domingo, junho 18, 2017

Impossível fazer melhor... e dizer pior



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Quando ontem escrevi este pequeno post, glosando a habitual jactância e irresponsabilidade da geringonça quando afirmou que ia prender os incendiários todos em casa para não haver mais incêndios, eu não tinha ainda a noção da enorme tragédia que se abateu sobre o país. Só mortos já são quarenta e três (and counting…) e feridos, mais de cinquenta.

Aceito e concordo que o momento é de recolhimento e pesar perante tão grande tragédia e não para política baixa. Mas ainda assim não consigo esquecer-me do anúncio patético e pateta de que iam prender os incendiários (logo no dia seguinte) para eles não poderem andar a deitar fogo às coisas. Foi um dichote boçal e, mais grave, acolhido com compenetração atenta e veneradora pelas televisões, emocionadas com o alcance da medida.

Não quero ainda deixar de registar um sentimento de repulsa pelos palavras que, a propósito, Marcelo proferiu. O que ele disse foi uma verdadeira arenga de comício, quando afirmou que era impossível ter feito mais e melhor. Tipo, não nos atrevamos a dizer mal da geringonça.

Uma vergonha, senhor Presidente, o senhor envergonhou-me porque é, intrinsecamente, uma vergonha. E ainda mostrou uma inqualificável falta de respeito pela meia centena de cidadãos que pereceu no incêndio, vá saber-se porquê.

Uma palavra de apreço pela forma séria, assertiva e sem rodriguinhos como o secretário de estado Jorge Gomes foi fazendo os briefings com a comunicação social

Era só.



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