sexta-feira, maio 08, 2015

Gente excitada é outra coisa


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O «tesão» da esquerda (passe o termo, no Brasil é aceitável e tem um sentido saudavelmente mais lato que um mero prenúncio de orgasmo) pelas eleições tem muito a ver com as sondagens. Leva meses entretida com a sua galopante subida na intenção de voto dos cidadãos o que, desde logo, reflecte uma considerável melhoria do seu Q.I., certamente devido à acção clarividente e pedagógica dos socialistas. E durante esse tempo, espuma de alegra, salta, pula, ri e, de dedo em riste, ameaça a reacção, a direita, os poderosos, o capital, diz que lhes parte as fuças e que quem se mete com eles leva.

Depois, inevitavelmente, chega o dia de encararem a realidade. Mesmo quando circunspectos órgãos de comunicação social e universidades prestigiadas andaram semanas ou meses promovendo os indícios claros de uma, finalmente, esclarecida sociedade pronta a votar na esquerda, os votos caem na urna e, afinal, não é nada como a inteligentzia previa.

Por cá, o especialista em estragar as sondagens é o CDS-PP. Na Europa em geral, a direita vai-se encarregando de arrefecer os ânimos da esquerda excitada e vai carrilando as coisas na racionalidade. Como agora se viu no Reino Unido. Andei semanas a ouvir que o Labour e os Conservadores estavam empatados, com diferença de um deputado. Afinal… não é bem assim. E parece, até, que Cameron tem claras possibilidades de atingir a maioria absoluta.

Por cá, as coisas fiam mais fino. Passos Coelho é odiado e ele próprio se esforça consideravelmente por derrubar muito do seu capital de méritos, por ter arrancado Portugal ao descalabro em que os socialistas nos meteram. Por isso, há uma forte possibilidade de Costa vencer. O que aterroriza. Mas isso não vem ao caso, nesta modesta reflexão.

Nota: A nossa CS já está ocupadíssima em explicar à grei que a vitória dos Conservadores se deve ao medo pelo aumento de deputados do SNP. Vai daí, os eleitores deram o voto ao Cameron, não vá a Escócia esticar-se em demasia. Não fora isso e os Trabalhistas ganhavam de cabazada.

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