terça-feira, dezembro 06, 2005

Não gostei



[660]

Parece ser consensual que o debate de ontem foi uma entrevista e não debate. Toda a gente se portou bem, os salamalaques inexcedíveis e de uma coisa estou certo - Manuel Alegre tem uma indisfarçável simpatia por Cavaco Silva. E creio mesmo que não se preocupou em escondê-lo. Ficou muito claro em quem Alegre votará se houver uma segunda volta.

No fim da "entrevista" passei para a Fatinha. Independentemente da prestação de cada um dos intervenientes, o que verdeiramente me chocou foi o tempo de antena dado a um reconhecido torcionário (o tal que metia uns tantos no Campo pequeno) e a forma como as pessoas se riam das passagens pretensamente divertidas que Otelo ia contando. Ainda por cima convencido que estava a ter graça. É que se a memória não me falha, morreu gente. Gente que mereceria mais respeito que a galhofa reinante no programa. E alguma dessa gente às mãos de pessoas que conheci em directo, vivendo em Moçambique e impedidas de vir a Portugal e a quem qualquer meia dúzia de "laurentinas" geladas desatava a língua. E línguas desatadas por aquelas bandas não abonam muito a figura sinistra de Otelo.

O mesmo que ontem, em tom chocarreiro contava peripécias do 25 de Novembro, do Copcon e outras barbaridades avulso, perante as gargalhadinhas nervosas da Fatinha e correlativos.

Não gostei. Tive vergonha!

9 Comments:

At 4:09 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Não vi, nem espero ver nenhum, prefiro ver a Fatinha e os seus convidados ou então fazer outra coiisa mais útil.

Quanto ao programa, foi pobre, e perdeu-se em historietas sem grande interesse, continuando a deixar na penumbra figuras que foram importantes mas que a ninguém interessa nomear.

Triste, a posição do Eanes, mas como já conhecia a peça, não estranhei.

Quanto ao Otelo, está na mesma, uma criança grande, não cresceu, nem faz por isso.

 
At 4:23 da tarde, Blogger Pitucha disse...

Post-it na minha cabeça: não perder o programa da Fatinha que, por aqui, passa amanhã!
Quanto à esntrevista, não vi (claro, emigrante que sou) mas parece-me que a tua opinião é a prevalecente (pelo menos pelo que li na blogoesfera).
Beijos

 
At 6:01 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

O Otelo continua um cretino, um débil mental.
Parece impossível como atende à opinião de quem tem as mãos manchadas de sangue, o assassino que liderou as FP25.
Em qualquer país decente, desde há muito que estaria preso para o resto dos seus dias ou teria pago com a vida as vidas que tirou, entre as quais, recorde-se, a de um bebé.
Aqui, anda à solta e vai à televisão pública dizer pretensas graças, ante o riso alarve dos circunstantes.

 
At 6:02 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Não "como atende", mas "como se atende".

 
At 11:59 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

teófilo m.

Eu não concordo. Acho que cresceu. Não levou foi uns açoites que só lhe fariam bem. Depois disso tornou-se um vulgar criminoso - indultado por Mário Soares que achou que "tudo aquilo" tinha tido um cariz político, já nem me lembro bem. Mas há registo das razões aduzidas na altura. Além de que conheci pessoalmente correlegionários dele, fora do país...
Não tenho dúvidas, sobre isso.
Mas, repito, o que mais me chocou foi a forma como se brinca e ri com estes assuntos. RTP incluida!

 
At 12:00 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Pitucha

podes vê-la hoje aí, na Bruxelelândia...
Um beijihno para ti

 
At 12:02 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

antónio p. castro

Remeto-o para o comentário que fiz ao Teófilo. Mais do que Otelo, ele próprio, chocou-me a paródia e risadas sobre o assunto, sobretudo tendo em conta que morreu gente. Para não falar nas detenções arbitrárias, etc.

 
At 12:03 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

bg

Eu reparei nessa tirada das eleições limpas...
:)))
Beijinho... ao Francisco que já notei ser o artista principal da família :))

 
At 9:43 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Caro espumante,

também não gostei dos risos, nem da galhofa.

Quanto ao Otelo, chamar-lhe criança não é desculpá-lo, mas apenas a constatação de que tudo, para ele, continua a ser uma grande borga, e que ainda não teve capacidade de entender os crimes que cometeu ou permitiu que fossem cometidos.

 

Enviar um comentário

<< Home