domingo, dezembro 31, 2006

Happy New Year



Uma rolha de Espumante a saltar por todos para um excelente 2007


[1444]

Neste fim de ano, tive decididamente um comportamento portuga. Deixei para o fim aquilo que poderia, deveria e gostaria de ter feito antes. Um balanço de 2006, um atado de desejos e votos para 2007 e a atribuição dos habituais
espumante awards. Não deu. A verdade é que estamos a horas do fim do ano e não fiz nada disto. Para tal terá contribuído a filha mais velha que vive em Maputo e costuma vir de avião e desta vez veio de genro e de bebé, nascida há poucos mesinhos. Convenhamos que é muita alteração, muito de repentemente. Para além do facto do vocábulo genro ter um efeito estranho em mim - qualquer coisa assim conotada com roubo de filhas, e ainda cá tenho outra inocentezinha (!!!!) para roubar, há que registar que vir de genro inclui um rol de circunstâncias incontornáveis. Há família do outro lado, há festas e lautas e intermináveis refeições e há uma partilha a que eu não estava habituado. Valeu ser tudo gente fixe e a comida ser excelente. Mas votando ao blog… eu não deveria ter deixado as coisas para o fim, assim à la PS, deixa correr e depois logo se vê. O resultado é este. Não tenho tempo. Para além deste minutinho que me permitiu vir aqui para:

1 – Agradecer a todos os que me privilegiam com a visita ao
Espumadamente, que conta hoje com um número substancial de visitas, se comparado com período homólogo do ano passado (esta do período homólogo a gente aprende sem querer no dia a dia e não é que faz sentido?) e dizer-lhes que é um prazer muito grande perceber que sou visitado, sobretudo quando penso que este blog se encontra já em pleno terceiro ano de existência e passa por uma fase menos interessante (na minha opinião, claro);

2 – Mandar um grande abraço a todos os blogues que leio, sobretudo aos que se encontram na coluna da direita e agradecer-lhes também o facto de existirem pelo prazer que me dá a sua leitura e por me terem proporcionado também momentos de excelente convívio em reuniões, jantares ou simples encontros informais;

3 – Desejar a todos um excelente 2007 e que ele proporcione sorte, saúde, sucesso pessoal e já agora uns trocos para pagar a TV Cabo. Um grande abraço para todos.

sábado, dezembro 30, 2006

Já cansa

[1443]

Eu ficaria aterrado se alguma vez tivesse de expiar uma pena ao arbítrio
desta mulher, ainda que esse arbítrio fosse forrado de pretensa legalidade e enquadramento jurídico. Esta mulher tem ódio a ferver nas veias e, à mercê do seu arbítrio, talvez eu preferisse mesmo a pena de morte. É pelo menos o que sinto depreender-se deste post onde ela, para soltar mais uma das suas diatribes contra Bush e com a cosmética habitual de condenarmos a pena capital acaba por escrever “…Saddam merecia viver para cumprir pena pesada e expiar de forma humilhante as incontáveis atrocidades que ordenou contra o seu povo e outros povos. Para que morresse um dia sabendo que ninguém mais no mundo árabe dava o seu nome a um filho. Em vez disso, cortesia da Administração Bush e governos coligados, morreu confortado por se tornar um mártir para muitos sunitas…” (Meu negrito)

Eu acho que
esta mulher nem se apercebe bem da barbaridade que profere, tal é o ressabiamento permanente em que parece viver. Noutras situações, noutras prisões e com outros algozes, ela peroraria sobre as condições de dignidade devidas a qualquer recluso.

Esta mulher cansa.

For Saddam it's over



Foto CNN


[1442]

Tudo acabou para Sadam. Estas são as suas últimas imagens em vida, transmitidas há pouco pela televisão iraquiana.

Uma execução tem sempre um impacto diferente da morte de um inimigo abatido em campo de combate. A morte é sempre brutal, em qualquer circunstância, mas uma execução é o mais apropriado exemplo da força discricionária. A pior e mais cruel força que existe.

Saddam morreu. Abatido, tal como milhares das suas vítimas. O mundo vai reflectir durante um par de dias e em breve tudo será, de novo, business as usual.

Últimos momentos de Saddam em vida, neste vídeo da televisão iraquiana.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Homens exímios


[1441]

É curioso como cada vez há mais homens que cozinham. E, suponho, gostam de cozinhar. Ainda ontem fui convidado para jantar em casa de amigos e “ele” vai para a cozinha, coloca um avental a preceito (escuro) e procede um fantástico conjunto de operações dignas de um verdadeiro chef. Os ingredientes alinhados numa pequena mesa, desde a vulgar cebola às especiarias mais requintadas, as alfaias, constando estas de facas de vários tamanhos e formatos, colheres de pau, garfos compridos, curtos, pauzinhos e outros apetrechos que se eu os visse numa montra de uma loja julgaria tratarem-se de algum estojo de unhas ou ferramentas domésticas. Os ingredientes nobres (no caso, carnes) também já devidamente expostos e aguardando o sacrifício do esquartejamento.

Posto isto, passou-se à operação propriamente dita. Operação meticulosa, absolutamente cirúrgica, desde o corte de legumes à la american movie (aquelas facas enormes tac tac tac tac tac a cortarem as coisas em cadência acelerada e sem apanhar nenhum dedo…) ao tratamento das carnes, cortadas e preparadas apenas depois de serem rigorosamente observadas, estudadas, sopesadas. Os molhos e estrugidos a surgirem também do nada, tudo isto sem cheiros horríveis e, milagre, sem uma casca perdida, uma nódoa de gordura, tudo parecendo mais uma sala de assepsia de instrumentos cirúrgicos do que uma cozinha.

É necessário esclarecer que este meu amigo não é cozinheiro e nunca aprendeu a cozinhar e consulta uma ou outra receita de culinária apenas quando a sua riquíssima imaginação lhe coloca dúvidas de pormenor. Cozinha porque gosta, porque aprecia a boa gastronomia, cultiva o bom gosto e, sobretudo, cozinha porque sim. Ele trabalha com empresas, pessoas, números, mercados e toda aquela parafernália de coisas que, não sabendo a nada, provocam, frequentemente, azia.

