sábado, dezembro 31, 2005

Espumante "Awards" 2005



[694]

E antes que acabe o ano, aqui fica a minha selecção. Os vinte melhores. Gente amiga e que, estou certo, desculpa qualquer coisinha. Por isso me atrevo a brincar um bocadinho, elegendo os melhores blogues de 2005. Sem direito a recurso ou contraditório. Vejamos:

1) - Melhor blog na categoria “Hoje está a chover e molhei os sapatos e não esqueçamos os que não tinham sapatos durante séculos de dominação colonialista”

Chuinga2

2) – Melhor blog na categoria “Hoje faz anos que nasceu ele, morreu ela, cantou ela, escreveu ele, ela tirou um quisto sebáceo das costas e ele recusou a circuncisão quando casou com uma judia”

Chora que logo bebes

3) – Melhor blog na categoria

Sol na eira,
Sol no nabal,
Sol na Europa inteira,
Que o cinzento faz-me mal.

No cinzento de Bruxelas

4) – Melhor blog na categoria “Eu sou um blog de referência e assim, mas o FEQUÊPÊ é campeão mundial de clubes e europeu, o Sporting está falido e a comunicação social leva o Benfica ao colo até ao título”

Blasfémias

5) – Melhor blog na categoria “Um dia destes linco-te, mas é se te portares bem e por isso, enquanto linco e não linco vais ali para avaliação e depois logo se vê. Ahh… e porra, que porra também vai bem com o template e com o fígado quando me zango com alguns comentadores”

Controversa maresia

6) – Melhor blog na categoria “Hoje estou mal disposta, farto-me de trabalhar, a máquina de sumos avariou, o pão saiu uma porcaria da maquina, o Ipod avariou, vou mas é soltar os cães e calem-se que tenho uma costela de Almeirim”

Formiga Rabiga

7) – Melhor blog “esta noite engatei um espanhol mas olhei para o lado e entretanto o gajo deu de frosques e a vida é uma chatice, isto assim não pode ser, ando a dormir sozinha há três quinze dias”

Horas perdidas

8) – Melhor blog na categoria “relativização dos linques, cambada de blogclimbers que não se enxerga e a sua influência no traço escultórico na arte maconde”

Ma-schamba

9) – Melhor blog na categoria “Eu é que sou a presidente dos translatores”

Mindshelves

10) – Melhor blog na categoria “Depois, o meu pai tirou o olho de vidro e colocou-o em cima da mesa e disse: Olha lá, moleque, eu vou sair e o olho fica aqui a tomar conta de ti e a ver se fazes o trabalho bem feito”

Na senda das Beiras

11) – Melhor blog na categoria “Estou sem paciência pr’esta merda… tão e os comentários?

100 nada

12) – Melhor blog na categoria de comPILAções, onde o erótico vai por cima, o satírico vai por baixo e o burlesco vai por onde der mais jeito”

Voz em fuga

13) – Melhor blog na categoria “Caxias tem uns restaurantes porreiros mas eu gosto mesmo é de Maria Velho da Costa”

Simples Sopros

14) – Melhor blog na categoria “O melhor tango é o das pérolas, carajo”

Bomba Inteligente, Miss Pearls e Rititi, todas “exécuas

15) – Melhor blog na categoria ”cómico, feito por gente que tem a mania que é séria”

Bichos carpinteiros

16) – Melhor blog na categoria “Poesia, comida caseira”

Ofício Diário

17) – Melhor blog na categoria “Absoluto, se não fosse o
Semiramis

Portugal dos Pequeninos

18) – Melhor blog na categoria “Absoluto, mesmo com o
Portugal dos Pequeninos e tudo”

Semiramis

19) – Melhor blogger, na categoria “Absoluto, se não fosse o
JCD

Joana

20) – Melhor blogger na categoria “Absoluto, mesmo com a
Joana e tudo”

JCD

“Prontes”, esta é a minha selecção. Mas gosto de todos em geral e, assim à laia do José Rodrigues dos Santos, “de si, em especial”.

BOM ANO.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Bom 2006 para todos



[693]

Ando há uma série de dias para publicar os espumante-awards. Coisa simples, em linha directa com a simplicidade deste blog. Mas feita com denodo e carinho. Também ando para publicar uma reflexão sobre as coisas más e boas que me aconteceram durante o ano, bem assim como um plano de intenções para 2006. Nada de lugares comuns, como se pode verificar.

Mas a verdade é que o tempo tem sido pouco e tão absorvente como um tissue da L'Óreal (que são uns tissues a que não resisto e julgo "merecer"…) por causa da Andie MacDowell cujo semblante só poderia ser mesmo da L’Óreal (não consigo imaginar a Andie a fazer um anúncio à pastelaria do Sr. André, naquele espaço reservado à publicidade regional durante a Volta a Portugal, mas isso são contas de outro rosário). E com o tempo absorvente, nem escrevo nada de jeito - e de muito menos jeito é o que penso, condições óptimas para me remeter a um prudente e sábio silêncio, antes de começar para aqui a falar do Mário Soares outra vez e ser cruelmente denominado de Blog Político como há dias o prezado
E-jetamos me apelidou.

Mas fica prometido que logo que passe a euforia das festas (!…) eu farei a tal reflexão e a tal lista de intenções. Não que isso interesse por aí além seja a quem for, mas um ou dois posts desse género sempre vão bem com o template e com a época.

Até lá, e porque neste preciso momento estou a retirar-me do meu fiel local de trabalho para uma missão tão nobre e importante como comprar uma garrafa de champagne, uma de vinho branco e outra de vinho tinto (coisa que espero realizar a contento, sem grandes convulsões ou erro), desejo a todos uma incrível passagem de ano. Seja a cantar, a pular e a dançar a sempiterna Mamã eu Quero, seja com uma provavelmente não tão rara solidão que será a companhia de alguns dos que me lêem.

Para todos um grande abraço e vão ver que desta vez é que é. Desta vez é que o ano novo vai ser igual aos outros todos, mas se chegarmos ao fim do próximo e cá andarmos para fazer os mesmos votos já será bom. Será sinal que cá estamos todos e com a esperança viva de que o próximo, o Novo, é que vai ser bom.

Abraços e beijos para tutti quanti.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Pensamento espumante do dia



Concelho de Sintra

[692]

A questão não é acolhermos a ideia resignada de que este país é uma choldra e, com isso, gerarmos, um sentimento de culpa e de alguma vergonha. O problema é o facto em si. Ser mesmo uma choldra - e uns não repararem, outros não saberem sequer o que é uma choldra e, tragicamente, uns quantos tirarem disso proveito.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Ice cream, You scream!...



[691]

A sensação é essa: - Sete amigos, dos quais um é mulher, juntam-se e entre uns copos e uma partida de poker resolvem tocar música. Com gosto e empenho. Trombone de varas, trompete, clarinete, contrabaixo (daqueles antigos que fazem mesmo boom, boom, boom, bateria e piano compõem o ramalhete de uma verdadeira orquestra. Aqui e ali todos cantam também. Um de cada vez. Música simples, letras simples, daquelas que nos transportam a New Orleans, mesmo a quem nunca lá tenha estado.

