Eu acho que um mês ainda é de mais
Somos um povo com algumas
limitações. Questões geográficas, de parentesco, de ascendência, na volta somos
poucos e somos todos primos ao fim de cerca de oito séculos, enfim, um
encadeamento de circunstâncias que nos conduziram a uma situação de case study
de muitos sábios e cientistas, sendo que nenhum deles verdadeiramente conseguiu
perceber-nos. Parece que a coisa vem de longe, é velha a ideia de «lá longe, na
península, há um povo que nem se governa nem se deixa governar». Mas, que diabo.
O tempo correu, houve avanços, há a internet, o progresso, a tecnologia, aviões
low cost, alguns bons exemplos, há mesmo um razoável índice de coesão com gente
mais escovada. Eu sei que temos um Partido político sui generis, também do tipo que nem governa nem deixa governar mas, francamente, saber que existe um
Jorge Ascensão saído de trás de um penedo e que ascende (fazendo jus ao nome) a
presidente de uma Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), que é uma
coisa que só serve para atrapalhar e de alternativa a quem não consegue ser administrador
dos condóminos, um Jorge Ascensão, repito para retomar o fio da meada, que acha
que os miúdos só devem ter um mês de férias no Verão leva-me a ponderar sobre a
categoria em que devo rotular esta gente. Se patéticos, se meramente palermas militantes
que vêm ao mundo para chatear quem está. Atente-se nesta pérola do Ascensão:
"Começo a recear que as escolas tenham mais pausas do que
aulas. Toda a gente se queixa de que os programas são extensos e os alunos não
têm tempo para aprender e tirar dúvidas. É preciso tempo", disse à Lusa
Jorge Ascensão.
Além disso, considerou que a recomendação do CE "é redutora,
tendo em conta tudo o que é preciso mudar" no ensino e que é necessária
uma "revolução na educação".
A Confap entende que é preciso repensar o tempo em sala de aula e
a forma de ensinar: "As aulas podem começar logo em setembro mas é preciso
haver mudanças. Podem estar na escola sem atividade letiva, sem estar a estudar
o programa curricular. Os miúdos precisam de respirar a escola sem ser dentro
das paredes da sala de aula. Tem de haver um envolvimento com a biblioteca e
com os espaços exteriores".
O Português pode aprender-se através do teatro, a História com
visitas a zonas históricas ou o Inglês através de "Semanas da Língua"
promovidas pela escola, exemplificou.
"A Educação não acompanhou as mudanças do 25 de Abril. Houve
uma revolução na sociedade mas não na escola, que continua centrada na sala de
aula, no quadro preto do professor e nas secretárias alinhadas", criticou
o representante dos pais.
Jorge Ascensão lamentou que o Conselho das Escolas, um órgão
consultivo do Ministério da Educação, "não consiga pensar fora da
caixa" e continue a apresentar "pequenas medidas que não se traduzem
em grandes mudanças".
"Este órgão, que representa quem trabalha todos os dias nas
escolas, tem de refletir de forma mais alargada a Educação. Mesmo sabendo que
algumas das medidas não são exequíveis de imediato, temos de as pensar e
apresentar", defendeu.
40 anos depois do 25 de Abril ainda há Ascensões…
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Etiquetas: a idiotia feita doutrina, Ai Portugal, educação
2 Comments:
Pior que tudo ainda é o destaque que a comunicação social dá a "pérolas" destas. Com direito a comentário do "professor" Marcelo que, pelo menos no que diz respeito à educação, farta-se de debitar "baboseiras".
A acrescentar a tudo isto, há ainda os que vêm contestar os exames, em particular os do 4º ano, porque as criancinhas, coitadinhas, são muto pequeninas e ficam muito "stressadas". Um dia destes vi no Facebook um comentário de alguém que não me recordo quem era, mas poderia ser do psicólogo Eduardo de Sá, por exemplo, a dizer que antigamente também havia exames da 4ª classe, mas eram os adultos que os faziam (???). Enfim, este país é uma anedota....
Eu tinha 10 anitos, quando fiz o exame da 4ª. E a admissão. E depois o exame do 2º. Aos 15 fiz o do 5º. Aos 17, o do 7º, quando ainda havia alíneas. Enfim, eu era um adulto precoce :)
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