Porque hoje é Sábado ( 2 )
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Há um fenómeno na minha paróquia que me dá um dificilmente contido desejo de gargalhar. Eu explico: Cada vez que se publica um livro referindo um caso sórdido qualquer que aflige aa consciências da comunidade, há um necessidade patológica dos nossos intelectuais garantirem que não lêem essas coisas, não leram e nunca lerão. Isso não os inibe, porém de dissecar o assunto até ao tutano.
No caso particular do livro de Carolina, já devo ter lido mais de cinquenta artigos, editoriais de jornais de referência, blogues, coluna de opinião, crónicas e correlativos todos a começar por “… Não li o livro, nem tenciono ler…”. Logo a seguir esmiúçam e analisam profundamente, dão verdadeiras lições de sapiência sobre as implicações no futuro da Nação do flato de Pinto da Costa, da tirada do regalo do boi, das unhas dos pés do Jorge Nuno (e dos pêlos das orelhas também) do quarto único do hotel em Santiago de Compostela, dos pormenores da sova a Bexiga, do número de filhos de Carolina, (dois, de um pai vinte e cinco anos mais velho, não esqueçamos !!!). Simplesmente delicioso. Um must. Mais do que ler o livro, ler as opiniões. Tudo de “ouvir dizer”, naturalmente, porque ninguém leu o livro. Aparentemente só o leram o Procurador Geral da República, Maria José Morgado e o “Barbas” da Caparica.
PS. Miguel Sousa Tavares acha que Pinto da Costa devia pedir desculpa ao FCP. E demitir-se. Por causa do livro ou dos 13 episódios descriminados hoje no Expresso? Convinha esclarecer.
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