Confesso que fui um pouquinho de pé atrás. Admiti que tudo "aquilo" rodava à volta do nome de Woody Allen e enganei-me redondamente. Excelentes executantes, bons comunicadores e o próprio Woody, igual a ele próprio nos filmes, com umas calças de bombazine castanha de cintura pelos mamilos, sapatos castanhos, camisa de côr indefinida e os óculos que lhe conheço há pelo menos trinta anos e com aquele sotaque e tiques Manhatanian e a entoação de quem está a fazer psicanálise, demonstou ser um exímio clarinetista e, last but not least, com um tremendo gozo no que estava a fazer. Afinal, foi um grande espectáculo de Dixieland e tempo bem empregue.


WOODY ALLEN & HIS NEW ORLEANS JAZZ BAND




Woody Allen, clarinete;

Eddy Davis, director musical e banjo, de longa e reconhecida trajectória no mundo do jazz, tocou com vários nomes importantes como Tom Waites e Benny Goodman;

Conal Fowkes, contrabaixo. Formado pelo Royal College of Music de Londres , instalou-se em New York a partir de 1997;

Robert Garcia, bateria. "Habituée" de locais de pretígio como o The Blue Note, Iridium, Koitting Factory, entre outros;

Cinthya Sayer, piano. Actriz presente em várias filmes de Woody Allen como Rosa Púrpura do Cairo e Misterioso Assassínio em Manhattan, além do piano também canta e toca banjo;

Simon Wettenhall, trompete. Formado musicalmente nos EUA e na Austrália, especializa-se em blues;

Jerry Zigmont, trombone. Formado pela Universidade de Connecticut, começou a evidenciar-se em vários clubes da Nova Inglaterra.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Aberrante



[690]

Peço ao
Dr. Medeiros Ferreira e à Drª Joana Amaral Dias que me elucidem sobre as verdadeiras causas de o Dr. Mário Soares estar a ter este tipo de comportamento. Está doente? Estava ébrio? Ou estarei eu a ter alucinações? Ora atentem nesta resposta do Dr. Soares a uma pergunta de um jornalista pró Soares:

Jornalista: Ficou chocado com aquilo que disse o líder do PP?

Mário Soares: Não, não foi o lider do PP que disse isso. E aquela coisa que me referi, do terrorismo, foi o líder do CDS que disse isso, dr. Ribeiro e Castro, que é uma coisa inaceitável e impossível. Ele diz aquilo... ele é, ainda por cima, deputado do Partido Socialista... um dos grandes grupos do Partido Socialista é o Partido Socialista... o Partido Socialista Europeu... Imagine lá como é que ele vai entender-se com os colegas do parlamento a dizer dessas coisas aqui no plano interno... E é feio, não é bonito e... é uma pena que seja um dos mais entusiásticos, senão o mais entusiástico, apoiante do dr. Cavaco nesta eleição.


Esta pérola pode ser confirmada aqui
neste vídeo.

E depois, tirando algumas honrosas excepções, que jornalista ou meio de comunicação social tem dado realce a este episódio? Mas em que país é que eu vivo?
Resposta de M. Soares e ref do vídeo via O Insurgente.

Festas





[689]

Não fora as festas (!...) e eu diria que a quadra acabada de atravessar se teria resumido a uma desumana sessão de engorda. Engorda mesmo, daquelas concedidas aos cevados antes do fatal golpe no coração que os há-de transformar em chouriços.

Não é racional um homem dedicar-se a estóicos programas de pedaladas vigorosas, no nobre intuito de perder 100 g por cada hora de bicicleta para compensar os 250 g por cada pacote de cigarros que deixou de fumar e depois, num ápice, atulhar o esófago com um fluxo contínuo de açúcares, gorduras e hidratos de carbono. Pior, sentir-se na polida obrigação de ir dizendo que está tudo muito bom para não criar um incidente diplomático com a minha santa mãe a quem ainda um dia haverei de ouvir dizer que alguma coisa feita por um filho está mal feita.

Não é inteligente, mas é o que acontece. Pelo menos comigo aconteceu. Entre sonhos de abóbora, azevias, rabanadas, filhós, coscorões (não sei bem o que é, mas comi…) ainda tive de arranjar espaço para um perú de nome abichanado, (“Perú Lirú”…, eu seja ceguinho) e a saber a… hummm… hummm… qualquer coisa menos perú, mas que estava muito bom. “So to speak”, porque é natal e eu não me ia pôr para aqui a dizer que o tal Lirú estava intragável.

E foi no seio dos ingredientes acima citados que passei umas horas do meu Natal. Falta acrescentar o pormenor da ditadura das adoráveis criancinhas. Cinco, CINCO, entre os seis meses e os quatro anos (é que tenho uma irmã que, de repente, sem prévio aviso e, muito menos, justa causa, resolveu ter um contentor de netos, tudo ao mesmo tempo). Entre dois sonhos ou duas rabanadas, havia a permanente, sonora, absorvente, preocupada e omnipresente hiperactividade das… não, não era das criancinhas, mas sim dos seus fautores, avalistas e assessores, preocupados que estavam em cantar em permanência as gracinhas dos ditas, enquanto elas se deliciavam a chorar, fazer brruumm com qualquer coisa que apanhassem, atirar com arroz doce para o chão, cair e bater com a cabeça em qualquer lado e outras manifestações juvenis que diferenciam o homem do… orangotango, por exemplo, que não me consta que orangotangos juvenis se entretenham a atirar arroz doce para o chão. É o que sempre digo. As criancinhas às vezes têm tanta vida que até apetece tirar-lha!

Voltemos às festas. É a parte lúdica e a verdadeira essência da coisa. “Festas no corpo todo”, como já vi por aí em alguns blogues! Não fossem elas, as festas, e a festa de natal arriscava-se a afunilar num par de kompensans, um lexotan e a uma frize de limão com gás. Isto depois da tonelada de açúcares, gorduras e hidratos de carbono. Vivam as festas!

NOTA: Para que se saiba e não vá a minha irmã ler isto no intervalo de duas gripes, trabalho, duas sessões de baby sitting e uma ida ao Alto Alentejo, quero que se saiba que este post é uma brincadeirinha inocente. “Deixai vir a mim as criancinhas”, aprendi eu algures em pequenino. O problema é que elas vêm mesmo e não param quietas!... Mas fica a festa da família. SEMPRE
.



Perú Lirú - Como se pode ver, é um perú. Mas lá dentro não tem perú. Quer dizer... acho que tem, mas está moído, triturado, misturado com pinhões, pão, chouriço e um mundo de coisas que não sei definir. Ahhh... e sabe a Lirú, porque saber a perú foi coisa que não dei por isso!

