Dos senhores Baetas ou das águas «sobreterrâneas»
Chego a casa e ligo a TV. Apanho de imediato um tal Sr. Baeta
dizendo que o pessoal da TAP (coisa vaga, pessoal, qual?) vai fazer uma
demonstração no dia 24. Porquê? Porque os trabalhadores não foram ouvidos nem achados na estratégia e na gestão da empresa e porque não concordam com a privatização.
E mais, que até à finalização do processo de privatização muita água vai correr
sob(re) o rio (eu seja ceguinho).
Tenho de admitir que uma das coisas em que o socialismo terá
tido mais sucesso foi terem conseguido convencer os trabalhadores de que têm um
papel preponderante na gestão e estratégias das empresas. Claro que nunca
nenhum Sr. Baeta se deu ao trabalho de tentar conhecer exemplos de países
socialistas, actuais ou extintos, onde os trabalhadores tivessem voz activa. De
vez em quando aparecia um ou outro com umas ideias, pelo menos enquanto não era
mandado para um Gulag qualquer ou arrebanhado (como era mais frequente em
África, e arrebanhado é o termo correcto), para um campo de reeducação. Onde eram
silenciados ou reeducados no sentido de se deixarem de ideias de participarem em
estratégias e gestões.
Para o bem do socialismo todos os senhores Baetas vão
fazendo conspícuas aparições nos meios de comunicação social, sem perceberem o
papel de idiotas úteis que lhes cabe. Deviam dar graças a Deus por viverem em
regimes de liberdade que lhes permitem acreditar no seu papel de estrategas e gestores.
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Etiquetas: comissões, sindicatos, socialismos
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