quinta-feira, junho 04, 2015

Parasitas



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Parasitismo: Pode definir-se por aquele que come ao lado de outro. É a associação entre seres vivos, na qual existe um ser apenas que se beneficia, sendo um dos associados prejudicado nessa relação. Desse modo, surge o parasita, agente agressor e o hospedeiro, agente que abriga o parasita. O parasita por sua vez, retira os nutrientes do ser no qual está hospedado, representando uma relação desarmónica.

Em português: Um parasita não tem que ser necessariamente um endoparasita (verme, por exemplo) ou um ectoparasita (um piolho, por exemplo). Numa versão romântica, um parasita pode até ser um apelativo cogumelo, o que não lhe retira a condição de se alimentar à custa de um resignado carvalho negral, um elegante pinheiro patula ou um altaneiro plátano.

Neste caso, estamos perante um tipo de parasita abundante na paróquia e, mais grave, glorificado por uma grande número de portugueses inebriados pelo main stream. Esses parasitas não fazem (não querem, não sabem?) nada sem o contributo abnegado do hospedeiro. Seja um filme medíocre que o Estado subsidia para que os parasitas não acabem e não se dê lugar a realizadores de cinema com o génio e a centelha de não precisarem de subsídios para coisa nenhuma, seja a inominável atitude de exigirem que os contribuintes suportem o estratosférico prejuízo da TAP, permitindo ao parasita alimentar o corpo e o ego.

Espero, sinceramente, que isto não dê em nada e que o governo possa concluir a sua tarefa. Estou cansado de gente que se gaba de ter causado trinta milhões de prejuízo e de cinéfilos frustres envolvidos em acções catárticas, sem qualquer respeito por quem está.

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sábado, janeiro 31, 2015

A primeira vez que andei num avião foi num Dakota da East Africa Airways e tinha 13 anos. Mas no ano seguinte já andei num Superconstellation da TAP. Uau...



Um argumento válido para não nos TAParem os olhos. Não deve ser do tempo dos 10 anos do Camané, mas agora estão em uso e gratuitamente distribuídos às criancinhas

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Hoje vai haver por aí mais uma manifestação. Tem a ver com a Tap, uma coisa assim ao jeito do Je suis TAP e onde, entre outras coisas, se vai dizer para não nos TAParem os olhos.

A RTP vai fazendo a divulgação do evento e seleccionou duas personagens, o realizador António Pedro de Vasconcelos e o fadista Camané. O primeiro começou por dizer que a primeira vez que andou de avião foi na TAP. O segundo disse que tinha dez anos quando andou na TAP pela primeira vez. Como se vê, duas poderosas razões provindas de duas representativas personagens para alguém meter dinheiro naquilo e continuar a ser nosso. À la Syriza.

Confesso que já não ouvi mais nada. Percebi que eles se desmultiplicavam numa retórica monocórdica do tipo de não me TAPem os olhos e realmente não dava para perceber mais nada. Deu, apenas, para reflectirmos na seriedade e elevação com que estes assuntos são tratados. Imagine-se que Vasconcelos se estreou na TAP e o Camané tinha 10 anos quando…

No fundo esta rapaziada terá a esperança que mesmo que se inicie a privatização, depois vem por aí um Syriza qualquer e reverte o processo, assim a modos que o porto do Pireu.

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quinta-feira, dezembro 11, 2014

De volta à intriga nacional



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Paulatinamente regressando à intriga nacional, sensibilizam-me dois casos maiores.

Um, o decurso da Comissão Parlamentar ao Banco Espírito Santo. Ouvi várias intervenções e ocorre-me equacionar se algum daqueles ilustres deputados tem envergadura e conhecimentos para discutir questões de gestão bancária com Ricardo Salgado. Uma Comissão Parlamentar estabelece-se para apurar dados e responsabilidades e não para a expressão comicieira frequentemente usada ou, em alternativa, para a exibição narcisista da bem conhecida truculência de José Magalhães.

