Deus nos guarde e nos ilumine pela «doutrina social da igreja»
[4005]
A esquerda institucional não é o verdadeiro problema de Portugal. Tanto o PCP como o Bloco são dois Partidos tendencialmente sujeitos à erosão natural que o progresso, a literacia e, porque não dizê-lo, um esperável desenvolvimento do espírito de cidadania em Portugal, lhes causam e acabarão por conduzi-los inevitavelmente ao desaparecimento. O verdadeiro problema reside mais no que eu chamaria a mentalidade de esquerda, uma mentalidade que gera nos seus mentores um sentimento de superioridade moral e de convencimento da sua inevitabilidade como condutores da massa inane que, por razões não completamente esclarecidas para a esquerda, não acedeu à virtude suprema do iluminismo de que ela se considera legítima e única herdeira. E se a massa é inane, a esquerda sente que tem de arrancá-la da obscuridade, das trevas, iluminando-a para que desfrute do progresso de toda a humanidade, lado a lado, como é bom de entender, com uma retórica oportunamente estudada e colocada em forma de cartilha. Convém, mesmo assim, que esta atitude doutrinária da esquerda seja lenta e gradual, não vá a grei iluminar-se de repente e a esquerda ficar sem emprego. Um pouco à semelhança do MES que acabou por encontrar porto seguro para atracar, no Partido Socialista, como se sabe mas os mais distraídos se esquecem. Mas isso é outra história e eu até acredito que no seio da esquerda exista gente bem-intencionada. Como acredito na desprezível pantomina a que celebradas figuras de esquerda se submetem para que do seu estatuto decorram vantagens, prebendas e, mutatis mutandis, um cortejo de invejáveis benesses que de outra forma dificilmente conseguiriam. Ou, em português corrente, se tivessem de trabalhar como as pessoas.
Esta reflexão é bem ilustrada pelo minuto final de Manuel Alegre no debate de ontem com Cavaco Silva, repare-se:
«...Eu dirijo-me ao povo da esquerda e a todos os outros democratas, àqueles que se reclamam da doutrina social da igreja e querem uma sociedade mais justa e solidária. É preciso resistir...»
Se Alegre fosse eleito, pergunto-me o que seria do povo de direita, incluindo o povo de direita que se reclama da doutrina social da igreja.
A esquerda institucional não é o verdadeiro problema de Portugal. Tanto o PCP como o Bloco são dois Partidos tendencialmente sujeitos à erosão natural que o progresso, a literacia e, porque não dizê-lo, um esperável desenvolvimento do espírito de cidadania em Portugal, lhes causam e acabarão por conduzi-los inevitavelmente ao desaparecimento. O verdadeiro problema reside mais no que eu chamaria a mentalidade de esquerda, uma mentalidade que gera nos seus mentores um sentimento de superioridade moral e de convencimento da sua inevitabilidade como condutores da massa inane que, por razões não completamente esclarecidas para a esquerda, não acedeu à virtude suprema do iluminismo de que ela se considera legítima e única herdeira. E se a massa é inane, a esquerda sente que tem de arrancá-la da obscuridade, das trevas, iluminando-a para que desfrute do progresso de toda a humanidade, lado a lado, como é bom de entender, com uma retórica oportunamente estudada e colocada em forma de cartilha. Convém, mesmo assim, que esta atitude doutrinária da esquerda seja lenta e gradual, não vá a grei iluminar-se de repente e a esquerda ficar sem emprego. Um pouco à semelhança do MES que acabou por encontrar porto seguro para atracar, no Partido Socialista, como se sabe mas os mais distraídos se esquecem. Mas isso é outra história e eu até acredito que no seio da esquerda exista gente bem-intencionada. Como acredito na desprezível pantomina a que celebradas figuras de esquerda se submetem para que do seu estatuto decorram vantagens, prebendas e, mutatis mutandis, um cortejo de invejáveis benesses que de outra forma dificilmente conseguiriam. Ou, em português corrente, se tivessem de trabalhar como as pessoas.
Esta reflexão é bem ilustrada pelo minuto final de Manuel Alegre no debate de ontem com Cavaco Silva, repare-se:
«...Eu dirijo-me ao povo da esquerda e a todos os outros democratas, àqueles que se reclamam da doutrina social da igreja e querem uma sociedade mais justa e solidária. É preciso resistir...»
Se Alegre fosse eleito, pergunto-me o que seria do povo de direita, incluindo o povo de direita que se reclama da doutrina social da igreja.
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Etiquetas: esquerda imaculada, presidenciais
1 Comments:
Eu sonhei ou já estou senil????Não falta aqui o post NOBRE/CAVACO???
Quanto ao Alegre....entristece-me:))
VAMOS AO QUE INTERESSA:
FELIZ ANO NOVO!!!!
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