segunda-feira, setembro 04, 2017

Quando as crianças ganham voz grossa



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Sou pai, conheço muitos pais, sei que há níveis de tolerância para com as crianças mais ou menos gradativas com o desenvolvimento da idade. O que se desculpa a um garoto de 2 anos, pode ser já motivo de reprimenda aos seis ou sete mas, ainda, a tolerância mantém-se para episódios aceitáveis aos sete, mas já reprováveis aos 15 e por aí fora. E chega a altura em que os filhos são adultos e as asneiras que fazem, por muito que custe aos pais, são da sua inteira responsabilidade.

De alguma forma isto aplica-se, erradamente, aos políticos. Esta faixa de gente, razoavelmente inútil do ponto e vista de saberem fazer alguma coisa de produtivo, a que se convencionou chamar políticos, pintam a manta, dizem asneiras, pegam-se à bulha, são intrinsecamente maus uns ou para os outros e muitas vezes cúmplices em tropelias, quase todas em prejuízo daqueles que supostamente deviam representar e defender. Mas a bonomia da grei é semelhante à dos pais que desculpam a criança que fez um disparate. O que está, claramente errado. Os políticos são homenzinhos (e mulherzinhas, “prontes”) já formados. O problema é que são maioritariamente mal formados. O que poderia não ser muito grave se fosse possível baixar-lhes as calças e dar-lhes umas palmadas. Mas não podemos, é um mau aspecto. E isso faz que vivam em permanente imunidade e cometam toda a sorte de dislates e se cinjam a conceitos que têm pouco ou nada a ver com a moral, a justiça e o interesse dos cidadãos.

O resultado são estes Galambas de trazer por casa que dizem o que lhes apetece, o que é uma nobre e estimável liberdade, mas que eles não merecem. Pintam a manta com os pincéis que têm à mão e com as cores quer lhes vêm à cabeça. E não hesitam em ser malcriados, abusivos, mesquinhos e até violentos. E o resultado é não passarmos um dia sem ouvirmos uma frase alarve ou observarmos gestos ou atitudes que são objectivamente lesivos dos nossos interesses individuais e colectivos.

Como se cura “isto”, não sei. Lá está, se fossem as tais crianças, um par de palmadas  no rabo poderiam ser efectivas, benfazejas  e terapêuticas. Já um par de palmadas num traste como este dava-lhe mais lenha para a sua fogueira privada de parvoíces.

Assim como assim, vamos andando. Na esperança que um dia alguma coisa muda. Mas a esperança é ténue.


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