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Fechado para Natalar



[688]

A lavandaria da rua da
Madalena resolveu fechar a 24/12 do corrente. Mais, a Madalena achou que estava bem e vai de fechar o Chora e eu, bom… a verdade é que gostei tanto do letreiro da lavandaria que o pifei à Madalena, igualmente para avisar que também estarei fechado a 24/12/05 do corrente mês do ano em curso.

É que é dia de família. De Natal. De beijos, filhós, abraços, rabanadas, presentes e azevias. De risos, sorrisos e cumplicidades. De bonomias, tolerâncias e anestesia de angústias. É Natal e seria mau aspecto vir para o computador ler blogues. Daí que aproveito o letreiro que roubei à Madalena, que roubou à lavandaria lá da rua, para dizer que também fecho. E depois das rabanadas… cá estaremos de novo.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Semiramis e um passeio na Avenida da Blogos



cof...cof...cof...

[687]

As
Insurgenciais ditaram o Semiramis como vencedor de "o melhor blog de direita", seguido do Blasfémias e do Acidental.

Até concordo com o resultado, desde que as votações tenham sido “limpas”. Embora considere que a
Joana é apenas uma razoável blogger. Quanto aos Blasfemos eles acham que têm valor, mas eu lembro-me bem do que os meus amigos da Blogosfera me disseram deles e que não cito porque não interessa. Deixo para o fim o Acidental – Penso que o problema deles é não lerem livros (apesar de terem escrito um, dizem eles que escreveram...) e lerem apenas dossiês. De resto, acho que uma votação não chega. Exijo que haja mais votações, de preferência olhos nos olhos. Assim é que deve ser.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Ainda o debate (?) de ontem



[686]

"Eu sei o que me diziam os meus amigos na Europa"!

Mário Soares no debate (?) ontem com Cavaco Silva!

Este homem é rasteiro, é mal formado, intriguinhas, mauzinho, queixinhas, complexado - e quando andava na escola devia ser do género puto embirrento de fazer sacanices aos colegas, espetar alfinetes nos olhos do papagaio, amarrar latas aos rabos dos gatos e depois ir bufar à professora que foi o Zequinha!

Lisboa mais bonita



[685]

Há alturas em que Lisboa se torna a mais bela, fresca, límpida, gaiata e romântica cidade do mundo! Vá lá saber-se porquê…

Bom dia de trabalho para todos.

Embuste



Uma imagem demasiado séria e que mereceria outro tipo de respeito

[684]

Ainda estou por tentar perceber como se gerou a ideia de que Mário Soares é um homem de cultura e que essa condição poderia criar engulhos a um tecnocrata como Cavaco Silva. Por muita vasta que seja "a biblioteca" de Soares, este não tem demonstrado mais do que uma tosca manipulação de conhecimentos e factos que, como toda a sua acção governativa, parece conhecer pela rama e usar como arma de arremesso político. Questões tão sensíveis e importantes como a globalização, o fundamentalismo religioso, os oceanos, o ambiente e outros servem para Soares debitar verbo mais ou menos inócuo, constituem excelente veículo de pensamento politicamente correcto, mas mostram facilmente a fragilidade de Soares nestas e noutras matérias, quando ele se limita a aflorar (aflorar é o termo) estas questões sem qualquer fundamento ou conhecimento científico.

No fundo, esta atitude é bem típica da esquerda porta-estandarte da ciência e da cultura que mais não precisa que brandir um punhado de chavões para impressionar a maralha obscura e tirar, disso mesmo, proveitos. É, no mínimo, constrangedor verificarmos que em Portugal este tipo de procedimento ainda rende dividendos.

Foi isso mesmo que Soares demonstrou ontem no debate. Cavaco Silva frequentemente demonstrava dificuldades em dar respostas cabais às questões colocadas. Não porque fosse difícil combatê-las com argumentário adequado, mas porque elas eram postas numa forma e num estilo que, francamente, estão totalmente desfasadas do tempo em que vivemos e da nossa realidade política. Além de que Soares, enervado, continua a ser um exemplo de irritante falta de educação e agressiva arrogância que são, como se sabe, as armas dos que não têm razão ou dos que não tem a mínima ideia do que estão a dizer. E, assim, é difícil debater seja o que for.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Bom Natal para todos



[683]

Conheci gente interessada e interessante aqui na Blogos. Confesso que me sinto agradavelmente surpreendido por isso. E já é tanta gente que é difícil referir este ou aquele sem ferir susceptibilidades, especialmente a minha, que eu nestas coisas de afectos e amizades sou muito sãozinho!…

E estando a muito poucos dias do Natal, quero aqui deixar o meu voto muito sentido de que cada um de nós o passe na companhia daqueles que nos são queridos (não sei se reparam que estou a aproveitar a boleia para mim próprio…), em harmonia e amor, e que entremos em 2006 com o ímpeto próprio de quem acha que as dificuldades são uma treta e que se aqui e ali sofremos reveses a culpa é sempre de algumas más arbitragens. Também há maus árbitros na vida e desconfio até que o sistema também existe.

Para todos os que leio, para todos os que me lêem, lincados ou não, um grande beijo e um grande abraço, um Natal muito feliz e um Novo Ano cheio de prosperidade, saúde e, sobretudo, gosto pela vida.

Uma chamada especial àqueles com quem privo mais de perto (e eles sabem quem são): - Um grande beijo. É bom gostar de vocês, é bom desejar-vos o melhor. Tanto quanto o desejo para mim.


Boas festas!

Cautela e caldos de galinha...



[682]

Circunstancialmente verei hoje o debate ( ???...) na companhia da minha santa mãe. Irei munido dum rolo de adesivo para lhe selar a boca de cada vez que Mário Soares falar e ela querer exercer o contraditório. É que ela (a minha mãe) não resiste. De cada vez que o vê dá-lhe três coisas. E de cada vez que o homem fala ela fica à beira de uma apoplexia. Tenho de me lembrar também de levar Coramina, para além do adesivo. Como Mário Soares está a fazer ponto de honra deste debate para mais tarde recordar (humm, não era bem isto), para mais tarde poder dizer que ganhou o debate e não ganhou as eleições porque Cavaco estava impulsionado (palavras dele) por grupos de pressão estranhos (palavras dele), espero o pior dado que a minha mãe é uma senhora a caminhar para a idade e que se deixa arrebatar pelas emoções. Não sei mesmo se para além de rouquidão e uma eventual apoplexia ela não acabará por partir a mobília o que, para além do prejuízo material, é um evidente sinal de falta de educação. E se há coisa que a minha santa mãezinha tem é educação. Para além da saúde, claro. Mas hoje, não sei. É que aquele homem consegue tirar-nos do sério. A forma como ele ontem exigia mais debates com Cavaco Silva porque… (segurem-se) um não chega é suficiente para tirar qualquer pessoa bem intencionada e razoavelmente equilibrada do sério.

