sexta-feira, julho 12, 2013

Ser comunista e ter cunha


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Tenho uma certa dificuldade em entender a razão por que os comunistas são tratados como uma espécie de vacas sagradas em que não se pode tocar com uma flor. Apesar de serem reconhecidamente trauliteiros e darem um uso indevido à liberdade que lhes é concedida pelo regime democrático em que têm a graça de poder viver, de poderem pensar e dizer o que lhes der na gana.

Acontece que os comunistas têm, em geral, um problema de base, qual seja o de conviverem muito mal (ou não conviverem, sequer) com a liberdade. Acreditam piamente que toda a gente é livre de pensar e agir como eles. Sempre assim foi e sempre assim será. Acresce que sempre que dispõem de poder, como é o caso da maioria dos sindicalistas, usam-no na manipulação hábil das massas, cultivando um proselitismo à la mode, infundido e apoiado em dois pilares principais – o uso de benesses (vide os barbeiros da Carris) e um clima de temor infligido àqueles a quem lhes apetece usar risco ao meio em vez de usar o risco do lado que lhe dizem.

O resultado é este afrontamento permanente, por via de grupos organizados, escalonados, nomeados e subsidiados para impedirem as pessoas de falar, insultar (e agredir) governantes, gargalhar em sessões públicas e, como ontem, fazerem a triste figura que fizeram no Parlamento.

Pergunto-me se, por exemplo, foi possível acabar com os «hooligans» identificando-os e pura e simplesmente proibindo-os de ir ao futebol, porque é que não é possível fazer o mesmo a todos aqueles que, como ontem, acham que a liberdade é a deles, espezinhando a liberdade dos outros? Porque não se identifica aquela gente e se proíbe que eles assistam a sessões da Assembleia durante um período de tempo? Afinal aquilo não é crime?

Uma última nota de registo à presença no grupo de arruaceiros da Assembleia de Mário Nogueira (o professor) e Ana Avoila. A comunicação social noticiou e episódio dizendo um grupo de sindicalistas e funcionários, ou um numeroso número de manifestantes. Também surgiram locais na imprensa onde a presidente da Assembleia era reverberada por se ter irritado e feito citações literárias.

Se eu fosse professor ou funcionário público tenho a certeza que não me reveria em qualquer sindicato encabeçado por aquele tipo de criaturas. Mas, enfim, os professores e os funcionários lá saberão!
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quarta-feira, junho 27, 2012

Falando de indecências...

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Esta tarde aconteceu eu trabalhar com o ruído do debate quinzenal da Assembleia em pano de fundo.

Retive a contínua petulância de Anacleto Louçã e a vacuidade da sempiterna Heloísa Apolónia. E ainda que durante toda a tarde, aos costumes se disse nada. Ou melhor, disse-se o costume – NADA. E, afinal, com tanto que havia para dizer. Mas os nossos deputados preferem o «corte e costura» em que são exímios.

No fim, para não destoar, a habitual repórter da SIC Notícias (uma senhora que não me recorda o nome mas é aquela que tem uma expressão permanente de quem sofre da vesícula) expressou como pedra de toque do debate o facto de Passos Coelho estar muito mais agressivo. Já o havia sido no debate sobre a moção de censura e confirmou-o hoje. Disse ela, enquanto, ao que julgo, a vesícula deu sinais evidentes da sua disquinésia, pelo menos a avaliar pela sua expressão facial.
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sexta-feira, julho 03, 2009

Corninhos ao sol


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A faena acabou descolorida e desinteressante. Mais. Ponderados os factos, conclui-se que o mais fácil é perder a cabeça com as diatribes de Louçã e Bernardino, pelo que começa até a esboçar-se uma aura de certa simpatia pelo ministro Pinho, chegando mesmo a haver gente que acha que é pena ele ter dois indicadores tão pequeninos pelo que a coreografia saiu diminuída perante o real merecimento dos visados. Mais longe ainda, há já quem ache que Pinho poderia sair do governo, sim, mas mereceria ter cortado uma orelha a Louçã e um rabo a Bernardino, ou vice-versa, mas eu acho que assim é que está bem porque Louçã tem orelhas maiores e Bernardino tem um rabo mais compostinho e tem a mania que em Pyong Yang é que é bom.

De resto, continuando numa serena apreciação de culpas, é de considerar que todos o ministros do actual governo tiveram no Grande Líder um exemplo incontornável de que como se pode perder a cabeça sem ser malcriado e, por contraste, como se pode ser malcriado sem perder a cabeça. Tiveram bom e versátil mestre, assim. Pelo que, no fundo, os corninhos de Pinho nem sequer foram grande espingarda. «À uma» porque ele nem sequer tem indicadores que se veja, pelo que saíram dali uns cornitos enfezados e inofensivos, «à outra» porque já tenho visto pior. Mentir descaradamente à Assembleia da República como recentemente fez Sócrates é, no meu entender, muito mais grave que dois cornitos raquíticos de destinatários desmerecedores.

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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Gritaria


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Estou a trabalhar e a ouvir em som de fundo o debate ( ??? ) na Assembleia.

É impossível não sorrir quando oiço, como agora, Sócrates aos berros a invectivar Paulo Portas no sentido de que ele, Portas, grita muito. E que os gritos, por si, não dão razão a ninguém.

Ouvir Sócrates aos berros (como de costume) queixar-se dos berros dos outros é algo que ultrapassa a compreensão de qualquer de nós. E é, sobretudo, deprimente.

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