Resultados do «depois logo se vê»
Estamos a horas de uma das mais devastadoras greves que nos
trará (já está a trazer) uma monstruosa perda de muitos milhões de euros. Para além
desta perda directa, há indícios de que os portugueses procuram nas agências de
viagens transportadoras aéreas como opção às caravelas portuguesas com asas,
cansados de tanta confusão e desconfiados do que possa vir a seguir.
A minha reflexão vai no sentido de que se em 1999 em vez do sorridente
e do «depois logo se vê» Guterres e do moralista pedagogo Cravinho tivessem
sido, por exemplo, Passos Coelho a estar no Governo e Portas a negociar o
acordo com os pilotos, as nossas folgazãs repórteres de directos e os nossos
concisos comentaristas/tudólogos/paineleiros não dariam um minuto de tréguas a Passos e Portas e
crivavam-nos permanentemente de perguntas e a CGTP já tinha de há muito
revitalizado os seus arruaceiros encartados para insultarem os membros do
governo de cada vez que fossem a qualquer lado.
Mas é o que se vê. Um silêncio (cúmplice?), uma bonomia exasperante
perante um dos mais gravosos cometimentos socialistas que, para calar os pilotos,
lhes «atirou» com 20% do capital da TAP. Este é um dos muitos exemplos que
devemos aos socialistas como causa próxima do estado calamitoso em que nossa situação
económica e atmosfera social se encontram. E quando os
jornalistas, repórteres e comentaristas agem desta forma, quase num regime de
concubinato político com um Partido que já nos deu três bancarrotas e nos legou
problemas desta estirpe, há que os acusar também. Porque se os portugueses
estivessem devidamente informados sobre o trambique, incompetência e ligeireza
das manobras dos socialistas durante as suas legislaturas muito provavelmente não
continuariam a dar-lhes mais de 30% dos votos.
José Manuel Fernandes, no Observador, é uma das poucas excepções ao silêncio dos jornais e das televisões por esta «Guterrice».
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Etiquetas: Ai Portugal, Cravinho, greve da TAP, Guterres
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