Portanto, logo à note lá vou equipado. Lexotan, kompensam, rolo de adesivo, desfibrilhador e, no meio da confusão, um maço de cigarros. Pode ser que com os nervos eu arranje uma boa desculpa para fumar um cigarrito. Assim do género… eu já deixei de fumar há um mês e meio, mas quem é que aguenta os disparates daquele tipo?

A alternativa é sair mais cedo e deixar a minha mãe a falar sozinha. Ou melhor a ouvir. E a espumar. Se fosse na América, ouvir Mário Soares nos últimos dias deveria dar direito a processá-lo. É isso. Let’s sue him…

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Um Natal diferente

[681]

Há Natais assim. Não são quando um homem quer, mas quando um homem sente. Ora vejam:


Não houve outro Natal que me fosse tão propício:
era Março, não Dezembro, e a cidade
acordava por entre o nevoeiro
mais denso de que me lembro.

A mãe levantou-se cedo, como de costume,
e tratou das rotinas da casa.
Depois, foi até ao nosso quarto
e disse-me baixinho: é a hora.

O carro afrontou veloz o nevoeiro,
vencendo ruas e avenidas,
eu ao volante, a mãe à janela
indicando-me o caminho,
indiferente à dor, a qualquer dor.

E quando, mais tarde,
te apertei contra mim pela primeira vez,
é certo que não vi estrelas
nem anjos a adorar-te, mas senti
que te iria amar
para o resto dos meus dias.


Natal, por Torquato da Luz

sábado, dezembro 17, 2005

Indecisões





[680]

É Sábado, já pedalei 12 km (juro…), já ouvi as notícias e fiquei a saber que a nossa diplomacia obteve uma vitória pelo facto de Portugal se manter ao nível dos novos países da UE na obtenção de subsídios (e eu a pensar que devia ficar chateado pois, no meu entendimento, isto significa que não só não aprendemos nada como continuamos a ser madraços, relapsos, trambiqueiros e sem outro “desígnio nacional” que não seja “levar os gajos no bico” – entenda-se a Europa…), a minha filha já me anunciou com ar de quem tinha tomado a decisão do século que ia levar o carro a aspirar, o Sporting ganhou na Figueira (cá para mim isto tem a ver com o Santana Lopes) e eu não vou ficar para aqui a postar. Pela liminar razão de que não me apetece.

Depois dos 12 km desta manhã (verdadeiramente estóico) estou bem mais virado para uma sala de cinema do que para o computador, mas lembrei-me agora que um amigão meu (filho do meu maior amigo, que teve uma morte obscena de moto) me pediu para ir até lá casa partilhar uma fatia de bolo porque o filho dele faz quatro anos. Quatro anos? O filho do filho do Luís? Quatro anos já? Mas afinal, quantos anos é que eu já levo? É por estas e por outras que coisas a que deveríamos achar muita graça se tornam verdadeiramente perversas.

Eu não queria ter um amigo com quem andei ao colo e que, por sua vez, já tem um filho de 4 anos! Quer dizer, queria, não queria é que ele tivesse um filho já com quatro anos, quer dizer queria, acho porreiro ter um filho que faz quatro anos, mas ele escusava era de me dizer a idade do puto, dizia que fazia anos e ponto final.

Entretanto a minha mãe também já me telefonou a dizer que gostou muito da festa de ontem, a festa de Natal da escolinha dos netinhos da minha irmã ( a minha irmã de repente ficou cheia de netos, assim de repente – pum…) foi muito linda, muito bem organizada, até jornalistas tinhas e a B, tão querida, muito pequeniiiiiiina, vestida de abelha Maia, imagina tu e a P, ai a P… e o C? Estava uma delícia, vestido de papoila (eu seja ceguinho…), olha foi uma festa muito linda, tudo muito bem, muito bem. Tudo muito arranjado, tudo uma delícia (acho que já disse a alguém que para a minha mãe não há coisas más, nem gente má, é tudo óptimo, é tudo uma maravilha e o Mundo é o paraíso depois de Eva e Adão terem sido expulsos.

Portanto, já fiz uma data de coisas, para não falar nuns quantos telefonemas, uns bons, outros menos bons (aprendi com a minha mãe que não há telefonemas maus) e, portanto, posso considerar a distinta possibilidade de me refastelar no sofá a ver um filme. Ou será melhor ir ao cinema ver o Broken Flowers? Pois… mas daqui a pouco tenho de ir aos anos do tal miúdo que faz quatro anos e que é filho do… pois a história lá acima. E se em vez de ver o filme eu telefonasse? Está a apetecer-me… telefonar, pronto. Porque não? Não foi para isso que Bell veio ao mundo? Para arranjar maneira de pagarmos fortunas mensais à PT?

Bom fim de semana para todos .

Sabedoria popular



[679]

Por qualquer razão que me escapa dou comigo a pensar numa quadra (autêntica) que um colega meu fez questão de colocar na sua página de livro de curso. Era assim:

A ti, Zanyzinha
Por tudo o que me apoiaste
Pelo muito que me ajudaste
É melhor não dizer nada para não estragar tudo


Numa viagem recente que fiz a Cabo Verde soube que ele está bem e que continua… casado. Dando força ao velho ditado português de que o calado é o melhor.

A menos que a mulher lhe tenha dado um cheque em branco…

O povo não gosta...



[678]

Basicamente, para mim, a diferença entre Cavaco Silva e Manuel Alegre é que Cavaco Silva me parece poder ser um bom Presidente de República e um mau poeta, enquanto que Manuel Alegre me parece ser um bom poeta (o melhor dos "assim-assim", disse-o Agustina, salvo erro, e de poesia e literatura ela sabe com certeza muito mais do que eu) e um mau Presidente de República. Por isso vou votar Cavaco, dando de barato que os outros três candidatos não me merecem qualquer referência por não me merecerem, igualmente, respeito.

Lógico, portanto, que votarei Cavaco, mas que fique bem claro que gostaria bastante que Alegre batesse expressivamente Soares nas urnas. Pela sua própria consistência como candidato e como homem, mas sobretudo pelo "trambique" que vai por aí com responsáveis do PS a apelarem a desistências, a ameaçar com sondagens favoráveis a Soares e o insulto generalizado que o Partido vai dando aos eleitores socialistas – só lhes falta dizer que são estúpidos se votarem Alegre ou, à boa maneira de Jorge Coelho, "quem não votar Soares, leva". Agora, Alegre não pode é seguir a "linha Santana Lopes" de choramingar por tudo e por nada, queixar-se, vitimizar-se, ameaçar com processos, etc. O povo não gosta, o povo não perdoa. Mesmo que Alegre tenha carradas de razão, como parece ter.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

A triste figura



[677]

De Mário Soares, disse Cavaco há uns anos atrás que deveríamos tentar que ele acabasse o mandato em dignidade.

O mesmo deveria ser dito agora relativamente à candidatura, mas o homem esforça-se de tal maneira pelo contrário que começa a ser desconfortável o triste espectáculo a que vimos assistindo.

A ler,
este post do FJViegas.