A mulher, claro, é a felicidade com pernas. Move-se pela sala, fala com os amigos, solta, bem disposta, simpática e hospitaleira e com aquela expressão de confiança de que daí a pouco o jantar está pronto e toda a gente vai gostar.

Nota final: Cheguei a casa e num impulso inexplicável e irreprimível, arrumei a despensa. Alinhei os frasquinhos nem sei de quê, dois saquinhos de arroz cigala que estavam a monte no meio de meia dúzia de pacotes de esparguete e delimitei uma zona específica e classificada para as latinhas da comida das gatas. Concluída esta operação de boa vontade, olhei e pareceu-me tudo na mesma. Fui-me deitar com a satisfação de que pelo menos tentei e com a certeza de a despensa ter ficado na mesma. Lá dizia a minha avozinha: - cada um é para o que nasce…

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Um dia destes será

[1440]

Sinto a falta de escrever um post minimamente interessante. Pelo menos com algum conteúdo e préstimo para memória futura, que é um dos préstimos dos blogues – memória futura. Mas não tem dado. Muita correria, muita rabanada e, ainda por cima, muito trabalho. Contactos com parceiros de trabalho que não têm Natal e se viram para Meca todos os dias e que se encontram ocasionalmente em Lisboa têm absorvido parte do meu tempo e diluído o espírito natalício que nesta altura nos traz imbuídos de boa-vontade, amor pelo próximo e calorias dos sonhos de abóbora, filhós e christmas cake (eu sei que se pode traduzir por bolo de natal, mas christmas cake cheira mais a renas, trenós e ho-ho-ho’s).

Dividido, assim, entre a tradição cristã e as necessidades profissionais, pouco tempo me resta para fazer uma das coisas de que gosto. Sentar-me ao computador e escrever um post minimamente interessante. Porque gosto e porque gosto de saber que há outros que gostam – e isso é uma das virtudes blogosféricas, podermos exprimir a pontinha de vaidade de nos adorna o espírito quando sentimos que outros gostaram ou acharam graça a algo que tenhamos escrito.

Um dia destes o Natal passa. E volta tudo ao mesmo. Pode ser, então regressados à normalidade e com os meus relacionados islâmicos de regresso às origens, eu me sinta mais disponível para registar alguma coisa com graça – própria, porque coisa com graça intrínseca vão rareando neste país que cada vez vai sendo mais um país sem gracinha nenhuma. Tirando a paisagem, o clima, a calçada à portuguesa, as pataniscas e o blá blá blá do costume que normalmente evocamos, de cada vez que queremos gostar da paróquia.

Continuação de boas festas e um bom regresso aos expatriados amigos com quem tive o privilégio de estar durante esta quadra festiva, ainda que por pouco tempo, e que continuarão lá por fora a presentear-me com a frescura dos seus posts e a terem muitas saudades da terra.

Campa rasa - já


[1439]

Há parolos e pouco há a fazer sobre isso. Há parolos perigosos e, aqui, alguma coisa se pode fazer, Quanto mais não seja mandá-los todos para a senhora mal comportada que os deu à luz!

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Vale a pena

[1438]

Carlos Vaz Marques fez uma notável entrevista a Niall Ferguson. Vale a pena ouvir, clicando
aqui. Vale ainda a pena reparar no texto escolhido pela TSF para anunciar a entrevista

Os Estados Unidos não têm a determinação necessária para serem um império e é quando os impérios se desmoronam que emergem os conflitos mais devastadores. O controverso historiador escocês Niall Ferguson, autor de «A Guerra do Mundo», é o convidado para a conversa ao fim da tarde com Carlos Vaz Marques

E depois ouvir a entrevista toda (clicar nos botões áudio) e reparar no contexto desta afirmação.

TSF à parte, a entrevista é interessantíssima.

Nota: Desligar a música no comando ao fim da coluna da direita.

Foi bom


[1437]

Ontem tive uma reuniãozinha com um pequenino número de bloggers, para um chazinho por um tempinho curtinho, organizaçãozinha da
BJ.

Apesar dos diminutivos terem dominado, foi bom rever caras de gente já conhecida, de quem se gosta, no matter what.

Uff! Finalmente...


[1436]

Pouco a pouco o "espírito de Natal" vai-se desvanecendo. Imagine-se que o número de vítimas do 9/11 foi, finalmente, ultrapassado no Iraque. Já morreram mais cinco soldados que no ataque ao WTC. Uff, estava a ver que nunca mais conseguiam.

Isto dito com aquele arzinho que os apresentadores da RTP afivelam tipo acabei de arrancar as pernas ao gafanhoto faz-me reparar que estamos a regressar ao business as usual.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Man's world


[1435]

James Brown, the legendary R&B belter, a singer and songwriter who created a foundation for funk and provided the roots of rap, a man of many nicknames but a talent that can only be described as one of a kind, is dead.

Fica aqui um modesto tributo da minha parte, pondo o Man’s World, uma das suas mais extraordinárias criações e, para mim, talvez a maior, juntamente com Georgia on my Mind como música de fundo do Espumadamente.

Pouco a pouco vão morrendo os meus ídolos de juventude.

Rescaldo



[1434]

Muita gente hoje acordou assim. E ainda bem.

Bom Natal para todos. E perdoe-se-me o
plágio, mas não me ocorre melhor legenda para este vídeo.

sábado, dezembro 23, 2006

Silent night


[1433]

Recordando todos os inocentes que passarão esta noite longe das respectivas familias. Presos, raptados, espancados, condenados ao martírio de vários anos aguardando a execução de absurdas condenações à morte, subjugados à loucura feroz de homens, que de homem têm apenas a zoologia.

Um cabaz elegante


[1432]

Acabei de ser privilegiado com um cabaz de Natal Miniaturas de Ovos Fabergé pela honrosa distinção de pertencer à blogosfera favorita da Miss Pearls.

O prémio, em si, dá-me um grande prazer. Ver-me alinhado com os distintos bloggers da categoria do Cabaz vai obrigar-me a uma terapia ao ego.

Um obrigado muito grande e muito sincero, Isabel, por esta amabilidade.

Still dreaming...


[1431]

... of a white Christmas!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Feliz Natal


[1430]

Entrei em greve de zelo natalício. A partir de hoje não postarei em feriados nem dias de folga. O que resultará em posts esparsos e breves.

