Ser comunista e ter cunha
Tenho uma certa dificuldade em entender a razão por que os
comunistas são tratados como uma espécie de vacas sagradas em que não se pode
tocar com uma flor. Apesar de serem reconhecidamente trauliteiros e darem um
uso indevido à liberdade que lhes é concedida pelo regime democrático em que
têm a graça de poder viver, de poderem pensar e dizer o que lhes der na gana.
Acontece que os comunistas têm, em geral, um problema de
base, qual seja o de conviverem muito mal (ou não conviverem, sequer) com a
liberdade. Acreditam piamente que toda a gente é livre de pensar e agir como
eles. Sempre assim foi e sempre assim será. Acresce que sempre que dispõem de
poder, como é o caso da maioria dos sindicalistas, usam-no na manipulação hábil
das massas, cultivando um proselitismo à la mode, infundido e apoiado em dois
pilares principais – o uso de benesses (vide os barbeiros da Carris) e um clima
de temor infligido àqueles a quem lhes apetece usar risco ao meio em vez de usar
o risco do lado que lhe dizem.
O resultado é este afrontamento permanente, por via de
grupos organizados, escalonados, nomeados e subsidiados para impedirem as
pessoas de falar, insultar (e agredir) governantes, gargalhar em sessões
públicas e, como ontem, fazerem a triste figura que fizeram no Parlamento.
Pergunto-me se, por exemplo, foi possível acabar com os
«hooligans» identificando-os e pura e simplesmente proibindo-os de ir ao
futebol, porque é que não é possível fazer o mesmo a todos aqueles que, como ontem,
acham que a liberdade é a deles, espezinhando a liberdade dos outros? Porque
não se identifica aquela gente e se proíbe que eles assistam a sessões da
Assembleia durante um período de tempo? Afinal aquilo não é crime?
Uma última nota de registo à presença no grupo de arruaceiros
da Assembleia de Mário Nogueira (o professor) e Ana Avoila. A comunicação
social noticiou e episódio dizendo um grupo de sindicalistas e funcionários, ou um numeroso número de manifestantes.
Também surgiram locais na imprensa onde a presidente da Assembleia era
reverberada por se ter irritado e feito citações literárias.
Se eu fosse professor ou funcionário público tenho a certeza
que não me reveria em qualquer sindicato encabeçado por aquele tipo de
criaturas. Mas, enfim, os professores e os funcionários lá saberão!
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Etiquetas: Assembleia da República, comunicação social, comunistas
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