Razão e emoção



[676]

O "acentuado arrefecimento nocturno" que atravessa o continente – para usar uma terminologia que me acompanha desde miúdo – tem sido um bálsamo para as meninges, sobretudo depois dos dias de chuva copiosa e benfazeja com que S. Pedro entendeu brindar-nos.

Estão, assim, reunidas todas as condições para que pautemos a nossa conduta pelo discernimento e nos rejamos por uma racional matriz de comportamento...

Se bem que este sol radioso que aquece os três ou quatro graus matinais nos convide a mandar o discernimento às urtigas…

Acordares



[675]

Há dias em que acordamos e achamos que a mais curta distância entre dois pontos é a linha recta, mas que se por acaso fizermos um desvio ficamos a ganhar. Poderá ser um bocadinho mais longe mas ganha-se uma paisagem nova, um horizonte inesperado, conhece-se gente nova e diferente, respira-se novas atmosferas virgens de poluição ou descobre-se um pôr de sol de tonalidades desconhecidas - e isso faz-nos pensar que a linha recta pode ser a mais curta distância entre dois pontos mas não, seguramente, a melhor ou mais aprazível.

Outras vezes acordamos e achamos que 2 + 2 = 4. E o mais frustrante… não é que bate certo?

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Crises



[674]

Começa hoje mais uma acção importante para resolver a crise em Bruxelas.

Estimo ardentemente que as tensões recentes causadas pela proposta dos britânicos se relaxem e que ao cinzento das incertezas suceda o sol radioso da esperança.

E que a crise de Bruxelas se resolva depressa.

Por mim, já chegava...



[673]

Começo a pensar que “rir é o melhor remédio”. Ou, pelo menos, não dever levar esta coisa dos debates para as eleições presidenciais muito a sério. Como aliás todo o país.

O de ontem foi de uma pobreza extrema. Tanto na substância (?) como na forma.





Retive os seguintes pontos:

1 – A já insuportável forma de Soares rodear as perguntas e, mais grave, parecendo-me que o faz não por estratégia mas porque pura e simplesmente não faz a mínima ideia do que se está para ali a dizer. Os exemplos da Nato e do combate ao terrorismo são uma prova evidente do que acabo de afirmar. O homem, realmente, não tem qualquer noção da ordem mundial e parece-me claro que não é por causa da idade. De resto, reconheço nele uma vitalidade espantosa. O que me parece grave é que Mário Soares não faz ideia do que se fala porque… nunca fez. Explicando-se assim a sua reconhecida forma superficial de tratar dos assuntos do Estado, a que a bonomia portuguesa e a venalidade dos engraxates da época até achavam graça;

2 – Sem embargo do que atrás referi, a tirada de Mário Soares sobre a necessidade de uma cooperação estratégica entre os órgãos e soberania e a sua crítica feroz ao pensamento estratégico de M. Alegre e acção estratégica de Cavaco foi, simplesmente, hilariante;

3 – Os roncos, fungadelas (in and out), escarradelas e tosse de língua espetada ao exterior sem, no mínimo, uma mãozinha à frente (sobretudo quando Manuel Alegre falava) levam-me a pensar que em Mário Soares reside não um certo ar de desprendimento e informalidade, mas pura má criação;

4 – A pose reverencial de Manuel Alegre. Com tanta matéria de fácil contraditório, Manuel Alegre revelou ou um evidente desconhecimento dos dossiês ou uma pose timorata perante o chefe;

5 – A melhor da noite terá pertencido a MST quando fez a Soares (no auge de uma série de dislates sobre a Nato) a seguinte pergunta: - Se as forças armadas devem ter apenas funções humanitárias, como o Dr. Mário Soares defende, para que precisamos então das FAs? Não bastaria a Cruz Vermelha?

É pouco para reter de um debate de onde poderá sair o meu próximo Presidente da República. E agora vou ali comprar o DN para ler o António José Teixeira dizer que Soares deu uma "sova" em Manuel Alegre.



quarta-feira, dezembro 14, 2005

Jesus, Maria, José...



[672]

As iluminações de Natal regressaram e, com elas, uma atitude unilateral, inconstitucional e sectária do meu Presidente de Câmara.

António Capucho resolver "prantar" um enorme presépio à entrada de Cascais. Com figuras em tamanho natural, talvez até maiores, e com Menino Jesus e tudo.

Dando de barato os potenciais danos morais e carácter verdadeiramente ofensivos do acto junto da população cascaense, maioritariamente laica e, quem sabe um dia, islâmica, esperemos que António Capucho um dia destes não se lembre de mandar colocar cruxifixos nas escolas…


P.S. - Se a Joaninha não me comentar este post, começo a fumar outra vez...

Pentarquia sistémica



[671]

… foi a expressão que ouvi esta manhã de um politólogo (também gosto desta designação), Professor José Maltês, juntamente com o termo "desviacionismo" (!…) e uma longa série daquilo a que eu chamaria de "substantivos e/ou adjectivos negativos", que é uma designação que eu acho que os professores poderiam desde já (desde logo???) considerar para homologação (ou um não despreziocionismo) numa eventual nova Gramática da Língua Portuguesa (
Olá Madalena…). E estou a referir-me aos "não desejos" (com hífen?), às "não idas", às "não ausências" (que, certamente, significarão qualquer coisa diferente de presenças), aos "não discursos" e um ror de "nãos" que o professor Maltês utilizou na sua "não intervenção" na TSF a dar a sua "não aprovação" ao método usado pelas televisões para gerirem os debates presidenciais.

De qualquer maneira, gostar, gostar foi mesmo da pentarquia sistémica. Conheço o prefixo, o étimo e sei, até, o significado de sistemia. Daí que tenha passado os últimos vinte minutos que me separavam do escritório a tentar pôr aquilo tudo junto para ver que sentido é que poderia fazer. Mas cheguei a uma "não conclusão". "Desconsegui", como dizem, com muito mais propriedade e tino, os moçambicanos, por exemplo.

Nota: Depois de ouvir a intervenção do professor José Maltês, concluí que eu poderia pacificamente ser politólogo. Eventualmente, (
Alô, Carlota) enquadrado numa heptarquia de translocação, sendo que a translocação não é verdadeiramente igual à sistemia, mas tem um efeito semelhante e com resultados "não insatisfatórios".

Verdadeiramente, não percebo bem porque não sou. Se chega dizer aquilo…

segunda-feira, dezembro 12, 2005

É fácil esclarecer



[670]

Se eu não tivesse Mário Soares na conta de um trampolineiro esperto, adepto incondicional da pantomina desde que em benefício pessoal, de um homem que se adora a si próprio e acha que veio ao mundo com a nobre missão de salvar os portugueses do obscurantismo, desde que mantenha a liderança dos nossos destinos, político com uma longa evidência de manobras sinuosas e clara incompetência nos assuntos de Estado e que não olha a meios para obter os seus fins, sobretudo quando sente o terreno a fugir-lhe, eu diria que a agressão (????) e os insultos de que foi alvo por parte de um ex-combatente (!!!!...) teria, sido a expressão natural de uma soez forma de estar em democracia por parte de um qualquer boçal. Mas como tenho Mário Soares na conta do que referi (ele próprio se encarregou de me dar abundantes razões para isso), terei que reservar alguma dúvida sobre o que me parece demasiadamente encenado. Ex-combatente… megafone… pseudo murro na confusão…hummm!