No final de mais um ano, quero agradecer a todos, conhecidos ou não, mas todos parte deste fenómeno “blogoesférico” o privilégio que foi o prazer da vossa companhia.

Para todos, deixo aqui a expressão sincera dos meus votos de uma quadra festiva cheia de amor, calor de família e boa disposição.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Não, nunca, jamais em tempo algum...


[1429]

...nem se fala mais nisso, senhor Ministro. Eu também acho. Mas se eu fosse Ministro eu teria respondido ao jornalista:

- A posição deste Governo é muita clara nessa matéria. As polícias nao terão direito ao exercício do direito à greve, enquanto formos governo.

E todos ficávamos a saber a determinação deste executivo em não permitir sindicalices idiotas num corpo de intervenção pública. Mas assim, da forma como foi dito, soa logo a Jorge Coelho a avisar-nos de quem se mete com o PS leva. Ou com Guterres a dizer que era preciso partir as fuças à oposição.

Não são maneirismos. É educação, é polimento, é sentido de Estado, é o reconhecimento do exercício de poder de forma natural, responsável e com respeito pelos cidadãos. Tudo o que o PS não tem. Nunca teve. Esforça-se agora um bocadinho por ter, mas não resiste. O pé salta-lhe para a chinela com demasiada frequência. Mas, provavelmente, assim é que está bem. Porque temos as pessoas que escolhemos para nos gerir os destinos. Temos, portanto, o que merecemos.
E o PS não muda. Não, nunca, jamais em tempo algum!

PS
Onde andam os jornalistas? Ninguém reparou? Ou andam todos a tentar perceber as culpas da comunidade internacional em geral e Israel em especial na matança que vai lá pela Palestina?

Humpfgrrrrr!


[1428]

E eu diria mais:

humpfgrrrmmgggrrrrpft!

terça-feira, dezembro 19, 2006

Joe Barbera



[1427]

Tom & jerry marcaram a minha meninice porque:
- Eram desenhos fabulosos, expressivos, a sonorização e stunts eram fabulosos e as histórias eram deliciosas;
- Quase sempre me sentia impelido a tomar o partido de Tom, apetecendo-me bater em Jerry. Ainda jovem comecei a perceber algumas particularidades do "mundo-cão", leia-se a popularidade do Jerry (a primeira forma de populismo de que me apercebi…), o bom, e a injustiça que perseguia o Tom ,o mau, quase sempre vítima das sacanices do Jerry.
- Uma história em que Tom herda um milhão de dólares, é obrigado a prestar vassalagem a Jerry para não perder o direito à herança e, às tantas, salta-lhe a tampa, desata a perseguir o rato enquanto grita: I Lost a million dollars… but I’m haaaaaaaaaappy! Nunca me esquecerei esta história.
- Mais tarde houve aquela cena dos desenhos animados correctos e aberrantes do Leste Europeu, alienantes e insuportáveis. Tanta estupidez fez-me jurar comprar os videos todos do Tom&Jerry (o que fiz) para que a minha filha os visse todos (e viu).


Joseph Barbera morreu. Deixou obra. Há poucos assim!

segunda-feira, dezembro 18, 2006

A minha árvore de Natal



Pinheiro da Noruega
Picea abis ( L.)


[1426]

Achei este concurso do Tugir, original. Aqui fica a minha contribuição. Sei que não ganhará devido à ausência de efeitos, mas o meu espírito natalício deste ano está assim. “Nature” e europeu. Basta decorá-la com amor, liberdade, família e respeito pelo próximo. Se o fizermos de uma forma tão natural como a árvore da foto, veremos como ela fica cheia de luzes, de estrelas, bolinhas, azevinho, neve e até música dela se soltará!

Blue Monday


[1425]

Eu sei que as notícias dos serviços matinais de televisão são repetidas, como é natural, para que as pessoas as possam ouvir, à medida que se vão levantando. Mas não pode ser por acaso que entre as sete e meia e as oito eu tenha ouvido pelo menos um par de vezes que no caso do sim ganhar o referendo sobre o aborto, alguns médicos receiam o boicote de alguns colegas, apesar de muitos deles terem evoluído desde o último referendo. Também ouvi uma extensa lista de medidas que comprometem a privacidade e os direitos fundamentais dos visitantes aos Estados Unidos. Um tal de Pedro Bicudo que sabes dizer os “a’s” mas diz “mês” sempre que pronuncia a conjunção adversativa (ou lá o que ela se vai chamar depois da TLEBS) perde-se numa arenga de três ou quatro minutos sobre as novas medidas a recair sobre os visitantes numa forma e num estilo em resultado do qual ficamos todos com vontade de ir à cara aos estúpidos dos americanos. Tudo isto para, no fim da notícia e em jeito de roda pé, dizer baixinho (não vá ouvir-se...) que a União Europeia estuda a implementação das mesmas medidas no espaço Shengen. É preciso descaramento muita falta de… muita coisa lá por quem manda “naquilo”. O que vale é que entre estas notícias aparecem a Fernanda Câncio e a Inês Pedrosa a dizer não sei quê não sei quantos sobre o sim ao aborto. Já não sei bem o quê, mas qualquer coisa que quem quer que seja que possa ter a mais pequena dúvida se sente um infeliz inculto, mal informado, com as trevas por companhia.

É obra… apanhar estas notícias da RTP, a Fernanda Câncio (que deve ter passado este fim de semana a aprimorar aquela história dos animais que também têm coração e todavia…) e a Inês Pedrosa logo pela manhã, tudo ao mesmo tempo, numa segunda-feira e com gente que vem de fora para uma reunião de trabalho às onze é duro e eu deveria merecer um bónus extra, pelo menos no valor de 10% do bónus dos administradores do Metro do Porto…

sábado, dezembro 16, 2006

Porque hoje é Sábado ( 4 )


[1424]

Way too beautiful to forget...

(é difícil não manter um perpétuo enamoramento com esta cidade
)

Porque hoje é Sábado ( 3 )


[1423]

Way too cosy not to smile...