Outro, esta inusitada greve da TAP, prevista para quatro dias de intenso tráfego entre o Natal e o Fim do Ano, através da qual parece que os empregados não concordam com a privatização da Companhia. Também não dizem onde vão buscar os, números redondos, mil milhões de Euros que devem e para os quais, na minha maneira de ver, de alguma forma terão contribuído.

Esta greve parece-me revestida de um total desprezo pelos interesses de quem trabalha lá fora ou, simplesmente, deseja aqui vir em época festiva, para além de que me suscita sérias cogitações sobre a legitimidade de uma greve apenas porque os empregados não concordam com decisões de fundo sobre a privatização de uma empesa estatal falida. A menos que os empregados dessa empresa achem que os seus concidadãos têm a obrigação de lhes pagar as contas. Mas fundamentalmente, fica-me esta profunda dúvida sobre a legitimidade e legalidade dos vários fudamentos das greves. Não é bem esta a ideia que tenho - esta de fazer greve porque os empregados não querem que as empresas sejam privatizadas.

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quinta-feira, dezembro 20, 2012

Welcome home


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Em relação ao meu post anterior, tenho de referir que a TAP funcionou sempre, para mim, como um autêntico refrigério da alma, nos momentos mais «quentes» da minha vida e, ao mesmo tempo, um porto de abrigo e conforto nas muitas (incontáveis…) viagens que fiz na nossa companhia aérea. Quem me conhece sabe que sempre a ela me referi como um modelo de segurança, conforto, eficiência e simpatia. Descontados episódios pontuais, como é bom de entender. Tanto no médio curso, como no longo curso. As próprias ementas a bordo eram geralmente superiores em qualidade às de outras companhias aéreas (e viajei em muitas também) e na antiga «Navigator» era bem conhecida a tábua de queijos e o pormenor dos pastéis de nata. Entrar num avião da TAP em locais remotos e desconfortáveis provocava uma sensação de prazer, segurança e conforto e, mais, um estranho sentimento de regressar a casa.

Sem embargo do que digo em cima, não podemos esquecer que a TAP era em 1975 uma empresa de capitais mistos, em que os interesses do Estado eram minoritários. E com resultados positivos o que, em bom português, significa dava lucros. A história conhecida e a criminosa aventura socialista com as nacionalizações encarregou-se de colocar a TAP numa lista infindável de companhias deficitárias e que se tornaram autênticos sorvedouros dos recursos nacionais. Está aqui um resumo a propósito.

Havia que explicar aos «senhores Teives» isto mesmo e que, portanto, a situação em que a empresa se encontra é insustentável. O resto é retórica patética para a qual já não há paciência.


Agora se a TAP não devia ser vendida ao senhor brasileiro, polaco, colombiano e se ele é amigo do amigo do senhor Dirceu com quem o senhor Lula não tem nada a ver é que é outra conversa. Não tenho dados para avaliar. Mas acho que quem tem o poder de decisão há-de saber o que está a fazer. Continuar a pagar milhões é que não. Tal como pagar ordenados a quem acha que pode driblar a União Europeia e que o Estado deve continuar a sustentar a TAP.
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A teoria do senhor Teives



Manifestação de trabalhadores da TAP. Por uma questão de rigor, diga-se que parecem muitos mas as televisões referem algumas dezenas

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Esta notícia não diz, mas eu ouvi na RTP o senhor André Teives, que aparentemente percebe imenso de aviões, aviação, economia e maneiras de tornear as regras da União Europeia, afirmar que a TAP não é só a TAP aviões, é um grupo de oito companhias e que a EU só proíbe que os Governos dêem dinheiro às companhias aéreas.

Pensei uns segundos mas nada me ocorre que não seja de que o entendimento do senhor Teives, porta-voz dos sindicatos da TAP, é de que se o governo não pode dar dinheiro à TAP pode muito bem (e, provavelmente, deve, no seu douto entender) dar dinheiro a uma das oito companhias do grupo.

