Ai Portugal
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«...Não é por nada, mas os valentes portugueses que despejam
indignações em cima do Henrique ou do sr. Cid parecem-me, assim por alto, os
mesmos que toleram, quando não aplaudem, tudo o que de facto importa. São os
mesmos portugueses que acham normal, ou desejável, o PS costurar uma tramóia
"constitucional" para tomar o poder e subordiná-lo a estalinistas ou
aparentados. São os mesmos portugueses que acham razoável, ou, a acreditar nas
sondagens, espectacular, que o governo recupere o prodigioso legado económico
de José Sócrates, agora sob orientação sindical e com adornos
"fracturantes". São os mesmos portugueses que acham adequado, ou
louvável, que um balão sorridente disfarçado de primeiro-ministro brinque com
as organizações internacionais que, em última e penúltima instâncias, nos têm
aguentado uns furos acima da Roménia...»
A excelência do Alberto Gonçalves tornada leitura obrigatória sobretudo
numa altura em que (vá-se lá saber porquê), o país quase inteiro parece uma
turma de jacobinos a exaltar a estonteante vitória de António Costa (palavrão
usado ontem pela "Pluma Caprichosa" no Eixo do Mal) pelo simples facto de ter
resistido, sem cair. Ou seja, chegámos a uma altura em que os méritos de um
governo (no caso a geringonça) se medem pelos meses que aguente sem cair. Tudo
o mais, os vergonhosos índices de desenvolvimento e o conceito em que a Europa
passou a ter de nós não interessam. Muito menos pensar-se em que investidor, no
seu juízo perfeito vem aplicar uns cobres num país onde os méritos e a eficácia
de um governo se continuam a contar pelo número das "reversões". Compreende-se,
melhor, porque é que os números de investimento se passaram a contar pela
utilização dos fundos estruturais…
Esta crónica do Alberto Gonçalves merece ser lida na íntegra,
sim, e ao menos que tire o sono ao grupelho responsável pela bandalheira em uso
nesta repartição e que por motivos quiçá semelhantes aos que fritam Cid e
Raposo por terem dito mal de transmontanos e alentejanos, mas tudo o mais lhes
passa ao lado, irremediavelmente nos lançará para o montureira dos idiotas. Por
muitos meses que o sorridente Costa e o afectuoso Marcelo vão aguentando a paródia
e continuem a merecer o gáudio e o reconhecimento das massas.
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Etiquetas: neo-socialistas, orgasmos múltiplos socialistas, povo que lava no rio
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