É chamar um contabilista e um fiel de armazém
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Isto confrange, isto é uma vergonha, isto revela bem que se
um governo não sabe gerir sequer uma operação de donativos populares para uma
tragédia (de que é objectivamente culpado), perguntamo-nos sobre o
que saberá gerir, para além do patuá habitual de inanidades com que nos vai
azucrinando, por via da TV e dos (poucos que restam) jornais.
Mais do que ter havido alguém que se tenha “abotoado” com
umas massas pelo caminho (coisa a que desgraçadamente, já vamos estando
habituados) a mim o que realmente me descoroçoa e envergonha é o facto de, aparentemente,
o Governo não ser capaz de gerir uma campanha de recolha de donativos. Coisa
simples, parece-me. Tudo para uma conta aberta para o efeito, uma comissão
(coisa em que o governo é exímio) a gerir a conta, obrigatoriedade de todo o
dinheiro recebido reverter para essa conta e, a partir dela, fazer a distribuição
adequada das verbas.
Mas não. Uma miríade de organizações sociais, da Santa Casa
à Cáritas, passando pela Defesa Civil, autarquias e aquele grupo de gente que aparece
sempre nestas situações (os portugueses adoram meter-se nestas coisas…) apoderou-se
dos louros da nobreza da função.
Ao ponto de hoje parecer ser impossível, ao menos, saber quanto
há. Isto é um desaforo para os necessitados e um desrespeito para todos os que contribuíram.
E a certeza de que a geringonça nem uma campanha de solidariedade sabe gerir.
Vergonha. E espanto. Mesmo com Marcelo, "de verbo frenético" dizendo que precisamos de ser esclarecidos. Porque parece que vamos ter geringonça
por uns tempos. Com os eleitores que votam nela a dizer que a culpa é do Passos
Coelho.
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Etiquetas: Ai Portugal, geringonça, Trastes miltantes com as quotas em dia
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