Impossível fazer melhor... e dizer pior
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Quando ontem escrevi este pequeno post, glosando a habitual
jactância e irresponsabilidade da geringonça quando afirmou que ia prender os
incendiários todos em casa para não haver mais incêndios, eu não tinha ainda a
noção da enorme tragédia que se abateu sobre o país. Só mortos já são quarenta
e três (and counting…) e feridos, mais de cinquenta.
Aceito e concordo que o momento é de recolhimento e pesar perante
tão grande tragédia e não para política baixa. Mas ainda assim não consigo esquecer-me
do anúncio patético e pateta de que iam prender os incendiários (logo no dia
seguinte) para eles não poderem andar a deitar fogo às coisas. Foi um dichote boçal
e, mais grave, acolhido com compenetração atenta e veneradora pelas televisões,
emocionadas com o alcance da medida.
Não quero ainda deixar de registar um sentimento de repulsa
pelos palavras que, a propósito, Marcelo proferiu. O que ele disse foi uma
verdadeira arenga de comício, quando afirmou que era impossível ter feito mais e melhor. Tipo, não nos atrevamos a dizer mal da geringonça.
Uma vergonha, senhor Presidente, o senhor envergonhou-me porque
é, intrinsecamente, uma vergonha. E ainda mostrou uma inqualificável falta de
respeito pela meia centena de cidadãos que pereceu no incêndio, vá saber-se porquê.
Uma palavra de apreço pela forma séria, assertiva e sem
rodriguinhos como o secretário de estado Jorge Gomes foi fazendo os briefings
com a comunicação social
Era só.
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Etiquetas: Ai Portugal, incêndios, Marcelo Rebelo de Sousa
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