Para me desfazer a confusão Soares só terá que apresentar uma queixa na polícia, esta levará o agressor a juízo, no que se me afigura uma operação fácil, pois toda a gente o viu e ouviu. Se o não fizer… é mais uma para o saco
!

domingo, dezembro 11, 2005

É hoje, é hoje...



[669]

Impulsionado e influenciado por um qualquer elemento vital que torna os habitantes da Terra os seres mais permeáveis do Universo, vou restabelecer uma antiga relação, quebrada há cerca de oito meses por razões extrínsecas mas, mesmo assim, razões.

A outra parte da relação tem suportado estoicamente a situação, mesmo votada que foi ao ostracismo, mantendo-se fielmente expectável, aguardando com paciência por algum arroubo de consciência que me pudesse atacar num qualquer dia de sol radioso, como o de hoje, e a ela regressasse, de sorrisos nos lábios e expressão apologética. A verdade é que aquela tinha sido uma relação duradoura e honesta, só interrompida pela força de poderosas razões circunstanciais a que todos nós estamos sujeitos e com as quais nem sempre sabemos lidar com a sabedoria e sensibilidade desejáveis.

Mas hoje aqui estou. Peito aberto e mente sã, passei por ela e perguntei-lhe se ela me desculpava e aceitava de novo. Ela olhou para mim, feliz, abanou o guiador, campainhou três vezes (que até me acordou a miúda e as gatas) e disse, desfeita em felicidade, que sim. O único problema é que os pneus estavam muito vazios, parados que estiveram durante meses num canto da casa.

E é isso que vou fazer. É uma trabalheira, eu sei, colocá-la na bagageira do carro, encher os pneus, pô-la de novo na bagageira, voltar a casa, fechar o carro, etc.. Mas ela merece. Fica é encarregada de me tirar meia dúzia de quilos que ocuparam, descaradamente, o lugar dos 30 mg de nicotina que eu inalava todos os dias. “Orelse”… a relação acaba outra vez.

Nota para os aldeões da minha paróquia: Esqueçam a ciclovia. Tem gente a pé, de bicicleta, de patins em linha, skate, grupos a conversar e a ocupar a faixa toda. Tem o mar, eu sei. Mas a nova via que liga a Bicuda à Marinha (no prolongamento da Rua das Codornizes) é ampla, praticamente sem trânsito e plana, rigorosamente plana. Não tem mar, mas tem aqueles pinheiros todos que nos purificam os pulmões e engomam a alma!

sábado, dezembro 10, 2005

Porque é Sábado e porque me apetece



[668]

... ... ...
Then suddenly arose the clang
Of waking life; the streets were stirred
With country waggons; and a bird
Flew to the glistening roofs and sang.


But one pale woman all alone,
The daylight kissing her wan hair,
Loitered beneath the gas lamps' flare,
With lips of flame and heart of stone.

Oscar Wilde

666... brrrrrrrr



[667]

Vade retro Satanás. Abrenúncio, chifrudo, saramago, rabudo, pé de cabra, não obstante, inda por cima…

O post anterior tinha o número do mafarrico. E eu quero (e preciso) de um fim de semana descansado, sem tentações do Demo e com os pensamentos cristalinos como uma cachoeira de águas límpidas.

Por isso aqui fica mais um post. Só para o 666 desaparecer e passar desde já (desde logo, como se diz agora) ao 667. Lá mais para baixo anda um anjinho da guarda, mas nestas coisas do diabo nunca se sabe. Não vá, até, o anjo da guarda andar em viagem, ocupado como parece andar nestes últimos tempos

Milhões de dúvidas, rigor e fervor



Rigor à nossa moda

[666]

Tenho amigos que me acham demasiado anglosaxónico. No humor, na expressão e até em sentimentos. Eu não concordo com isso, acho que sou visceralmente latino – o que não me impede de tomar o rigor e a objectividade como dois pilares importantes do meu posicionamento na vida, perante a sociedade em que estou inserido de um modo geral e perante as pessoas. Em particular, aquelas que me são mais chegadas e com as quais privo mais frequentemente.

O rigor, sobretudo, é um fenómeno que releva de especificidades da nossa personalidade e remete para um evidente vantagem na forma qualitativa de vivermos. É só pensarmos um bocadinho para percebermos como isto é verdade, desde a pontualidade à simples manobra de se estacionar um carro. À nossa proverbial falta de rigor devemos muito do nosso atraso, muitos conflitos e prejuízos e quiçá, até, perda de vidas. Em acidentes de trabalho, por exemplo. Daí que eu ache que ser rigoroso não é uma mania nem sequer condiciona o meu eventual fervor de sentimentos latinos. Formas de ser, afinal.

Isto a propósito de uma das mais extraordinárias controvérsias que não chegam a sê-lo e que tem a ver com o milhão. Milhão que para uns é mil milhões, para outros é um milhão de milhões e eu, já crescidinho ainda não consegui perceber porque é que temos de criar e inventar tantas dúvidas e controvérsia sobre um ordenamento numérico em que os americanos, por exemplo, resolveram de uma penada e a contento de todos, ou seja mil, milhão, bilião (mil milhões), trilião, etc.

Em sentido diverso vogam os franceses e, claro, nós por arrasto, porque tudo o que cheire a confusão e a polémica (eu sou mais complicado do que tu…) é connosco e não nos ficaria bem ser tão simples e tão lineares como os estúpidos dos yankees, que é lá isso?

Cavaco Silva utilizou recentemente a expressão bilião, nos debates televisivos. Tenho a certeza de que números percebe ele, pelo que me fica a ideia de que ou ele anda distraído ou poderá haver uma remota e salvífica possibilidade de o bilião poder ser utilizado no sentido de mil milhões. Será? É que não acredito que a Ota possa custar 3 milhões de milhões de Euros, portanto Cavaco estava mesmo a referir-se a milhares de milhões.

Se quiserem baralhar-se um pouquinho mais com a questão é só irem aqui. Até o pato Donald é tido e achado…

Novo equipamento



[665]

Nada como perceber destas coisas, como a
Carlota. Ela não reparou que voltei, ela reparou que voltei em versão upgrade. Nos interstícios da magna ciência informática ela lá terá descoberto. Mulher atenta é assim. Cientificamente “cusca”. É por isso que, numa sociedade em que 65% das licenciaturas produzidas anualmente em Portugal são no feminino, nos arriscamos a passar a ser uma sociedade atenta, cusca e obrigada. E deliciosamente escrutinados, nós os homens, pela maioria no poder.

