quarta-feira, setembro 13, 2017

País estranho... que nem de plástico é



[6181]

Ora "bamoláver” se eu consigo entender este país estranho.

Há uma greve de enfermeiros cuja adesão se situou entre os 80 e 90% e que não vi ninguém desmentir.

Há um ministro que acha que esta greve é imoral, ilegal e mais não sei quê, qualquer coisa que, se dita por outra individualidade faria cair o Carmo, a Trindade e espoletaria cordões de cidadãos a defender a greve, o estado democrático e a exigir a demissão do ministro (ou, pelo menos, as “fuças partidas”, como diria o saudoso e bonzinho Guterres, agora dedicado a estabelecer a paz no mundo, de preferência sem partir as fuças a ninguém).

Apesar da imoralidade anunciada por Adalberto (o impoluto ministro), Costa decidiu reunir com ele e com quem? Adivinhem: com a CGTP que é o único sindicato que não concorda com a greve

Quando eu pensava que à reunião haviam faltado os outros sindicatos, eis que a bastonária dos enfermeiros e várias outras personalidades ligadas ao protesto afirmam, alto claro e bom som, que só a CGTP tinha sido convocada para a reunião.

Se bem me lembro da aritmética que dantes ensinavam nas escolas antes da matemática ser considerada uma disciplina mais ou menos aleatória, se há 80% de adesão à greve, há apenas 20% de enfermeiros simpatizantes ou sócios, o aficionados ou adeptos (é, parece que estamos a falar de futebol…) da CGTP, o tal sindicado que foi convidado, em exclusivo por Costa e Adalberto.

Ainda não vi qualquer destes factos desmentidos ou questionados por ninguém. Muito menos pela comunicação social, que tem andado ocupada com os mails do Benfica denunciados pelo senhor Jota, do Porto, e com aquela performance esquisita do Bruno de Carvalho explicando, com mímica apropriada, como é que manda o fumo do cigarro para a cara não sei de quem. E que não estivesse, não vejo a comunicação social a achar muito estranho o que aqui expresso.

Eu acho. Acho que este é um país no mínimo estranho, governado (????) por gente estranha e pouco confiável. E acho que isto um dia vai acabar não sei bem como, mas mal. Muito provavelmente não sem antes perdermos de vez a credibilidade residual que eventualmente nos resta no concerto europeu e que nos vai garantindo umas massas para aumentar o rendimento das famílias, dos idosos, dos reformados, dos inválidos e, já agora, de algumas famílias que não tenham viaturas que valham mais de €25.000.



*

*

Etiquetas: , , ,