Sinistro II
Quando um político não sabe o que há-de dizer sobre uma
greve indesejada, a primeira coisa que lhe vem à cabeça é que a greve é um
instrumento constitucional (conxucional, para Costa) e um alienável direito dos
trabalhadores. A partir daqui entra-se num blá blá blá inócuo e que nada
acrescenta à grande máxima, qual seja a da constitucionalidade da greve e de
representar um direito dos trabalhadores (a propósito da entrevista de Costa à
SIC quando, no seu titubeante e estranho português, Costa respondeu a Gomes
Ferreira sobre a greve dos professores).
Posto isto, sonho com o dia em que um político, e tomando a
greve dos professores para o dia vinte e um, diga, um dia: A greve é constitucional
e um direito para os trabalhadores. Mas os sindicatos deveriam colocar acima de
quaisquer conveniências partidárias o interesse dos cidadãos. No vaso vertente
dos professores, os lesados são as crianças e os pais delas. As crianças, porque
começam a ter, de pequeninos, uma noção distorcida dos instrumentos
constitucionais e dos direitos dos trabalhadores e da realidade. Os pais
porque, regra geral, fazem grandes sacrifícios para que os seus filhos estudem.
Mesmo no muito mau sistema público, não esquecendo que pagam por ele, por via
de impostos.
Não há, ou não deveria haver, sindicato NENHUM que
deliberadamente promova uma greve em dia de exames nacionais. A greve deixa de
ser um instrumento constitucional para se numa atroz inconstitucionalidade. E
venham os juízes todos do TC dizer o contrário. E deixa de ser um direito dos
trabalhadores para se tornar num instrumento partidário, que faz fé nos pontos
de vista que o Partido professa e não nos pontos de vista do interesse nacional
ou, mesmo, dos trabalhadores representados pelo Partido em questão. No nosso
caso, sabendo-se que os sindicatos, por razões que nunca consegui compreender,
são quase totalmente dominados por um Partido caduco, com uma representação
eleitoral residual e com uma total aversão pela liberdade e que não olha a
meios para atingir os fins. E, talvez mais grave ainda, sindicatos materializados
por corporações que, vistas bem as coisas, não têm nada a ver com os comunismos
mas que se deixam enlear por eles. Como é o caso dos professores. Por interesse
pessoal, por desleixo, por inércia, seja lá porque for. Mas o resultado é
sempre o mesmo. Alinham alegremente nos delírios desse tal Nogueira e dos seus
esbirros. Isto no que respeita aos professores. Porque noutros sindicatos é a
mesmíssima coisa.
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Etiquetas: Ai Portugal, António Costa., fenprof, greve, Mário Nogueira
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