Eu não sei se o senhor Teives tem procuração com plenos poderes para decidir sobre o dinheiro dos contribuintes mas sobre o meu, as little as it may be, não tem com certeza. Era melhor que se calasse e se limitasse a votar em que lhe aprouver para escolher governos. Há sempre um ou outro que acha que pode dar dinheiro à TAP, para pagar o ordenado do senhor Teives. Que é deles, mas paga por toda a gente, á boa maneira dos socialistas.
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segunda-feira, dezembro 28, 2009

Uma ideia gira

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A Tap e a Ana saíram-se das cascas. Bem feito para a Carlota, que passa a vida a falar mal da TAP. Sempre gostava de saber se a Air Brussels deseja Boas Festas assim.

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quarta-feira, outubro 07, 2009

Apohipercretifúria


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Um dia destes aquela jugular de Louçã, rebenta. O diabo seja surdo, que não desejo a morte de ninguém, mas o homem arrisca-se, sobretudo quando afivela aquela máscara conjunta de apoplexia e hiperactividade da tiróide. Louçã tem de despejar os seus ódios intestinos regularmente. Tal como o comum dos mortais passa as águas matinais ao acordar, Louçã tem de descarregar aquela fúria aos capitalistas ladrões (palavras dele) sob pena de um destes lhe rebentar uma veia.

Agora é a TAP, pela qual o Governo tinha um plano secrrrrreto, escondido durante a campanha para poder anunciar agora que quer privatizar a TAP. Logo a TAP que, segundo Louçã, tem sectores interessantes e dão lucro. Repare-se na sofisma e elegância da patetice, tem sectores, mesmo que no que conjunto dê um comboio de camiões de milhões de prejuízos.

Por mim podiam privatizar a TAP já. Ainda me lembro dela privada. Tinha uma extensa e moderna frota, incluindo 747’s, o serviço era óptimo e as tripulações de cabina eram simpáticas, competentes e eficientes. Até aparecerem os Louçãs do nosso descontentamento. Porque naquela altura, os passageiros pagavam os salários do pessoal da companhia. Agora pagamos todos. Os que viajam e os que não viajam.
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quinta-feira, novembro 08, 2007

Take Another Plane



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Já um pouco atrasado, mas vale a pena ler este post da Carlota. No fundo, no fundo, nada de muito novo. A história suscitou uma chuva de comentários e em muitos deles se lia a palavra "incompetência". Eu não concordo. O que se passou na história da Carlota nada tem a ver com incompetência, mas sim com uma aflitiva falta de sentido cívico, brio profissional, um insuportável laxismo por parte de quem tem a vidinha arrumada e a reformazinha garantida. Um conjunto de atributos que são, a cada passo, patentes na sociedade portuguesa. Desde a ground-force da Tap, algures apontada como culpada pelo incidente até ao quadro superior de um qualquer banco que nos vai fazer o favor de conceder um empréstimo para aquisição de moradia, passando pelo empregado do restaurante rasca e a cheirar a fritos que acha que teve azar na vida, porque ele devia era ter uma cadeia de restaurantes todos com estrela Michelin.

Mas fica aqui a história. É a minha modesta contribuição para a sua divulgação. Não que ajude muito porque mesmo que toda a gente deixe de andar na TAP, o Estado lá viria, como sempre veio, com um camião de Euros. E quando a Comissão Europeia viesse com manias de que isso é ilegal, somos suficientemente chico-espertos para levar o assunto a tribunal e, perdendo, fazer os respectivos apelos. Até a coisa se diluir e a TAP começar a fazer umas massas outra vez. Afinal, não é assim que o Estado Português continua a cobrar ilegalmente IVA sobre o Imposto Automóvel, leia-se, um imposto sobre um imposto? Apesar da União Europeia já ter dito um milhão de vezes que o que o Estado português está a fazer é uma ciganice, mas uma ciganice no mau sentido do termo?

Bom… mas aqui fica a história da Carlota. E boa viagem.
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terça-feira, agosto 07, 2007

Até nos comem, carago


[1930]

A TAP deu ontem mais um exemplo do seu precário funcionamento e da sua falta de respeito pelos seus passageiros. O F.C.Porto deu mais um exemplo do seu mau perder e de uma complexa prontidão para confrontar a capital do Império.

Aguarda-se um post bem explicadinho do CAA.


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