Mas é verdade que tenho computador novo – isto é, a caixa é a mesma, o miolo é totalmente diferente e devo dizer que me espanto como foi possível eu ter andado tanto tempo com um equipamento pesado, lento e preguiçoso e sem os ademanes que um sistema operativo XP nos proporciona em contra ponto ao vetusto e ineficiente Windows. Assim até dá gosto escrever, mesmo que não saibamos exactamente o quê, como parece ser o caso agora.

De qualquer maneira, o registo. Tudo bem com o equipamento e a Carlota reparou. Um dia destes ainda dou com ela a ensinar-me como é que se põe música no blog. Apesar da música dela se ouvir a tracejado e a dar a impressão de uma família inteira a arrastar móveis, mas isso é coisa que ela certamente resolverá num ápice.

nota: Peço descupa, a música hoje está perfeita, ontem é que parecia uma fábrica de pregos. Devia ser da gravação mesmo
.

Sopros regressados

[664]

A
Ana está de volta. Parece que em sopro simples. Dei por ela só uns dias depois, avisado pelo Tecnorati, de que havia uma nota dedicada.

Ainda bem que voltaste, que fazias falta.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

S.L.Benfica 2 M. United 1



[663]

Os lampiões jogaram bem. Com arreganho, descomplexados, deram a cara à luta e, naturalmente, ganharam a uma das melhores equipas do mundo.

Ora aqui está um jogo em que não custa nada um lagarto como eu reconhecer a justeza de uma vitória.

Ainda sem equipamento...



[662]

Ontem cheguei a ter computador, mas o técnico disse que o sistema operativo não comportava o “rooter” para a ligação em série com o da filhota, além de que a placa de rede entrava em conflito (eu seja ceguinho...) com a placa de som. Assim, a solução é limpar o computador todo, aumentar a memória, pôr um sistema operativo XP e... rezar acho eu, para que tudo dê certo.

Quando lhe coloquei a opção, cínica, de que talvez comprando outro computador a coisa corresse melhor, o homem fez um esgar (meaning, “não percebes nada disto”) e disparou: - mas "isso" é muito mais caro e não podemos confiar no que se compra. Fazendo como eu digo você fica com equipamento para uns anos sem necessitar de “upgrade”.

Eu... que sempre desejei ter um equipamento que não precisasse de “upgrade” comovi-me e acabei por aceder à opinião do técnico. Que isto de técnicos de informática é assim um bocadinho como os pilotos, ao médicos e o Partido Socialista. Eles é que sabem.

Estou, assim e portanto, em ânsias pelo dia de amanhã. Computador novo, equipamento que dispensa “upgrade” (perdoe-se-me este ego inflado, mas nem todos os dias nos apercebemos que dipomos de equipamento assim), anti vírus reforçado que remove os vírus e, mais importante, os desmoraliza, tira-lhes toda a vontade de entrar no meu equipamento "desnecessitado" de upgrade, versão melhorada e “upgraded” de adware (nem tudo pode ser como o equipamento, há coisas que sempre precisam de um upgradezito…) placa de som nova, monitor novo e depois… é só postar. Isto se souber sobre o quê. Porque depois de ter os pipis do computador resolvidos e do mesmo estar dotado de equipamento sem precisar de “upgrade”, vou escrever sobre o quê?

A propósito, para postar esta tagarelice vim a casa de uma prima minha que tem um defeito tremendo. Faz os melhores doces da paróquia. E à conta do degradado equipamento do meu computador velho já papei duas sobremesas.

Bom feriado para todos.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Anjinho da Guarda



[661]

Sem palavras – ou de como um incréu militante consegue tocar-se por um anjo da guarda. Ou, ainda, como a absoluta falta de tempo no trabalho e um computador em casa a fazer pi-pi-pi-pi-pi conduzem às mais fantásticas manifestações de senilidade precoce. Firme, gradual, inexorável .
P.S. Espero chegar a casa e ter o meu computador pronto, para poder voltar a postar como as pessoas!...

terça-feira, dezembro 06, 2005

Não gostei



[660]

Parece ser consensual que o debate de ontem foi uma entrevista e não debate. Toda a gente se portou bem, os salamalaques inexcedíveis e de uma coisa estou certo - Manuel Alegre tem uma indisfarçável simpatia por Cavaco Silva. E creio mesmo que não se preocupou em escondê-lo. Ficou muito claro em quem Alegre votará se houver uma segunda volta.

No fim da "entrevista" passei para a Fatinha. Independentemente da prestação de cada um dos intervenientes, o que verdeiramente me chocou foi o tempo de antena dado a um reconhecido torcionário (o tal que metia uns tantos no Campo pequeno) e a forma como as pessoas se riam das passagens pretensamente divertidas que Otelo ia contando. Ainda por cima convencido que estava a ter graça. É que se a memória não me falha, morreu gente. Gente que mereceria mais respeito que a galhofa reinante no programa. E alguma dessa gente às mãos de pessoas que conheci em directo, vivendo em Moçambique e impedidas de vir a Portugal e a quem qualquer meia dúzia de "laurentinas" geladas desatava a língua. E línguas desatadas por aquelas bandas não abonam muito a figura sinistra de Otelo.

O mesmo que ontem, em tom chocarreiro contava peripécias do 25 de Novembro, do Copcon e outras barbaridades avulso, perante as gargalhadinhas nervosas da Fatinha e correlativos.

Não gostei. Tive vergonha!

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Motherf... hummm...board



Motherboard de frente



Motherboard (sideview)



Motherf...

[659]

O meu computador lá de casa pifou. Faz pi-pi-pi-pi-pi-pi-pi e recusa-se sequer a arrancar. Isso faz com que eu não posa postar ou, sequer, ler a blogosfera no remanso do lar. Resta-me o escritório para ir, no máximo, actualizando comentários e lendo os blogues assim mais chegados, que é uma forma carinhosa – eu, de repente, é isto… - de referir os blogues de quem mais gosto.

Já falei com um técnico e já fui informado que pode ser um problema da motherboard ou do motherf…, qualquer coisa por aí, não tenho bem a certeza, mas também não estranho porque o meu computador já é assim para o entradote e, provavelmenmte sai-me mais caro substituir a mother board que o motherf…

Aproveitei e disse ao técnico que há dois computadores lá em casa e eu queria aproveitar uma ligação apenas da sapo ADSL. – Simples, disse ele. Basta um rooter (?), um novo modem para substituir o actual, ver se um dos computadores tem a respectiva placa de rede (??) e depois é só configurar (???) e mais não sei quê. Eu é mais cochonilhas… e nada disto faz sentido para mim. Mas a fé move montanhas e eu tenho fé que dentro de duas ou três semanas tenho computador arranjado (nova mother board), computador novo (new motherf…), rooter, placas não sei das quantas e as configurações todas. Até lá… bonne chance e vou pondo aqui qualquer coisinha apenas para não deixar estiolar o "Espumadamente" (es-pu-ma-da-men-te, uma só palavra…), enquanto o motherf… não se recompõe.

