Irresponsabilidade
Tenho uma vaga desconfiança que António Domingues ainda não
bateu com a porta porque entende, provavelmente bem, que a aceitação do cargo
de presidente da CGD o obrigou a determinadas medidas da sua vida pessoal que
não se conformam com a abdicação do cargo. Assim sendo, provavelmente achará
que deverá se indemnizado.
Este silêncio de Costa e Centeno e do próprio Domingues
presta-se a congeminações desta natureza, mas custa-me a crer que um quadro
como Domingues não terá uma razão forte para manter esta situação em
banho-maria até que o governo se descosa e eventualmente cumpra aquilo a que se
comprometeu.
O que não é aceitável é o arrastamento desta situação e a progressiva
e gradual degradação da CGD e correspondente delapidação de capital, tal como
ainda hoje já a imprensa noticia a fuga de milhares de milhões de euros dos tais 1,3% de grandes depositantes acima de €100.000.
Esta situação seria impensável noutras circunstâncias e, pela
parte que me diz respeito como anónimo cidadão e que nem sequer tem €100.000 na
CGD, começo a achar que a culpa já nem é do governo, apesar do governo ser
totalmente irresponsável e andar a brincar às legislaturas progressistas. A culpa
é das pessoas que aceitam tudo, tal como se estivessem a ser sodomizadas e
pedir desculpa por estar de costas (expressão que uso algumas vezes e me parece
ilustrar bem a situação). E é de Passos Coelho (agora, sim, de Passos Coelho)
que ainda não conseguiu fazer duas ou três simples perguntas a Costa. Perguntas
simples a exigir respostas simples. O que é que, afinal, Centeno, ou Costa ou
ambos prometeram a Domingues para ele aceitar o lugar? Finalmente, a culpa
começa a ser de Marcelo, também. Rouba um bocadinho de tempo às selfies,
beijinhos e engraxadelas de sapatos e toma uma decisão. Não sei bem qual… mas lembro-me
de como o purista Sampaio pôs Santana Lopes no olho da rua. Parece que Santana
dormia sestas e houve um ministro qualquer que se demitiu e Sampaio embirrou. E
vejo agora esta salgalhada em que a geringonça nos meteu, com a agravante de
que tudo isto nos vai custar muito dinheiro. Dinheiro que não temos, mas que Costa
acha que é fácil ir buscar ao BCE e que o Pedro qualquer coisa, aquele de
barbicha que se senta ao lado dele, acha que não pagamos, porque não temos nada
que pagar.
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Etiquetas: CGD, geringonça, irresponsabilidade
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