domingo, junho 26, 2016

Gone roving



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Buckle up and go. Tonight. Back (relatively) soon.


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quinta-feira, junho 23, 2016

Shame





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Os últimos dias têm sido férteis neste tipo de exemplos. Não fora os danos claros e palpáveis que esta colecção de idiotas está a causar ao país e eu até passaria ao lado destes arremedos da geringonça. Mas, danos e fazerem de mim idiota ultrapassa os meus níveis de tolerância. E alimenta a minha secreta esperança que estas geringôncicas criaturas desapareçam rapidamente da circulação.


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segunda-feira, junho 20, 2016

O sol a morrer de frio



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Hoje começa o Verão. Logo à noite, às 23h34. Os portugueses têm uma costela infantil que vibra com tudo o que é quente: é a bica bem escaldada, a sopa fumegante quase em ebulição, o ar abafado de Agosto do restaurante onde uma mulher friorenta “interdita” o funcionamento de qualquer aparelho de ar condicionado, é a camisolinha ao fim do dia (mesmo em Agosto) por causa da “friagem”, a janela fechada para evitar a “correspondência”, a água natural porque o gelo faz muito mal à garganta e às gengivas… é, enfim, esta pedo-excitação (passe o palavrão) pela chegada do Verão. Que chega hoje às 23h34, dizem as TV’s, os jornais, as rádios e toda a gente que me rodeia e por quem passo. E dizem-no com deleite e olhos de reconhecimento aos céus.

Um dia, espero, perceberei a razão desta histeria estival. Ou não. Até lá, resta-me manter o a/c em modo de permanência e ser romano em Roma, ou seja, dizer só para dentro (e baixinho para ninguém ouvir) que está um calor do caraças e sorrir para aquela senhora lá ao fundo do restaurante que acabou de pedir ao empregado, com um arreganho de censura pelo atrevimento em se ligar uma coisa daquelas, para desligar o a/c por causa das crianças.


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sexta-feira, junho 10, 2016

10 de Junho no Terreiro de Paço hoje



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Com um olho acordado e outro a dormir, fui vendo as comemorações do 10 de Junho no Terreiro do Paço. Na RTP1, não sei como terá sido nas outras televisões, respiguei alguns pontos:

1 – Achei positiva a atitude de Marcelo em repor a dignidade das Forças Armadas, uma instituição que durante muitos anos foi uma coisa assim a resvalar para o proscrito. Dos antigos combatentes nem se fala, uns malandros que andaram por África a matar pretos;

2 - A cerimónia foi breve mas revestida do desejável simbolismo, aparentemente sem complexos de culpa por sermos portugueses. O discurso de Marcelo foi adequado, no conteúdo e na forma e o critério de atribuição das condecorações, de aplaudir;

3 – Uma nota negativa vai para uma jovem repórter que perguntou a um coronel (e insistia, esganiçada, já que o oficial, polidamente não se prestou a resposta directa) se «...o senhor coronel, depois dos grandes sacrifícios a que a instituição militar foi submetida no anterior governo, tinha esperança numa situação melhor com o actual governo...». Não estou a enfeitar, ela disse mesmo no tempo do anterior governo e agora com o actual governo. Isto demonstra bem como a nossa comunicação social continua intoxicada por hábil propaganda, ou acometida de idiotia incurável, ou vive um estádio imberbe de conhecimento das realidades.

4 – Finalmente, aquando da descrição de várias intervenções actuais das FA em diferentes partes do globo, como o Kosovo, o Mediterrâneo ou a República Centro Africana, fico a torcer para que o poetastro Alegre concorde com as diferentes intervenções militares em curso. Não vá dar-se o caso de ele simpatizar com a justeza e elevação de alguma das causas que combatemos e desate para aí a fazer poemas ou arranje um programa de rádio (ocorre-me a Venezuela, a Bolívia ou Pyong Yang, já que Brazaville e Argel foram engolidas pelo capitalismo) que o ature e onde ele se realize a dizer uns disparates.


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segunda-feira, junho 06, 2016

Pacheco já cansa...