A Cana para o Foguete



[658]

Jorge Sampaio descobriu a cana para o foguete.
Aqui.

Quem diria que um dia haveríamos de ouvir a palavra sábia deste homem para perceber e exercitar a democracia? Não fora ele e ainda andávamos todos a votar em partido único.

domingo, dezembro 04, 2005

Long way



Levitan

[657]

It'a a long way! Long, long, pretty long way!...

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Embevecimento

Post em tom teologal



[655]

Confissão

No princípio não era só o verbo. Achava a
Rititi insuportável. Manienta e repetitiva. Mais tarde, rendi-me à

Constatação

Afinal
ela tinha um humor inexcedível, escrevia assim como quem espana o pó (às vezes mesmo batendo as carpetes com aquelas coisas do tempo da minha mãezinha e de uma ou duas sogras que tive, que eram feitas de cana e as deixavam limpíssimas - as carpetes, as sogras continuavam cheias de pó. Ainda por cima escrevia admiravelmente, demonstrava uma cultura acima da média e dei comigo a aprender qualquer coisa com ela, o que é uma estimável circunstância para mim, que gosto de gente escovada e com quem eu tenha alguma coisa a aprender. Daí que tenha de passar à

Penitência

Assumir publicamente que me enganei. Não rezo três Avé Marias porque sou republicano, laico (socialista é que nem por isso) e apresento-me aqui de corda ao pescoço, de ar patibular e com a vergonha estampada por me ter enganado. Passando à

Bem Aventurança,

Quero deixar uma saudação muito cordial à
Rititi, dizer-lhe que já de há muito passei a lê-la regularmente e que, ainda por cima, gosto, felicitá-la pelos dois anos de blogue feitos no passado dia 1 e desejar-lhe que continue a pintar esta Blogos de rosa (honni soit…) que às vezes bem cinzenta é.



Tchin Tchin

Birras



[654]

Paulo Bento está a subir na minha consideração. Vai ao Dragão jogar e disse ao Liedson para ir ser mal criado para casa.

Acho que P. Bento fez muito bem. Ganhemos ou percamos. É que para gente birrenta e mimada já nos chega as presidenciais!

NOTA À MARGEM: Só eu sei, porque não vejo o jogo! Grrrrrrrrrrrrr!..

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Nobre e Divina Missão



Foto da entrevista de ontem na RTP

[653]

" O que se pretende é uma bolsa que me permita realizar os indispensáveis estudos de holandês e depois um mestrado em direito marítimo em qualquer faculdade holandesa.A bolsa terá que ser suficiente para permitir a minha manutenção e a da minha família (mais três pessoas) ou então teria que arranjar-se também uma bolsa para a minha mulher.Depois dos estudos de holandês estaria também interessado em qualquer trabalho em instituto de estudos ou fundação ligada com o direito do mar ou com a cooperação com a Africa ex-portuguesa ou o Brasil, para não estar exclusivamente dependente da bolsa ou se for impossível estar só como estudante. "

In Faccioso

O normal é nascermos, crescermos, o nosso paizinho ensinar-nos as asperezas da vida, a mamã dar-nos o consolo dos beijinhos, irmos crescendo, estudarmos, tirar um curso, trabalharmos (esta, a questão crucial...), produzirmos qualquer coisa e assegurarmos o nosso bem estar e dos nossos. Há quem o faça ensinando crianças, tratando doenças, projectando casas, dando injecções, escrevendo para jornais, plantando couves, conduzindo aviões, cortando cabelos, fabricando sapatos ou roupa, salvando pessoas de calamidades naturais, apagando fogos, enfim, um mundo de ocupações, cada qual com a sua importância intrínseca no concerto da vida das pessoas e todas elas dignas e nobres.

Depois há aqueles que acham que nascem com a estrita obrigação moral e nobre (quiçá divina) missão de olhar pelo nosso bem estar e de nos ensinar o lado correcto das coisas. Mais grave – acham que devem ser pagos para isso e que ainda lhes temos de estar veneradores e obrigados. Nunca deram uma injecção, não sabem o que é uma couve tronchuda, dificilmente conduzem, até, uma viatura. Mas sentem-se a luz do Universo e, se não fossem laicos, achariam que era a eles que deveríamos rezar. E tornam-se insuportavelmente arrogantes.

ADENDA: Frequentemente reside nestes estados de espírito a génese de uma ditadura. Bem perceptível, aliás,
na eminência em que Judite de Sousa esteve de levar uma lambada. Exagero, eu sei, mas palavra de honra se não me deu essa ideia!

Agenda do Dia II



[652]

- Ir buscar o jornal (e não tomar a bica, para não fumar, blá blá blá, já chateia esta conversa);

- Vacilar de novo sobre se a decisão de ter deixado de comprar o DN terá sido avisada. Afinal, fazê-lo só porque o António José Teixeira acha que devemos todos votar Mário Soares é redutor e um auto insulto. Podemos muito bem ler o jornal que lemos há um ror de anos sem nos influenciarmos pela voz melíflua e pluma tendenciosa do A J Teixeira. E o Eduardo Prado Coelho também escreve no Público e eu também o leio...

- Não fumar, durante a leitura do jornal;

- Fazer um par de telefonemas... ou deixá-los para depois de almoço. Ou então.... fazer um par de telefonemas... ou o melhor mesmo será deixá-los para depois de almoço e não se diga que não sou um homem decidido;

- Ignorar a irritação, truculência, má criação e absoluta falta de fio de jogo (e de chá) das banalidades, maldades e vacuidades debitadas ontem por Mário Soares à Judite de Sousa. Importante: - Não pensar mesmo no assunto, sob pena de puxar de um cigarro e não há coronárias que mereçam um Mário Soares enfatuado;

- Achar que a vida é boa e que outras vezes é uma merda e as pessoas se esforçam, frequentemente, para que ela cheire ainda pior. Mas isto é um pensamento meu, não sou como o António José Teixeira que acha que devemos todos votar Mário Soares, ou seja, eu penso que a vida ás vezes é uma merda mas as pessoas podem muito bem achar que não e que cheira a alfazema e eu não tenho nada com isso;

- Ir descobrir uma piscina perto de mim. Depois explico as razões, porque agora não me apetece;

- Equacionar o facto de estar a ficar mais magro, mesmo tendo deixado de fumar (eu sou assim, gosto de complicar as coisas, ainda por cima, tenho andado em explicações extra, recentes);

- Almoçar – ou não, depende, hoje não há Júlia (a propósito, pedir à filha que "faça" uma máquina de roupa, considerando os inerentes riscos de se ter duas gatas em casa e da distinta possibilidade de a foto lá em cima não ser um mero adorno do post) e não sei se me apetece uma cena formal de faca e garfo com algum amigo à mistura ou se vou mais por um episódio caótico de morder uma sanduíche;

- Provavelmente, descobrir um filme para ver. Logo se vê...