Porque hoje é Sábado ( 2 )


[1422]

Há um fenómeno na minha paróquia que me dá um dificilmente contido desejo de gargalhar. Eu explico: Cada vez que se publica um livro referindo um caso sórdido qualquer que aflige aa consciências da comunidade, há um necessidade patológica dos nossos intelectuais garantirem que não lêem essas coisas, não leram e nunca lerão. Isso não os inibe, porém de dissecar o assunto até ao tutano.

No caso particular do livro de Carolina, já devo ter lido mais de cinquenta artigos, editoriais de jornais de referência, blogues, coluna de opinião, crónicas e correlativos todos a começar por “… Não li o livro, nem tenciono ler…”. Logo a seguir esmiúçam e analisam profundamente, dão verdadeiras lições de sapiência sobre as implicações no futuro da Nação do flato de Pinto da Costa, da tirada do regalo do boi, das unhas dos pés do Jorge Nuno (e dos pêlos das orelhas também) do quarto único do hotel em Santiago de Compostela, dos pormenores da sova a Bexiga, do número de filhos de Carolina, (dois, de um pai vinte e cinco anos mais velho, não esqueçamos !!!). Simplesmente delicioso. Um must. Mais do que ler o livro, ler as opiniões. Tudo de “ouvir dizer”, naturalmente, porque ninguém leu o livro. Aparentemente só o leram o Procurador Geral da República, Maria José Morgado e o “Barbas” da Caparica.

PS. Miguel Sousa Tavares acha que Pinto da Costa devia pedir desculpa ao FCP. E demitir-se. Por causa do livro ou dos 13 episódios descriminados hoje no Expresso? Convinha esclarecer.

Porque hoje é Sabado...



Clicar na foto para cheirar pior ler melhor.

[1421]

...um "cheirinho" de humor nunca faz mal a ninguém. Além do mais, e para que conste, por aqui se vê que o governo de Santana Lopes não foi só sestas e festas. Houve sentido de estado e espírito de sacrifício. Mesmo com cheiros. Matreiros. Rasteiros. Foleiros e Tripeiros.

Foto surripiada, com a devida vénia, do Exactamente.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Esta senhora não se cala...


[1420]

O que é que o cu a invasão do Iraque tem a ver com as calças com a "farsa" de Teerão onde Nuno Rogeiro “se enganou”?

O argumento “ó setora fui eu que roubei o giz mas o Zequinha também andou a colar pastilha elástica no tampo da carteira” continua a fazer escola na
esquerda ressabiada. Fenece-lhe a imaginação, falece o pudor. É preciso é dizer qualquer coisa sobre o Iraque. Nem que seja a propósito do aumento do bacalhau na quadra festiva.

La vie en rose



[1419]

Os dias estão tão cheios de sol e de luz, a atmosfera está tão leve e o cenário tão nítido, a temperatura está tão amena, que até os carros parecem menos sujos, as mulheres parecem (muito) mais bonitas e o casario da minha “aldeia” se apresenta limpo, escovado, folhas secas apanhadas e a vizinha do Mercedes preto mais simpática. Tão simpática que até, assomando hoje à janela, acenou delicadamente a cabeça. Quase que ficava bonita.

Estou de espírito tão leve que nem ouvirei o Forum TSF a caminho do trabalho. Para quem estiver interessado vou sintonizar a Rádio Nossa, que é uma estação que quase ninguém conhece, só emite regionalmente (Sintra), tem um padre de hora a hora a dizer que somos todos filhos de Deus e a indicar uma data de gente que foi à igreja dele e curou doenças, desamores e faltas de dinheiro mas depois, durante uma hora, dá música seguida, do melhor que tenho ouvido. Nem as play-lists das figuras públicas que a TSF resolveu consultar às segundas-feiras se lhe comparam. Rádio Nossa, se moram aqui pela zona, não esqueçam.

Ressabiamentos


[1418]

Não se pode justificar a morte de 3000 pessoas e/ou a tortura de mais uns quantos milhares com o facto especulativo de que a continuidade de Allende no Chile conduziria ainda a mais mortos, muitos milhares de “reeducandos” (!!!!) e a habitual bancarrota com o inevitável cortejo de misérias e atrasos no tempo e no espaço do mundo em que vivemos e do qual todos nós dependemos. Não podemos sequer pensar no efeito “retard” que os regimes socialistas “à la manhãs que cantam” provocaram nas economias e até nas mentalidades dos cérebros lavados de algumas gerações. Veja-se o que aconteceu em Portugal e foi só um “ameaço”.

O melhor, portanto, é olharmos para o Chile hoje, como o país que é, o que eventualmente poderia ter sido e cingirmo-nos às evidências e aos factos. Sobretudo aos factos. E o Chile é, hoje, um exemplo de uma democracia, um país livre, de pujante economia, no contexto da América Latina. Tão livre que o funeral de Pinochet agrupou gente de diversa sensibilidade em relação ao papel histórico do velho ditador. O resto, leia-se
retórica deste tipo, é pura demagogia e desonestidade política. Demagogia a que apesar de, por força do hábito, nos irmos tornando mais ou menos imunes (assim tipo vacina da varíola que “não pegou”), provoca ainda uma profunda irritação. Sobretudo por vir de gente com responsabilidades públicas e que não consegue dissimular ressabiamentos graves, sejam eles quais forem e tenham eles origem onde tiverem.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Cantar? Chiça...


[1417]

Decorre a festa dos capões em Freamunde. A forma como ontem ouvi a descrição científica de como se capa um galo (nós temos a particularidade de, em qualquer mister, fazermos uma expressão única quando descrevemos uma coisa que sabemos fazer bem, uma expressão assim ao género de que só nós é que sabemos, os outros são apenas curiosos que vieram ao mundo para complicar a vida aos que sabem, foi essa a expressão que eu observei ontem na D. Maria que explicava para a televisão como é se capa verdadeiramente um galo), dizia eu, depois de ouvir aquela aula em fazer capões, não devo comer galo tão cedo. Gostei particularmente de ter aprendido que um capão não canta. Por ter sido capado, disse a entrevistada. Pensei em duas coisas. Uma, a de que a muitos cantores da nossa praça não lhes faria mal uma castraçãozinha. Outra, a de que como é que um macho capado, seja ele qual for, tem vontade ou ânimo para cantar?

