sexta-feira, dezembro 08, 2006

PUM!...


[1402]

Esta manhã acordei mais tarde. Tive uma sensação agradável quando percebei que era feriado e que havia semanários de Sábado. Às vezes são estas pequenas coisas que fazem a felicidade de um homem modesto como a rica casinha dos “Xutos”. E foi nesta espécie de letargia feliz que me decidi a um pequeno almoço atípico, mais "carbo-hidratado" que o costume, dirigindo-me à Sacolinha a fazer contas de cabeça sobre se deveria trazer croissants com creme e revestidos a amêndoa, duas tortinhas de Azeitão, ou o singelo pão-de-deus (para que conste Cascais tem um excelente fabrico de pastelaria e quem é daqui sabe do que falo). E foi com estes pensamentos positivos e de felicidade contagiante que comprei o Expresso e entrei na pastelaria ainda a decidir-me entre os croissants de amêndoa e as tortinhas de Azeitão quando sou atingido, em perfeitas condições de audição, por uma frase que me estarreceu: - O Pinto da Costa sofre de “flautulência”. Cocei-me, achei que devia ter estado mais tempo no duche, mas voltei a ouvir. Diz a Carolina no livro. Ele sofre de “flautulência” e tinha um problema complicado nos jantares de cerimónia. Cada vez que a Carolina o via a acender fósforos era sinal que ele se tinha descuidado. Isto além de outras coisas, ela fala dos árbitros, das máfias, dos bares da noite e até o Bobby fazia as necessidades na taça dos campeões.


Seguro de que alguma coisa me teria caído mal na noite anterior, acabei por perceber que Carolina Salgado tinha escrito um livro e colocado a boca no trombone. Nada que me surpreendesse por aí além, mas comecei a achar divertido. E mais divertido fiquei com o ar de cumplicidade das duas amigas, divertidas a perorar sobre … os gazes de Pinto da Costa ou a flauta de Pinto da Costa ou, no extremo, em Pinto da Costa a lutar com um ataque de flato com uma flauta enfiada no “derrière” que é assim que as “tias” agora dizem cu, em Cascais. Não pude evitar um sorriso intestino (a coisa hoje está meio visceral, eu sei, mas a culpa não é minha) perante a imagem de Pinto da Costa atacado de “flautulência”. Estive mesmo quase (foi, realmente, por pouco…) a dirigir-me a uma das conversantes (das tais que dizem derrière) e dizer-lhe que eu achava que "flautulência" se dizia flatulência mas que "havia várias opiniães". Contive-me.

Entretanto, parece que já não dá para comprar o livro. Pinto da Costa vai colocar uma providência cautelar, que é uma coisa que os portugueses de repente descobriram e com a qual se divertem imenso e o livro poderá sair dos escaparates ainda hoje. Ficar-me-ei pela fantasia de imaginar Carolina enfiada nos lençóis com Pinto da Costa, tocando flauta, ela, e dando livre arbítrio ao inalienável direito ao nobre exercício do flato, ele. O Bobby a fugir da cama por causa do barulho da flauta e do odor do flato, enquanto o telefone toca com a Maria Elisa a tentar saber se o Jorge Nuno está (não estou a levantar boatos, a Carolina é que diz…) e o Jorge Nuno à procura do comando para baixar a televisão que não se cala a dizer que o presidente do Benfica é arguido por causa do Mantorras. E Pinto da Costa, aos gritos, no pivete flauteado do quarto: - "Eu não te disse, Carolina? Eu não te disse? Eu sabia que o Major havia de bater com a língua nos dentes”.

Neste ponto, retorno à realidade e decido-me pelos croissants. Lembrei-me que as tortinhas de Azeitão me fazem gases. Pum! Abençoado país este em que a flatulência de Pinto da Costa enche os noticiários…

Divirta-se a ver mais
aqui.
Sítio encontrado via O Insurgente

1 Comments:

At 9:26 da manhã, Blogger Carlota disse...

LOL! :D
E vamos ter assunto p'ra alimentar polémicas durante anos a fio. Digo isto porque vi ontem a entrevista da autora ao Jornal da Noite da SIC...
Lá disseram que o livro saía hoje e não falaram de nenhuma providência cautelar...
Beijola.

 

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