Não é que sonhei com ele?
Isto está grave. Por muito estranho que pareça, acordei
estremunhado, saído de um sonho onde eu percorria várias ruas de Lisboa, pedindo
que alguém me desse uma razão, UMAZINHA que fosse para se dar o voto a Medina
nas autárquicas. Já acordado, reflecti, entre os golos do meu habitual e
delicioso café, que pagaria de bom grado um almoço a quem me explicar a razão pela
qual as sondagens, os jornais, as TV’s, a opinião publicada, são unânimes em
considerar Medina o natural e legítimo (???) vencedor das autárquicas.
O que terá feito este genro feliz, este ajustador directo de obras urgentíssimas, este afortunado herdeiro
da Câmara mais importante do País, este jovem de sonsa expressão e verbo
trivial, este aprendiz de político hábil, este protegée das televisões que o
entrevistam amiúde, com temas e perguntas inócuas e de respostas óbvias, este
trapalhão de estratégias eleitorais que transformou Lisboa numa cidade caótica
para se circular e estacionar, tudo em nome do sacrossanta doutrina de acabar
com os malditos carros, em linha com o pensamento idiota de que devemos todos
andar de bicicleta ou caminhar em extensos e largos passeios desoladoramente vazios, criando até
curvas e nós onde algumas viaturas, como os transportes públicos, não conseguem
sequer circular, este homem sem ideias, de fala mansa e expressão submissa,
atenta, veneradora e obrigada, este candidato, enfim, a merecer o estatuto de
inevitável vencedor das autárquicas em Lisboa?
Vão por mim. Pago mesmo um almoço num restaurante agradável,
perto do mar e cardápio excelente a quem me souber explicar este fenómeno. Mas
quem me manda a mim sonhar com Medina?
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Etiquetas: coisas sinistras, comunicação social, eleições autárquicas, fernando Medina
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