Cenas pífias


Foto com licença do RAP

[1416]

O episódio de fama de Carolina Salgado chegará ao fim dentro de uma ou duas semanas, como é normal no meu país. Nada de muito novo, afinal. O que me parece verdadeiramente de realçar foi o torvelinho de acções e reacções que o procedimento de Carolina espoletou, inclusivamente ao nível do governo da República. Senão, como entender a veemência com que Alberto Costa anda há dois dias a “pregar” a recente decisão do governo em criar uma brigada de combate à corrupção, com especial incidência no “mundo do futebol”? Não é uma intenção, é uma decisão, diz ele. Ora tomem, que é para não pensarmos que o Ministro da Justiça tem medo de capangas ou não cumpre a sua obrigação. Eventualmente, mesmo com polícias que não são as dele. Ou não eram, não sei se são agora.

Acrescente-se o verbo inflamado de porta-vozes, deputados e correlativos a berrar causas, efeitos e terapias para o momento difícil do futebol em Portugal (como ainda ontem um deputado do PSD cujo nome, felizmente, me escapa) e concluamos que Carolina teve a virtude de não resolver nada mas, pelo menos, de nos trazer momentos de rara actualidade e mais uma oportunidade de repararmos de que cepa somos feitos. Cepa pífia e com a habitual demonstração dos pimpões saloios que somos, para usar a terminologia feliz do Miguel Esteves Cardoso em “conversa” recente na televisão.

Aguardamos agora, com algum frenesi, a decisão do Procurador Geral que ainda não tinha lido o livro. Depois, a coisa cairá no esquecimento, como é costume. Carolina será esquecida e, com sorte passará ao lado duma tareia, Pinto da Costa arranja outra namorada e o FCP será campeão outra vez. E nós continuaremos orgulhosamente sós na nossa saloiice . Tal como antigamente mas, agora, em liberdade.

terça-feira, dezembro 12, 2006

I tawt I taw a pussy... a pussy... hummmm...Ó Reinaldo!






Wat out ta pussy.... help!





[1415]

"...Apesar de com ela ter partilhado o leito conjugal durante muito tempo, a verdade é que nunca Pinto da Costa tinha sido tão bem f..., digo, prejudicado, por Carolina, como agora..."

JCD no Blasfémias

Ora aqui está um post que me trouxe um sorriso alargado, antes de ir trabalhar! O humor inteligente tem destas coisas…

Geração (pouco) Rasca


[1414]

A votação para os melhores blogues de 2006 constituiu um agradável momento “bloguístico” e provou as capacidades do
Geração Rasca como organizador de eventos. A verdade é que tudo "aquilo! requereu muita organização e trabalho e a apresentação dos resultados finais atingiram momentos de grande divertimento e brilho.

Parabéns ao
Geração Rasca e, naturalmente, aos blogues e bloggers vencedores.

Os "empata-fórmulas"




O "empata" nr 1





[1413]


Confesso que a única pessoa que me pareceu minimamente lúcida no Prós e Contras de ontem foi aquele que me suscitou algumas dúvidas nos últimos tempos, sobretudo devido à sucessão de casos esquisitos, devidamente empolados pela comunicação social. Exactamente Carmona Rodrigues. Para além, naturalmente, de João Miranda, que expôs o óbvio quanto ao facto extraordinário de uma instituição como a Câmara Municipal de Lisboa ser governada no actual esquema vigente.

Dadas as nossas conhecidas características de civilidade, o resultado só poderia ser o estilo planfetário com que os vereadores se encarregam de barrar os caminhos do presidente, independentemente da sua bondade. Eu não sei muito nem pouco de autarquias mas apostava singelo contra dobrado em como devemos ser únicos nesta forma de governar. Interrogo-me mesmo para que é que precisamos de um presidente, a não ser que seja especificamente para dirimir argumentos políticos com a oposição.

"Oremos"


[1412]

Esta
forma de estar reflecte bem o estofo de muitos analistas, comentadores e jornalistas da nossa praça.

Só espero que o diabo não se canse muito com o peso de Pinochet e mantenha a energia suficiente para carregar com alguns que estão prestes a deixar este mundo e estão à beira de um mais que certo cortejo de panegíricos que constituirão a glória fácil e a emulação de uns quantos malfeitores que ainda por aí andam à solta e vivos da costa.

P.S. Com jeitinho, pode ser ainda que Margaret Thatcher leve, pelo menos, uns açoites ou uns golpes de forquilha de um diabinho ou outro, quando morrer. “Oremos”.

domingo, dezembro 10, 2006

LucyPepper's lost her temper


[1411]

"...and “Shit with Sugar” caused the tongue to loll.

This is an accurate representation of one of my children after I gave in and allowed her to watch Floribella for ten minutes. Dumbed down to amoeba-grade intelligence, lowest common denominator, badly written/directed/acted drivel, peddled to children and morons.
All of which is unacceptable on my planet (I still aim for world domination and I WILL be banning all forms of drivel including CSI Vegas/Miami/New York, the gentrification of football in all its forms and thick people weilding any kind of power, influence or large amounts of money)..."

In
Blogzira

Espumante's advice: Try and replace Florimerda by Eu, Carolina. As long as you save your little ones from unexpected reading, you get the same effect with a little difference. You get a paramaecia grade mind instead of amaeba. Put a "bata" on and run to the book shop...

Musgos, esporângios e parasitismo


Esporângio, órgao reprodutor das briófitas, vulgo musgos.


[1409]

Agora que a negação de Darwin é voz corrente nas falanges do “não” ao referendo sobre a IVG e, ao contrário, se sucedem e multiplicam os documentários sobre a evolução dos símios pelo homo erectus (300 c.c. de cilindrada de cérebro, pouco mais que uma motoreta de entrega de pizas), homo habilis, até ao homo sapiens (1300 c.c. de cilindrada, coisa assim como, deixa cá ver… um toyota corolla) pelas claques do “sim”, vale a pena pegar num exemplo feliz a favor da teoria da evolução.

