segunda-feira, junho 19, 2017

Causas e estupidez naturais



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Em matéria de proselitismo, temos para todos os gostos. Temos os que aspiram a um tachinho, os que têm medo de ser despedidos pelos jornais ou pelas televisões, os que têm o mundo limitado pelas pálpebras, os que não gostam do Passos Coelho, os que lhes disseram para não gostarem do Passos Coelho e há os simplesmente parvos. Também há uns quantos que leram umas cartilhas, mas alguns deles confundem-nas e às vezes enganam-se e quando pensam que estão a ler matéria universalista, internacionalista e sobre o homem novo estão a ler os mails que aquela criatura façanhuda do FêQuêPê “amanda” para o Porto Canal, ou as alarvidades de um tal Bruno Carvalho que anda por aí a dizer disparates ou mandar as pessoas bardamerda.

Nenhum destes casos é recomendável, mas consciente ou inconscientemente aconselha-se os prosélitos que não caiam em exageros. Até por uma questão de higiene. O povo é meio iletrado, falam pouco dele e vive esquecido nos «interiores», (como diz o Marcelo) mas há limites para a coisa e haver televisões que anunciam (não me contaram, eu ouvi) que já tinham identificado a estúpida da árvore que se deixou apanhar por um maléfico raio duma tempestade cruelmente seca ultrapassa tudo o que o bom senso pode admitir.

Portugal é um sítio (mal frequentado, eu sei, mas não era isso o que eu ia dizer…) onde a notícia de hoje se esquece no dia seguinte. Um exemplo recente é eu reparar que ninguém mais alude ao facto do Governo ter dito na véspera do grande incêndio em Pedrógão, que no dia seguinte iam prender os incendiários (ou reter, já não me lembro bem) em casa, não se desse o caso de eles andarem a fazer disparates. Com a árvore atingida pelo raio é a mesma coisa. Mais um dia ou dois e já ninguém fala da árvore, dizem mais uma baboseira ou outra sobre em que festa estaria a Constança Urbano de Sousa (não há festa nem festança… etc.), Marcelo solta mais umas iniquidades e tudo volta à forma original. Costa explanará mais uma série de medidas (acho que nenhuma das que ele poderia e deveria ter tomado quando foi nr. 2 de Sócrates e enchia o espaço hertziano com medidas fantásticas que, entretanto se iam diluindo com os afazeres da época.

E assim vai o mundo. O português. Tenho um respeito profundo por todos aqueles que morreram com a catástrofe. Incluindo aqueles que as autoridades já foram dizendo que não tinham nada que ir meter o nariz onde não eram chamados. Quanto às causas naturais…apetece-me dizer que não gosto nem me dá jeito (como dizia o outro) continuar a fazer figura de parvo. Envergonha-me pertencer ao país do sul da Europa com a maior incidência de fogos. Dijsselbloem disse que os portugueses gostam de copos e de mulheres. Só se esqueceu de dizer que gostam de saltar à fogueira, também.

Todos os anos é isto. Com o PS na Oposição é porque é a Direita que é composta por umas bestas quadradas que não fazem o que devem. Com o PS no Poder é esta lengalenga das causas naturais para a qual já não há saco. Ainda mais quando dispõem dum catavento sensível às inesperadas mudanças de direcção do vento. Lá dizia um presidente de qualquer coisa ligada aos bombeiros, não sei bem o quê… causas naturais.


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2 Comments:

At 11:16 da manhã, Anonymous João disse...

Tanto ódio e nem uma palavrinha sobre a aldrabice dos que alteram notas de árbitros por email e que ganham campeonatos do colinho...
Ah e ja agora, raisparta os bandidos dos socialistas que apesar de tudo apresentam números... coisa que outros nem por isso! Ah. E nem gosto da geringoça e menos ainda do Bloco...

 
At 9:37 da manhã, Blogger Unknown disse...

Ólá amigo, esqueci-me do futebol.Para a próxima vou-me lembrar. E de aguns números dos socialistas também. Comente sempre...

 

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