sábado, junho 24, 2017

Andava distraído




Recomenda-se a leitura deste post com o vídeo "on". Fica a pieguice completa...

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A vida trepidante e os mil assuntos que nos ocupam as meninges a todo o tempo fazem de nós seres lamentavelmente diminuídos da sensibilidade que, acredito, nasce com todos nós, mas vamos perdendo ou desgastando à medida que o tempo passa.

O meu apartamento ardeu há cerca de um ano e, em consequência, aluguei um apartamento num local maravilhoso aqui em Cascais (donde só algum dia me tirarão a tiro). Tenho um escritório com uma grande superfície vidrada que dá para um jardim público muito bonito. É, ainda, um local muito sereno, silencioso e, repito, muito bonito. Pois… não é que só ao fim de um ano percebi que nestes dias de sol e com as vidraças abertas tenho uma afinada orquestra de passarinhos que cantam em permanência TODA a manhã?

Desse canto sobressai um mais forte, mas maravilhoso. Não percebo nada de pássaros, mas alguém que conhece me garantiu que esse canto era de melros. Intrigado, fiz hoje uma espécie de espera até descobrir dois magníficos exemplares, muito pretos, muito bonitos e harmoniosos nas suas formas. Mais harmoniosos se tornam quando comecei a ouvi-los a cantar. Mantive-me a olhar pela vidraça aberta e contemplei o casal (presumo…) na esperança até de ver se saia dali algum ritual de acasalamento. Não saiu. Apenas cantavam, o que prova que se pode cantar só porque sim, sem ideias pré-concebidas, tal qual se ouve no vídeo. Curiosamente, havia um coro de pequenos cantares de outras aves que não sei se têm algum significado.

Voltei para o computador. Contente por ver os melros, contente por serem melros, contente por haver pássaros que cantam assim. E vai outro “post” (inho) sem falar mal do  outro... cujo nome não posso dizer!

NOTA: Custa a acreditar, mas pus o som do computador no máximo e posso garantir que o canto dos pássaros lá fora redobrou. De ritmo e de intensidade. Ai que mariconço (pode-se dizer, né?) que eu estou hoje…



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