Robalos e pão-de-ló
Eu sei. Eu sei que um pessoa só é culpada depois de julgada e condenada e recursos esgotados. Eu sei. Mas ver um friso de arguidos sorridentes, com ar de quem saiu do chuveiro e se vestiu de lavado, com a confiança de quem sente e sabe que isto da justiça não é bem para eles e com a expressão desdenhosa com que Vara, só para usar um exemplo, responde à jornalista (ou melhor, não responde, pergunta… tipo, «porque é que me faz perguntas dessas?») enquanto paira uma atmosfera de pressentida impunidade, quanto mais não seja porque o presidente do Supremo mandou destruir umas conversas telefónicas entre eles e o inenarrável (Sócrates, esse mesmo de triste figura e má memória) e que sem essas gravações todo o processo corre o risco de ir pelo esgoto, ver este friso de gente nestes preparos, dizia eu, causa-me uma irreprimível repugnância e um estranho impulso para andar ao estalo. Eu, um pacífico militante com paciência de Job.
Desta reportagem ressalta ainda um naco esplendoroso de «delicatessen» consubstanciadas em robalos (Godinho não pode comer enchidos…), enchidos e pão-de-ló e ainda um enternecedor carinho pelo clube da terra, a avaliar por uma oferta de um equipamento de um equipamento da equipa de Esmoriz. Canetas Mont Blanc, relógios e envelopes com notas gordas de Euros é que nada. Tudo boatos da reacção. Também há por ali alguém com vontade que Sócrates desse uma sticada numa gaja mas isso configura, certamente, um exagero da comunicação social, sempre sedenta de sangue e sensacionalismo.
Ora aqui está uma peça que nos faz pensar que aquele secretário de Estado que acha que a juventude devia deixar a zona de conforto e emigrar é que está carregado de razão.
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