Quando as crianças ganham voz grossa
Sou pai, conheço muitos pais, sei que há níveis de tolerância
para com as crianças mais ou menos gradativas com o desenvolvimento da idade. O
que se desculpa a um garoto de 2 anos, pode ser já motivo de reprimenda aos
seis ou sete mas, ainda, a tolerância mantém-se para episódios aceitáveis aos
sete, mas já reprováveis aos 15 e por aí fora. E chega a altura em que os
filhos são adultos e as asneiras que fazem, por muito que custe aos pais, são
da sua inteira responsabilidade.
De alguma forma isto aplica-se, erradamente, aos políticos.
Esta faixa de gente, razoavelmente inútil do ponto e vista de saberem fazer
alguma coisa de produtivo, a que se convencionou chamar políticos, pintam a manta,
dizem asneiras, pegam-se à bulha, são intrinsecamente maus uns ou para os outros
e muitas vezes cúmplices em tropelias, quase todas em prejuízo daqueles que supostamente
deviam representar e defender. Mas a bonomia da grei é semelhante à dos pais
que desculpam a criança que fez um disparate. O que está, claramente errado. Os
políticos são homenzinhos (e mulherzinhas, “prontes”) já formados. O problema é
que são maioritariamente mal formados. O que poderia não ser muito grave se
fosse possível baixar-lhes as calças e dar-lhes umas palmadas. Mas não podemos,
é um mau aspecto. E isso faz que vivam em permanente imunidade e cometam toda a
sorte de dislates e se cinjam a conceitos que têm pouco ou nada a ver com a moral,
a justiça e o interesse dos cidadãos.
O resultado são estes Galambas de trazer por casa que dizem
o que lhes apetece, o que é uma nobre e estimável liberdade, mas que eles não
merecem. Pintam a manta com os pincéis que têm à mão e com as cores quer lhes
vêm à cabeça. E não hesitam em ser malcriados, abusivos, mesquinhos e até
violentos. E o resultado é não passarmos um dia sem ouvirmos uma frase alarve ou observarmos gestos ou atitudes que são objectivamente lesivos dos nossos interesses
individuais e colectivos.
Como se cura “isto”, não sei. Lá está, se fossem as tais crianças,
um par de palmadas no rabo poderiam ser
efectivas, benfazejas e terapêuticas. Já
um par de palmadas num traste como este dava-lhe mais lenha para a sua fogueira
privada de parvoíces.
Assim como assim, vamos andando. Na esperança que um dia
alguma coisa muda. Mas a esperança é ténue.
*
*
Etiquetas: Ai Portugal, políticos, povo distraído
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home