Pegando num post da
Miss Pearls em que ela se decide ir ao musgo e porque para o bem e para o mal a biologia e a botânica fazem parte da minha formação académica, acabei por fazer uma pesquisa ligeira sobre os musgos, afinal umas vulgares briófitas que foram caindo mais ou menos em desuso pela acção dos “patos-bravos” na zona saloia, os herbicidas e, em última análise, pelas secas mais frequentes. E passando por cima de múltiplos aspectos interessantes da composição dos musgos, detive-me na imagem de um esporângio, reproduzido em cima, e que é, mais coisa mais coisa, o órgão sexual das briófitas, vulgo musgos. Se bem que o musgo se possa reproduzir assexuadamente, leia-se corte de uma parte do corpo e transplantação para local diferente e, mal comparado no homem, o equivalente à amputação de um dedo e dele nascer um novo ser humano, a verdade é que o musgo também se pode reproduzir por via sexuada – coisa que tem muito mais graça e dá muito mais gozo que cortar um dedo.

Chegados aqui e olhando cuidadosamente para a imagem acima eu gostava que me dissessem como é possível não estabelecer uma relação imediata entre o musgo e o homem, sendo que neste particular a evolução nem parece ter sido muita… sobretudo se pensarmos nos judeus, que devem apreciar muito o musgo, apesar de não fazerem presépios. Basta olhar para a imagem e ver as semelhanças. Há, porém, uma diferença de tomo. No musgo, o esporângio, o órgão sexual, é (segurem-se) um parasita. Leram bem, pa-ra-si-ta. Nem mais nem menos. Um parasita simpático, diria eu, pois em troca do que rouba para sustento, proporciona algum prazer ao hospedeiro e a continuação da espécie. Já no homem, a coisa não é bem assim. Há um registo de parasitismo entre ele e o seu órgão reprodutor mas é um contexto totalmente diferente e resta saber se é o órgão que parasita o corpo ou o corpo que parasita o órgão. Em qualquer dos casos, uma relação muito estreita, não despicienda e, em última análise, não descartável sob pena de extinção deste bicho complicado que é o homem.

P.S. Isto é o que acontece quando se acorda às 10, se toma o pequeno almoço às 10:05, se boceja às 10:07, espreguiça às 10:10 e o cérebro nos dá voz de comando para pegarmos na bicicleta e derretermos o excesso de lípidos e hidratos de carbono acumulados durante estes dias de chuva. O resultado é escrever um post que irá servir de desculpa para pegarmos na bicicleta mais tarde, e mais acordados, ou não pegar. Vejamos o que se passará a seguir.

sábado, dezembro 09, 2006

Intranquilo


[1408]

O Sporting acabou de vencer o Vitória de Setúbal por 3-0, num dos jogos mais tranquilos que teve desde o início do campeonato.

Curiosamente, na entrevista final, Paulo Bento não enpregou o termo com tranquilidade uma só vez que fosse. Não se faz…

Hum!...Com tanta notícia na TV


[1407]

Tás aqui tás a levar um tiro estalo...


Falta de respeito


[1406]

A chuva continua. Pífia, como quase tudo neste país, intermitente, tornando Cascais num mundo de lama, por força do mais descarado ataque de construtores civis e brigadas de obras de que tenho memória, no concelho. É um mundo de lama, de bandeirinhas vermelhas, de tubos, tábuas, buracos no chão, tubos de “PVC”, betoneiras, gruas, tudo a monte, tudo a esmo, rastos de lama de camiões a saírem de espaços de obras para a via pública, um exemplo acabado, por fim, da mais completa ausência de civilidade por parte de quem manda nestas coisas. Cascais está a tornar-se insuportável, sobretudo aos fins de semana quando a juntar à lama das obras aparece um batalhão de domingueiros que vêm ver a Boca do Inferno, entupir a estreitíssima estrada do Guincho e encher a Visconde Valmor de papéis de gelados Olá, sacos de plástico, beatas lançadas com requinte de habilidade circense pela janela do carro e cuspidelas de bitola elevada.

Há quem diga que esta é a tal massificação dos meios, dos costumes, do nivelamento das classes e que isso é bom. Eu acho que é mau. Degradante e em desrespeito absoluto pelos direitos de cada um. Mas isto acho eu que fui habituado a respeitar os outros. Mesmo aqueles de que não gosto.

E não há mais conversa...


[1405]

Detesto aquela gente que remata as discussões com
“e não há mais conversa”, ou “conversa acabada mesmo". É uma expressão pesporrente, revela uma insuportável relação com fenómenos freudianos e induz a que se tome, de imediato, partido pelo contendor, mesmo que este não tenha razão.

A esquerda é perita nesta linguagem, mesmo quando tem razão. Sobretudo a esquerda bem pensante que, todavia, não é capaz de “pensar” uma qualquer resposta adequada sem que o pé lhes fuja para a chinela.

Tomar Partido

[1404]

O
Tomar Partido resolveu levar a coisa à letra e tomou partido, mudando-se para aqui.

Ainda bem. Poderei continuar a ler o
Jorge Ferreira sem estar, por vezes, infinidades à espera que a página abra. E deixo-lhe aqui as minhas felicitações, também, por ter entrado no seu quarto ano de vida. É obra!

Simpatia


[1403]

Afinal o mecanismo da simpatia existe. Tal como o das granadas em campo de batalha. Da mesma forma que havia granadas que explodiam por simpatia, também nos blogues os inquéritos de opinião funcionam por simpatia. É ver os blogues do sim à despenalização ao aborto e blogues do não em relação a esses inquéritos para facilmente chegarmos a tal conclusão.

É por essas e por outras que as sondagens… como é que se diz mesmo???... valem o que valem, que deve ser a expressão portuguesa mais usada a seguir ao “é assim”, ao “desde logo” e ao “repare".

sexta-feira, dezembro 08, 2006

PUM!...


