma consciencialização profunda de códigos de trabalho de que todos saíam a lucrar. Na verdade, não me lembro de me fazerem exames nem provas de verificação de conhecimentos mas o meu desempenho, tal como o dos meus colegas era disso mesmo testemunho insofismável e cada um de nós progredia à medida dos seus talentos e na fruição total da formação que nos davam. Também é verdade que essa empresa não admitia quadros porque sim, admitia gente que achava que lhe fazia falta e o resultado disto tudo era um grupo sólido, de grande reputação internacional e onde só condições muito particulares conduziam a que alguém fosse compelido a sair. O que não significava que isso não acontecesse, ainda que fosse geralmente entendido que se uma pessoa fosse despedida é porque haveria fortes razões para isso.

Já os acontecimentos de hoje (não só de hoje, de outros dias também) provocam-me mal-estar e uma náusea profunda. Um pateta energúmeno acometido de funções, responsabilidades e poderes só possíveis numa sociedade a roçar conceitos quase medievais continua a movimentar grupos activistas de pessoas com uma noção distorcida dos seus deveres e direitos como trabalhadores. Sobretudo, malbaratando a virtude das suas atribuições e deveres com uma ideologia já só possível em países da estirpe do nosso. Não é admissível, é mesmo criminoso que grupos de gente como a que observei hoje na televisão continuem a emular um potencial torcionário, esse mesmo, um tal de Mário Nogueira de seu nome, em nome de direitos que acham que têm. Não fazem a mais remota ideia do que atrás referi como política de trabalho, verdadeiramente porque também não lha ensinaram. Enfiaram-lhes Nogueiras pela goela de há quarenta anos a esta parte, colaboraram activamente num sistema destrutivo da génese educadora deste país e dão um exemplo deprimente e vicioso às crianças que deveriam ensinar.

Uma lástima!



Foto do Sol, de hoje

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1 Comments:

At 6:05 da tarde, Blogger Isabel Mouzinho disse...

Infelizmente, tenho que concordar consigo Nelson!... :(

 

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