Gente azeda
À falta de actualidade interessante, como as eleições
britânicas, o «expresso» do Mediterrâneo, Katmandu, posicionamento português nas
previsões europeias e outras banalidades avulso, o trio da «Quadratura»
entreteve-se a glosar o livro de Passos Coelho. E digo trio, porque o Carlos
Andrade participou activamente no delírio, apenas Lobo Xavier manteve uma
postura civilizada e congruente perante mais uma manifestação desajeitada (mais
uma) de Passos Coelho.
Jorge Coelho e Pacheco Pereira levaram o programa dizendo da
sua justiça com a verrina habitual, Coelho usando a sua habitual vacuidade e Pacheco
Pereira manejando a sua inegável mestria no domínio do verbo. Apenas Lobo
Xavier argumentava com clareza e honestidade, mas por poucos segundos, porque
de imediato se instalava a algazarra, para não o deixar falar. Um dia deixo
mesmo de ver aquela treta, entenda-se a «Quadratura». Cada vez me convenço mais
que a Comunicação Social está entregue a gente de medíocre pensamento como
Jorge Coelho ou, mais grave, gente azeda, como Pacheco Pereira, que acorda
zangada, passa todo o dia irritada e à noite deita-se com azia. Levam toda a
vida neste desconforto e isso era lá com eles, não fosse chatearem meio mundo
enquanto por cá andam. E quando um dia morrerem, como acontece às pessoas, ainda
acabam por poder surpreender os presentes no velório com um arroto derradeiro de
uma derradeira volta do duodeno, zangado por não poder continuar zangado mais
vezes.
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Etiquetas: coisas tristes, Quadratura do Círculo
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