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Francisco Assis é socialista, assume-o com frontalidade e dá a cara pelas suas convicções. E foi assim que, perante uma plateia hostil, se revelou um homem de coragem e, sobretudo, fiel aos mais elementares princípios da ética e da dignidade. Sem rodriguinhos, disse ao que ia, disse o que pensava sobre a geringonça, num português elegante e escorreito e esta atitude granjeou-lhe um capital de simpatia e respeito considerável. Capital que Pacheco Pereira não tem. Nem conseguirá ter. Mais ou menos encapotado na sua auréola de intelectual, cavalga a sua obra sobre Cunhal e mantém o registo de um programa de opinião e debate onde é apaparicado.

Pacheco Pereira sabe (não é estúpido) que o convite que lhe fizeram para ir ao Congresso do PS não era inocente e só isso deveria ter sido o suficiente para o ter declinado. Prestou-se a uma gerinconcice sem préstimo e poderia e deveria ter apurado o verbo para se juntar aos seus companheiros de Partido e dizer o que acha que deve dizer. Ou pode sempre deixar o Partido e fazer-se sócio de uma agremiação qualquer que lhe agrade. Preferiu ir tagarelar com Ana Drago e emitir as vacuidades do costume que lhe toleram na Quadratura.

Assis merece ser celebrado, Pacheco Pereira merece o vitupério a que ele próprio se prestou.


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A gritaria



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Voltou a gritaria. Sempre me irritaram as pessoas que gritam para ser ouvidas. Às vezes por razões intrínsecas à sua natureza, outras porque sabem que, gritando, metade fica por ouvir e entender o que é particularmente vantajoso para quem não tem nada que dizer. E Costa cada vez grita mais. Os últimos dias mostram isso mesmo e aposto singelo contra dobrado que ninguém sabe exactamente o que ele disse após uma sessão de gritaria. Por um lado porque ele fala por via de sonoridades ininteligíveis (o equivalente a escrever por gatafunhos), por outro porque, realmente, ele não tem nada para dizer. Mas ele sabe que por cada minuto de gritaria ele aumenta a claque e reforça a sua reputação de hábil negociador. Vá lá saber-se porquê…


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domingo, junho 05, 2016

Ai Portugal




[5408]

«...Não é por nada, mas os valentes portugueses que despejam indignações em cima do Henrique ou do sr. Cid parecem-me, assim por alto, os mesmos que toleram, quando não aplaudem, tudo o que de facto importa. São os mesmos portugueses que acham normal, ou desejável, o PS costurar uma tramóia "constitucional" para tomar o poder e subordiná-lo a estalinistas ou aparentados. São os mesmos portugueses que acham razoável, ou, a acreditar nas sondagens, espectacular, que o governo recupere o prodigioso legado económico de José Sócrates, agora sob orientação sindical e com adornos "fracturantes". São os mesmos portugueses que acham adequado, ou louvável, que um balão sorridente disfarçado de primeiro-ministro brinque com as organizações internacionais que, em última e penúltima instâncias, nos têm aguentado uns furos acima da Roménia...»

A excelência do Alberto Gonçalves tornada leitura obrigatória sobretudo numa altura em que (vá-se lá saber porquê), o país quase inteiro parece uma turma de jacobinos a exaltar a estonteante vitória de António Costa (palavrão usado ontem pela "Pluma Caprichosa" no Eixo do Mal) pelo simples facto de ter resistido, sem cair. Ou seja, chegámos a uma altura em que os méritos de um governo (no caso a geringonça) se medem pelos meses que aguente sem cair. Tudo o mais, os vergonhosos índices de desenvolvimento e o conceito em que a Europa passou a ter de nós não interessam. Muito menos pensar-se em que investidor, no seu juízo perfeito vem aplicar uns cobres num país onde os méritos e a eficácia de um governo se continuam a contar pelo número das "reversões". Compreende-se, melhor, porque é que os números de investimento se passaram a contar pela utilização dos fundos estruturais…

Esta crónica do Alberto Gonçalves merece ser lida na íntegra, sim, e ao menos que tire o sono ao grupelho responsável pela bandalheira em uso nesta repartição e que por motivos quiçá semelhantes aos que fritam Cid e Raposo por terem dito mal de transmontanos e alentejanos, mas tudo o mais lhes passa ao lado, irremediavelmente nos lançará para o montureira dos idiotas. Por muitos meses que o sorridente Costa e o afectuoso Marcelo vão aguentando a paródia e continuem a merecer o gáudio e o reconhecimento das massas.


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