Cenas pífias
Foto com licença do RAP
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O episódio de fama de Carolina Salgado chegará ao fim dentro de uma ou duas semanas, como é normal no meu país. Nada de muito novo, afinal. O que me parece verdadeiramente de realçar foi o torvelinho de acções e reacções que o procedimento de Carolina espoletou, inclusivamente ao nível do governo da República. Senão, como entender a veemência com que Alberto Costa anda há dois dias a “pregar” a recente decisão do governo em criar uma brigada de combate à corrupção, com especial incidência no “mundo do futebol”? Não é uma intenção, é uma decisão, diz ele. Ora tomem, que é para não pensarmos que o Ministro da Justiça tem medo de capangas ou não cumpre a sua obrigação. Eventualmente, mesmo com polícias que não são as dele. Ou não eram, não sei se são agora.
Acrescente-se o verbo inflamado de porta-vozes, deputados e correlativos a berrar causas, efeitos e terapias para o momento difícil do futebol em Portugal (como ainda ontem um deputado do PSD cujo nome, felizmente, me escapa) e concluamos que Carolina teve a virtude de não resolver nada mas, pelo menos, de nos trazer momentos de rara actualidade e mais uma oportunidade de repararmos de que cepa somos feitos. Cepa pífia e com a habitual demonstração dos pimpões saloios que somos, para usar a terminologia feliz do Miguel Esteves Cardoso em “conversa” recente na televisão.
Aguardamos agora, com algum frenesi, a decisão do Procurador Geral que ainda não tinha lido o livro. Depois, a coisa cairá no esquecimento, como é costume. Carolina será esquecida e, com sorte passará ao lado duma tareia, Pinto da Costa arranja outra namorada e o FCP será campeão outra vez. E nós continuaremos orgulhosamente sós na nossa saloiice . Tal como antigamente mas, agora, em liberdade.
1 Comments:
Terem nomeado a Maria José Morgado ontem para resolver o apito dourado dá-me alguma esperança...
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