Incêndios grandes e roubos graves… dizem eles.
Estamos gradualmente a atingir o grau zero. Da política, da segurança,
da credibilidade, da economia. A conversa barata que nos impingem sobre as brisas
favoráveis que nos afagam devia ser objecto de trabalhos sérios e objectivos
por parte de quem tem a autoridade ética e científica para explicar aos portugueses
que as auras favoráveis são o resultado de cortes brutais em sectores vitais
para o funcionamento das instituições e para o bem-estar e segurança dos
portugueses.
Não é por ter havido uma tragédia em Pedrógão ou por terem roubado
uma assinalável quantidade de material de guerra, que vai inevitavelmente parar
à mãos de terroristas que se entretêm a matar inocentes, que devíamos chegar a
esta conclusão. As conclusões de há muito que estão identificadas e remetem,
indubitavelmente, para a irresponsabilidade de um grupo de gente que usurpou o
Poder e se entretém a dizer piadolas no Parlamento, à custa de um indivíduo
pernicioso e sem carácter que se prestou e presta a “circunvoluções” de carácter
para obter os seus fins à custa dos cidadãos, mesmo, ou sobretudo, daqueles que
convictamente lhe deram o seu voto, sem que lhes passasse pela cabeça que o
desenlace da situação fosse o que foi. Soubessem eles que Costa se iria aliar à
extrema-esquerda e jamais, repito, jamais lhe dariam o seu voto.
O resultado está bem à vista. De há muito que o funcionamento
das instituições de serviço ao cidadão, como os transportes públicos, a saúde,
a justiça e a educação (a educação, valha-me Deus) vogam ao sabor de humores
caducos e cortes orçamentais em nome duma coisa que irritava imenso Jorge
Sampaio e lhe servia para umas tiradas tonitruantes e que dava pelo nome do
défice, aquela coisa que existia para aquém da vida. Costa sabe que cumprindo essas metas, sobretudo o défice, vai aguentando
aquilo que eu chamaria, e glosando Pacheco Pereira, a masturbação do Poder. Porque
tem consciência de que é a única coisa que ele sabe fazer – manigâncias espúrias
para manter o Poder, mesmo que dando umas migalhas à extrema-esquerda, que vai
experimentando igualmente a volúpia de mandar.
O roubo de Tancos envergonha-me. Não se trata de roubar um
automóvel ou uma salva de prata da casa de um vizinho. Trata-se do assalto,
presumo que fácil, a um quartel, uma instituição que não pode estar sujeita às
mirabolâncias de Costa e dos seus sequazes. Igualmente não podemos continuar a
sofrer estes vexames e putativas consequências destes actos e a sublinhá-los com
vacuidades como Constança a dizer que o incêndio em Pedrógão foi muito grande e
Azeredo a dizer que o roubo de Tancos foi muito grave.
Não sei como é que estas coisas se fazem para explicar aos portugueses
que esta maralha tem de ir para a rua. Alguém deveria ter o engenho e a arte de
explicar aos eleitores a trapaça em que estamos envolvidos, explicar convenientemente
e sem medo de dizer coisas ou chatear individualidades. Ou mesmo de cometer
erros, como os suicídios de Passos Coelho. Alguém que, de caminho, explique aos
portugueses que, tão mau como a geringonça é este circo da comunicação social
em função permanente, em que os palhaços são a colecção infinda de comentadores
e especialistas que vão dando cobertura e aconchego a Costa e seus rapazes.
Alguém que consiga explicar às pessoas que não temos condições para aguentar
muito mais tempo esta situação, sob pena de qualquer dia nem país termos. Não
sei quem, nem como. Mas alguém tem de ter a coragem e a força para acabar com
isto.
Quando andei na tropa, na altura de passarmos à disponibilidade tínhamos de
fazer contas por CADA BALA, repito, por cada bala, que faltasse ao espólio, com excepção de arrolamentos
feitos logo após acções de combate. Agora… roubam quartéis. E não há ninguém
que veja. Que guarde. Que tome conta. Se calhar, não há. Não chega … não sei. Não
deve haver dinheiro. Porque é preciso manter o défice e distribuir umas migalhas
a funcionários e pensionistas. E reverter. Desfazer. E conduzir as coisas para
o “quanto pior, melhor”, afinal ao grande motto da esquerda que sabe que esta é
a única forma de se manter no Poder.
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Etiquetas: Ai Portugal, insuficiências (honrosas) do socialismo, neo-socialistas
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