[1402]

Esta manhã acordei mais tarde. Tive uma sensação agradável quando percebei que era feriado e que havia semanários de Sábado. Às vezes são estas pequenas coisas que fazem a felicidade de um homem modesto como a rica casinha dos “Xutos”. E foi nesta espécie de letargia feliz que me decidi a um pequeno almoço atípico, mais "carbo-hidratado" que o costume, dirigindo-me à Sacolinha a fazer contas de cabeça sobre se deveria trazer croissants com creme e revestidos a amêndoa, duas tortinhas de Azeitão, ou o singelo pão-de-deus (para que conste Cascais tem um excelente fabrico de pastelaria e quem é daqui sabe do que falo). E foi com estes pensamentos positivos e de felicidade contagiante que comprei o Expresso e entrei na pastelaria ainda a decidir-me entre os croissants de amêndoa e as tortinhas de Azeitão quando sou atingido, em perfeitas condições de audição, por uma frase que me estarreceu: - O Pinto da Costa sofre de “flautulência”. Cocei-me, achei que devia ter estado mais tempo no duche, mas voltei a ouvir. Diz a Carolina no livro. Ele sofre de “flautulência” e tinha um problema complicado nos jantares de cerimónia. Cada vez que a Carolina o via a acender fósforos era sinal que ele se tinha descuidado. Isto além de outras coisas, ela fala dos árbitros, das máfias, dos bares da noite e até o Bobby fazia as necessidades na taça dos campeões.


Seguro de que alguma coisa me teria caído mal na noite anterior, acabei por perceber que Carolina Salgado tinha escrito um livro e colocado a boca no trombone. Nada que me surpreendesse por aí além, mas comecei a achar divertido. E mais divertido fiquei com o ar de cumplicidade das duas amigas, divertidas a perorar sobre … os gazes de Pinto da Costa ou a flauta de Pinto da Costa ou, no extremo, em Pinto da Costa a lutar com um ataque de flato com uma flauta enfiada no “derrière” que é assim que as “tias” agora dizem cu, em Cascais. Não pude evitar um sorriso intestino (a coisa hoje está meio visceral, eu sei, mas a culpa não é minha) perante a imagem de Pinto da Costa atacado de “flautulência”. Estive mesmo quase (foi, realmente, por pouco…) a dirigir-me a uma das conversantes (das tais que dizem derrière) e dizer-lhe que eu achava que "flautulência" se dizia flatulência mas que "havia várias opiniães". Contive-me.

Entretanto, parece que já não dá para comprar o livro. Pinto da Costa vai colocar uma providência cautelar, que é uma coisa que os portugueses de repente descobriram e com a qual se divertem imenso e o livro poderá sair dos escaparates ainda hoje. Ficar-me-ei pela fantasia de imaginar Carolina enfiada nos lençóis com Pinto da Costa, tocando flauta, ela, e dando livre arbítrio ao inalienável direito ao nobre exercício do flato, ele. O Bobby a fugir da cama por causa do barulho da flauta e do odor do flato, enquanto o telefone toca com a Maria Elisa a tentar saber se o Jorge Nuno está (não estou a levantar boatos, a Carolina é que diz…) e o Jorge Nuno à procura do comando para baixar a televisão que não se cala a dizer que o presidente do Benfica é arguido por causa do Mantorras. E Pinto da Costa, aos gritos, no pivete flauteado do quarto: - "Eu não te disse, Carolina? Eu não te disse? Eu sabia que o Major havia de bater com a língua nos dentes”.

Neste ponto, retorno à realidade e decido-me pelos croissants. Lembrei-me que as tortinhas de Azeitão me fazem gases. Pum! Abençoado país este em que a flatulência de Pinto da Costa enche os noticiários…

Divirta-se a ver mais
aqui.
Sítio encontrado via O Insurgente

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Shame...


[1401]

Desde que me sentei aqui ao computador que a TV está ligada no "Bom dia Portugal". O apresentador já deve ter dito trinta vezes que o Sporting ontem
foi derrotado por 3-1 e que já nem à Taça Uefa vai.

O que me aflige é que já não me irrito. Ou os meus mecanismos intestinos de reacção estão a soçobrar perante o uso continuado a que são submetidos neste país, ou porque até vi o jogo ontem sem mesmo dizer um palavrãozito que fosse. Há realmente qualquer coisa que me abana por dentro e que está a fazer com que me pareça muito mais grave eu não saber da chave do carro do que o Sporting perder o comboio da Europa. Resta-me tentar partido dos vários programas e sábios que começaram já a dizer que Paulo Bento é puto (esta ouvi ontem) não percebe nada daquilo e que lhe falta ainda tarimba. Os mesmos que há poucas semanas atrás achavam que Paulo Bento era o máximo.

E agora vou trabalhar e aguardar alguns sorrissos condescendentes de alguns colegas de trabalho. Mas eles que não riam muito porque se sujeitam a uma boa gargalhada amanhã…

Hilariante




[1400]




Koreans mourn elderly freedom fighter

"With poverty having reached excruciating levels in South Korea, Nei Lee-Soon and his extended family decided to try once again to cross over for freedom in the Democratic People's Republic of Korea, a trek he has attempted over 217 times in the past 20 years. Just meters away from freedom, Nei Lee-Soon was shot to death by a brainwashed fascist South Korean soldier. His family was captured, brutally raped, and sent off to concentration camps. As such, flags in Pyongyang and the entire country have been brought down to half mast to mourn for this brave and dear old man. It is hoped that the courage of Nei Lee-Soon will live on and encourage other South Koreans to fight back against the imperialist regime that has oppressed them for almost 60 years."


Nei-Lee-Soon, antes de ser abatido pelos imperialistas da Coreia do Sul!...


O grave não é ainda ser possível notícias destas. Verdadeiramente preocupante é haver gente que acredita ou, mais grave ainda, faz que acredita e tem voz pública para declarar que a Coreia do Norte é uma democracia na bancada de uma Assembleia da República de um país europeu e democrata. Não é verdade, Bernardino Soares?

A parte cómica da coisa é que mesmo nos países que se libertaram recentemente da utopia socialista, esta retórica já estava em desuso. Mas em Pyong Yang está de saúde e recomenda-se. Simplesmente trágico.

Via
25 centímetros de neve

Não sei se o
blog é verdadeiro. Parece ser. E merece ser lido nas diferentes rubricas.

terça-feira, dezembro 05, 2006

O boato fere como uma lâmina


[1399]

Atenção –
é boato. Uma vez mais a direita se entretém a lançar atoardas. Não houve arrastão encalhado nenhum. Não há arrastão. O arrastão é falso, parece ter sido uma inofensiva falua do Tejo que se desprendeu da poita na Trafaria e foi dar a Setúbal.

