sexta-feira, janeiro 16, 2015

A baleia é um animal anfíbio porque se alimenta de leite e respira por guelras…


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Pouco a pouco vou chegando a um ponto de inconseguimento no que se refere a vários (muitos) programas da SIC Notícias. Acabei finalmente, de descontinuar o Eixo do Mal (aquilo estava a roçar já a pornografia… mas da má) e está a desenhar-se, de algum tempo a esta parte, o mesmo sentimento em relação à Quadratura do Círculo. Sucedem-se as situações inverosímeis, porque provindas de gente que me tem merecido, pelo menos, o respeito devido àqueles que considero de craveira intelectual acima da média mas, eis senão quando, parecem dominados por sentimentos de despeito e ódio que lhe toldam o discernimento (e a vergonha, diria eu). Agora, «apanhamos» com Jorge Coelho, uma personalidade de justa adequação à realidade nacional (circunstância de que já me tinha apercebido desde que o ouvi a cantar o Only You e a dizer que «hadem ver» uma coisa qualquer que já não me lembro, deu provas daquele populismo barato e rasteiro que os portugueses criticam mas de que gostam imenso, quando se demitiu do seu ministério por ter caído uma ponte e foi encarreirado para uma das mais importantes empresas nacionais, visceralmente entranhada no «poder».

O homem parece ter-se polido um pouco, fala melhor e perdeu aquela jactância que o caracterizava quando era ministro (quem se mete com o PS, leva) mas, ao que parece, ganhou em lógica da batata, um daqueles ditados portugueses que, à semelhança do «tempo da Maria Cachucha» toda a gente entende mas ninguém sabe verdadeiramente o que é ou o que significa. E é por via da lógica da batata que Jorge Coelho ontem afirma, com ar sério e doutoral, que todos os anteriores presidentes da república da democracia foram isentos, presidentes de todos os portugueses, equidistantes do governo e aquela lengalenga conhecida de quando se resolve bater em Cavaco. Lobo Xavier esboçou uma resposta tímida lembrando que Soares foi um dos presidentes mais parciais de que se lembra, fazendo uma oposição feroz ao governo, Ramalho Eanes, idem, idem, (com a particularidade atenuante de ser uma personalidade honesta que o diferenciava de Soares), chegando ao ponto de patrocinar e criar um novo Partido e que Jorge Sampaio estava longe de ser equidistante e isento, tanto que se pode gabar de ter despedido um primeiro-ministro por razões que, honestamente, me escapam, para além de que, ao que parece, Santana Lopes gostar de mulheres (um estimável desiderato), não se entender com alguns secretários de Estado, dormir umas sestas e ter afirmado que se sentia um recém-nascido a quem se dava pontapés. Mesmo tendo Santana a notável faceta de nada constar em seu desfavor do ponto de vista de aldrabices e corrupção (coisa que, mais tarde se veio a verificar fazer escola) não se livrou de ir para o olho da rua pelo equidistante e isento Jorge Sampaio.

Lobo Xavier terá feito Jorge Coelho ver isto mesmo… Jorge Coelho, perante esta evidência, limitou-se a responder:- Ah! Mas fizeram eles muito bem (entenda-se, feroz oposição a Cavaco, criação do PRD e despedimento de Santana Lopes). Temos, assim, que quando os presidentes fazem eles muito bem, a parcialidade é aceitável. Se é Cavaco Silva a tentar fazer prevalecer ideias e conceitos que, na sua (dele) opinião são a melhor via para o desenvolvimento e estabilidade do país, aqui d’el rei que o presidente está «coligado» com o governo, mesmo que frequentemente tenha demonstrado a sua isenção através de várias medidas impopulares para a coligação.

Lobo Xavier esboçou ainda uma contra-resposta mas Pacheco Pereira, à boa maneira da extrema-esquerda, não deixou. Interrompe, atalha, perora, ri e adopta aquele ar chocarreiro de quem fala para gente menor que não percebe peva do que ele está a dizer.

Carlos Andrade, do seu canto, sorri e acha que nessa noite vai dormir melhor.

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quarta-feira, julho 22, 2009

Negócio ruinoso? Jamé


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Afinal temos um Tribunal de Contas pouco fiável. Dá pareceres mas depois vem Mário Lino e comandita achar que as opiniões do Tribunal são questionáveis. O Tribunal de Contas deve ter feito uma birra qualquer e achou que o negócio da Liscont foi ruinoso (SIC) e apresenta uma série de irregularidades. Uma maçada. O que vale é que o governo, através do ministro das obras públicas já veio fazer luz sobre o assunto, não fosse o rebanho pensar que o negócio tinha sido feito de forma estouvada ou, pior ainda, alinhado no favorecimento de um grupo privado onde, só por acaso, uma das mais fortes personagens do Partido Socialista foi levado à carga de inventário. O Tribunal de Contas que os deixe mas é trabalhar. E o Simplex que reforce a argumentação do ministro Lino, para que aqueles que ainda têm dúvidas as clarifiquem de vez. Sobretudo a inteligentzia, que consabidamente merece uma explicação mais exaustiva.

Negócio ruinoso? Jamé!

Resposta do ministro das Obras Públicas ao relatório do Tribunal de Contas via Blasfémias. E concordo com a Helena Matos: a falta que faz Jorge Sampaio…

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