Estou cansado de dois exemplares de «homo lusitanus» que sobre os ataques
terroristas têm duas versões em regime de permanência. Uns condenam os ataques,
com certeza, mas acham que em Portugal não há necessidade de se aumentar as
medidas de precaução sobre possíveis ataques terroristas, como ainda há pouco ouvi
o nosso Rui Machete, a propósito do ataque na Dinamarca. Outros receiam imenso
que na prevenção do terrorismo se entre numa deriva securitária, uma expressão
que vai muito bem com a retórica em curso, especialmente quando ninguém lhes pergunta
nada.
Mas, já agora, há uma terceira classe de gente, aqueles que escrevem
para jornais e ainda lhes pagam por cima e que acham que a sociedade portuguesa
está anatematizada por um corpo de polícia agreste, boçal, xenófobo e racista.
Como a Fernanda Câncio, por exemplo, que há dias reproduzia, literalmente, um
desabafo de um polícia num dos chamados bairros problemáticos, quando depois de
um ataque à pedrada a uma esquadra, ele disse, pretos do caralho se eu pudesse
exterminava-os (DN de há dias, sendo que de há uns tempos para cá está a tornar-se moderno escrever caralho com as letras todas). A Fernanda Câncio ainda não veio a Cascais ao bairro
da Torre onde, entre várias grafites simpáticas se pode ler brancos de merda,
morte aos brancos.
A Fernanda tem de viajar mais e exibir-se menos em exercício
literários de nível duvidoso e de conteúdo racista, ainda que em sentido
contrário ao chamado main stream. E pensar na pressão de um polícia que
diariamente se tem de ver com episódios do tipo de apedrejamento de esquadras,
por contraponto de expressões racistas e violentas em bairros onde por acaso
não se apedreja ninguém.
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Etiquetas: Ai Portugal, comunicação social, estupidez, terrorismo