Diana Andringa está já nomeada pela CNADA, Comissão Nacional de Desmentidos de Atoardas (uma das Comissões criadas ainda pelo governo de Guterres e não extinta, certamente por esquecimento) para redigir um desmentido e
Daniel de Oliveira prepara já a abertura de uma blog que em princípio se chamará Arrastão2, a menos que tudo isto seja mesmo uma vil verdade ou alguma mosca que lhe tenha caído no prato da sopa.

Atenção cidadãos. Permaneçamos vigilantes. O boato fere como uma lâmina. A reacção não passará. E já agora, como quem vai de caminho, viva Chávez (não tem nada a ver com o assunto, mas vai bem aqui no post).

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Um padre fixe


[1398]

Se alguma vez se virem forçados a passar uma manhã de um dia útil em casa liguem a TV e vejam um programa chamado “Praça da Alegria”. Está lá o Jorge Gabriel com o ar de quem pertence a outra anedota mas que se mantém ali pelo seu elevado espírito de profissionalismo, tem a Sónia, mais gordita porque foi mãe mas com uma cara laroca, um Hélder, rapaz simpático em serviço no exterior recolhendo beijinhos para serem enviados para tios, madrinhas, filhos, namorados e tutti quanti “a ganharem o pão” pela Bélgica, Luxemburgo, Suiça, França e Alemanha e tem, cereja no bolo, um padre Borga. Um padre jovem que conta anedotas, canta, solta chistes apropriados ao momento televisivo e vai educando o pessoal com fé cristã e uma refinada dose de politicamente correcto. Só visto. Mas vale a pena. Vão por mim!

Um coelacanth socialista?


[1398]

Acho a opinião de Rui Carmo do
Insurgente algo redutora quando ele afirma que o paraíso socialista é a causa próxima da tragédia do Zimbabwe. Na minha opinião, não é. A situação daquele outrora pujante país tem pouco a ver com socialismo. Tem a ver, sim, com o dramático recurso de alguns líderes africanos ao mainstream de racismo, xenofobia e tribalismo tout-court que, por muito que custe às consciências correctas dos países desenvolvidos, continua vivo e de boa saúde em alguns países africanos. Se lhe juntarmos a corrupção e o roubo, temos uma receita ideal para o descalabro das economias e que foi o que aconteceu no Zimbabwe. A denúncia tardia por parte de outros líderes africanos dos desmandos de um idoso patologicamente afectado pelo ódio aos brancos deve-se fundamentalmente ao papel estrategicamente importante que o Zimbabwe representava no contexto geo-político e às economias de países como a África do Sul, a Zâmbia, o Malawi, Moçambique e o Botswana.

Os “paraísos socialistas” são responsáveis por muito de mau em muitos países. No caso do Zimbabwe, na minha opinião, a situação é claramente diversa.

domingo, dezembro 03, 2006

Ainda Chávez

[1397]

O A. A. Alves do
Insurgente fez uma referência a um post meu de Agosto, onde eu dava conta, de uma forma mais ou menos brejeira, de uma visita de Chávez ao Mali.

Para além do inusitado número de visitas para um Domingo que o link provocou, tenho de confessar que não pude conter um sorriso ao reler o post e lembrar-me desse dia de regabofe no hotel. Ao mesmo tempo que reparo que a criatura vai subir de novo ao poder até 2013…

sábado, dezembro 02, 2006

Três anos de Rititi



[1396]



Girls in white dresses with blue sashes free
Open the Blogger and read
Rititi
Silver white winters that melt into springs
These are a few of my favorite things (*)


(*) Liberdade poética com a música do Favourite Things do Sound of Music (mas isso deves ter percebido porque eu sei que és uma menina muito arguta) e um pretexto para deixar aqui três beijinhos amigos, um por cada ano rosa cueca (olha, cueca dá erro no Word, mas o termo é teu e, de resto, rosa sem cueca ainda nos faz lembrar algum socialista sem underpants que é coisa que não me apetece lembrar agora…) de um dos meus blogues favoritos.

Tchin Tchin

Novos links

[1395]

Mais uma indispensável actualização ali na faixa da direita. Com efeito, foram adicionados aos meus links:

O
“Aquecimento Blogal
O
“Cachimbo de Magritte”
O
“Hole Horror” e
O
“31 da Armada”

(a este último quero agradecer ainda o ter sido já lincado anteriormente)

Se dúvidas houvesse...

[1394]

Com o desfecho de ontem de mais um derby lisboeta, creio não restarem dúvidas que se reacendeu a luta pelo campeonato da segunda circular. Infelizmente é assim!

Começa...


[1393]

A
notícia começa bem - A foto é interessante, tem um acentuado sentido estético, refrescante, porque frequentemente vemos presidentes de república ou candidatos a saírem de dentro de um automóvel. Mas, convenhamos – a maioria dos presidentes (ou putativos presidentes) são feios, têm pelos e músculos nas pernas ou, pelo menos, devem ter, que não me ocorre jamais eu ter visto uma foto de um presidente e lhe olhar para as pernas. Se considerarmos, ainda por cima, que a foto acima foi tirada em Beirute quando da recente visita de Ségolène àquela capital, mais refrescante ela se torna, porque se há coisa que não me ocorre é ver o primeiro terço da coxa de uma mulher árabe. Muito menos de alguma mulher árabe com responsabilidades públicas.

E estava eu neste conforto “tufinha” de uma manhã chuvosa de Sábado, não só pela elegância da perna exposta mas pelo significado intrínseco da cena quando leio que o deputado do Hezbollah Ali Ammar terá feito uma longa exposição na qual
il a fustigé "la démence illimitée de l'administration américaine", ao que Ségolène terá replicado qu'"il y a beaucoup de choses que vous dites que je partage", citant en premier exemple "l'analyse du rôle des Etats-Unis".

Se o Francês não me falha, fiquei a saber que a senhora acha que a administração americana é composta de um punhado de dementes sem limite. Ele terá dito ainda outras coisas onde me pareceu evidente pretender contrabalançar a sua afirmação sobre a saúde mental da administração americana, lembrando-se que foi convidada pelo Partido Democrata a deslocar-se aos EEUU em Dezembro mas, para mim o essencial estava dito. Ao ponto de a perna de Ségolène se encher de pêlos, músculos de ginásio, "joelhuda" e de proeminentes artelhos .