sábado, junho 17, 2017

Esqueceram-se prender os incendiários em casa



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Há quarenta e oito horas, as TV’s anunciavam a intenção do Governo manter os presidiários em casa a partir do dia seguinte.

O dia seguinte era ontem e hoje o país está a arder, como de costume.

A farsa em que a geringonça nos mantém e endromina já sufoca. Como é que uma televisão consegue transmitir uma notícia destas com a gravitas apropriada à importância das diligentes medidas deste governo. Ou seja, em vinte e quatro horas passaríamos a ter um sistema jurídico que proibiria os incendiários de sair de casa. Durante quanto tempo, se poderiam sair nos dias de chuva, se poderiam ir às compras num raio de “x” metros é coisa que não se sabe, mas que não interessa muito saber. O que interessa é que temos um governo diligente em resultado do que este ano não temos fogos. Ou qualquer coisa por aí. Ao contrário da Oposição que não pensava nesta profilaxia do fogo e, sem vergonha, deixava arder o país.

Mais do que os fogos repugna-me esta, repito, farsa, em que viemos onde começo a suspeitar que há elementos do governo que acreditam no que dizem. O que é, no mínimo, preocupante. E há os que não acreditam nem deixam de acreditar mas que têm a noção exacta do impacto que este tipo de notícias “à boca das urnas”, tem no rebanho que pastoreiam.

Isto é uma atitude terceiro-mundista. Noticiar que “a partir de amanhã” o governo vai reter os incendiários em casa, acho que nem ao Maduro ocorre. Mas ocorre aos ”Maduros” que detêm o poder. E é trágico que, vistas bem as coias, acaba por funcionar. Durante quarenta e oito horas a grei regalou-se por ter um governo que, finalmente, resolveu os problemas dos fogos, prendendo os incendiários em casa.

Hoje Portugal está a arder. Também é verdade que já ninguém se lembra da notícia de anteontem. Mas também, que interessa isso? As televisões vão andar, de novo, entretidas a entrevistar a gente que fugiu de casa, que perdeu os haveres, que perderam as cabras ou que acham, como eu, que isto não tem ponta por onde se pegue. E para o ano. a geringoinça pensa noutra coisa qualquer.

E.T. Todos sabemos como o nosso primeiro é um homem de taludas. Ao que parece, começou a chover em Pedrógão onde, como se sabe, lavra um grande incêndio. Provavelmente porque se esqueceram de prender os incendiários em casa.


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