sexta-feira, maio 08, 2015

Gente azeda


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À falta de actualidade interessante, como as eleições britânicas, o «expresso» do Mediterrâneo, Katmandu, posicionamento português nas previsões europeias e outras banalidades avulso, o trio da «Quadratura» entreteve-se a glosar o livro de Passos Coelho. E digo trio, porque o Carlos Andrade participou activamente no delírio, apenas Lobo Xavier manteve uma postura civilizada e congruente perante mais uma manifestação desajeitada (mais uma) de Passos Coelho.

Jorge Coelho e Pacheco Pereira levaram o programa dizendo da sua justiça com a verrina habitual, Coelho usando a sua habitual vacuidade e Pacheco Pereira manejando a sua inegável mestria no domínio do verbo. Apenas Lobo Xavier argumentava com clareza e honestidade, mas por poucos segundos, porque de imediato se instalava a algazarra, para não o deixar falar. Um dia deixo mesmo de ver aquela treta, entenda-se a «Quadratura». Cada vez me convenço mais que a Comunicação Social está entregue a gente de medíocre pensamento como Jorge Coelho ou, mais grave, gente azeda, como Pacheco Pereira, que acorda zangada, passa todo o dia irritada e à noite deita-se com azia. Levam toda a vida neste desconforto e isso era lá com eles, não fosse chatearem meio mundo enquanto por cá andam. E quando um dia morrerem, como acontece às pessoas, ainda acabam por poder surpreender os presentes no velório com um arroto derradeiro de uma derradeira volta do duodeno, zangado por não poder continuar zangado mais vezes.

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