Desculpas a Costa
A Costa o que é de Costa e em obediência ao mais elementar
sentido da justiça e autocensura, retrato-me aqui publicamente. Por várias
vezes me referi à ponte pedonal e ciclável (ciclável dá erro aqui no corrector
e também acho que não existe, mas vem assim na notícia…), reclamando do facto de
ali se ter gasto uma pipa de massa, se ter obstruído o trânsito durante mais de
um ano e jamais se ter lobrigado (lobrigado existe) um peãozinho ou uma
bicicletinha atravessando a via (pedonal e ciclável). Pois, a verdade é só uma,
como se dizia da Rádio Moscovo, os peões e as bicicletas não passavam porque a via
ainda não tinha sido inaugurada.
Foi hoje. Costa aplicou um capacete e fez-se à chuva e ao
vento, atravessando a ponte com galhardia e pundonor. Não sem antes ter feito
um discurso com elevado sentido de Estado, onde nos explicou a importância de
uma coisa qualquer nos edifícios e nas emissões, na preservação do clima. E
terminou o discurso com a seguinte tirada: «…Claro, já sabemos, devemos comer menos pastéis de nata,
também já sabemos que não devemos abusar dos enchidos no cozido à portuguesa,
mas para além disso tudo devemos ter uma atividade que nos permita manter
atividade, quer andando, quer pedalando, isso é uma forma de termos uma cidade
mais saudável…» Eu seja ceguinho! SIC , sintaxe e acordo ortográfico
respeitados.
Tenho a certeza que a partir de amanhã é que vai ser um
corrupio de bicicletas e peões entre Telheiras e Carnide. Tal como confio no
aumento do consumo de pastéis de nata e do cozido à portuguesa já que, seguramente,
poderemos ir reciclá-los para a pente pedonal e ciclável. Com moderadas
emissões, espera-se. E peço a Costa que me releve a desatenção de ter falado no
assunto, num tom crítico, antes da magna inauguração.
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Etiquetas: Ai Portugal, António Costa., aquecimento global, coisas extraordinárias, saúde
1 Comments:
Olhe que Costa não "bicicla" só para inaugurações... Vi-o , em fim de semana de Carnaval, de lingua do fora e capacete, esforçadamente - parecia um miúdo - a dar ao pedal, subindo uma muito ingreme rampa da freguesia de S. Martinho de Sintra.
Sozinho.
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