terça-feira, dezembro 28, 2010

Pela Blogosfera


[4003]

«...Tive uma colega – agora é juíza – que se gabava das esmolas que dava aos pobres que encontrava à porta do pingo doce de Massamá. Uma vez, lembro-me bem, pagou uma bola de berlim a um desgraçado qualquer. Passou a semana a vangloriar-se do seu gesto. Nunca mandei a tal colega à merda. Arrependo-me profundamente de não o ter feito. Vem a conversa a propósito do Fernando Nobre. O Fernando Nobre, sempre a puxar dos seus galões -, esteve em Beirute em 82, viu crianças a lutar com galinhas por um pedaço de pão - fez-me lembrar a minha colega. Alguém devia mandá-lo à merda...»


Diz a Ana de Amsterdam. E diz muito bem, já era tempo de alguém o fazer.

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5 Comments:

At 3:34 da tarde, Blogger Luísa A. disse...

Pois era tempo, era, Nelson. Sendo certo que a candidatura do Fernando Nobre, antes mesmo que alguém o mande à... à..., já não «cheira» nada bem: primeiro, porque julgo que um homem genuinamente dado a grandes causas sociais nunca as trocaria por um cargo político puramente representativo que, para o efeito, lhe amarra pés e mãos. Só um homem já farto delas (causas) o faria. Segundo, porque um homem genuinamente bondoso tem pudores em relação à sua bondade, se mais não for por a considerar sempre insuficiente e, portanto, desmerecedora de menções honrosas. Por tudo isto, a candidatura do Fernando Nobre afigura-se-me pouquíssimo nobre nas motivações que deixa entrever.

 
At 4:32 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

AI! Nelson...
Que desgosto....então não é que eu gostava e admirava tanto esse senhor?!?!?
Não assisti nem vou assistir a esses cozinhados politicos porque muito dificilmente aguento ouvi-los sem me irritar!!!!
Ao ler o teu post e o comentário da Luisa tive que vir aqui dizer que concordo plenamente convosco.
xx

 
At 7:09 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Luísa

E depois há ainda esta anquilosada convicção que o currículo desejável para se ser responsável político é ser-se solidário, justo, crítico dos interesses instalados e dos grandes grupos económicos. Uma visão tacanha, como é bom de se perceber, pois parece ninguém lembrar-se da importância de se ser uma pessoa habilitada ao manejo das grandes políticas económicas e sociais e numa óptica universal. Nós continuamos a cantilena do costume, dividindo a sociedade entre os bons (os pobres) e os maus (os ricos). Claramente não iremos longe, assim. Como, afinal, nunca fomos. Talvez porque a situação é tão caricata que se um dia, por remota hipótese, deixasse de haver pobres, a maioria dos nossos agentes políticos ficaria sem argumentário. Porque poucos sabem falar de outra coisa que não seja disso.

 
At 7:13 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

papoila

Não pretendo beliscar os méritos de Fernando Nobre na sua acção cívica e social. O que questionei (já de há muito, mesmo com colegas e amigos) foi sempre esta forma de utilizar esses méritos como pano de fundo à sua campanha eleitoral. Por isso frequentemente me apeteceu mandá-lo para o mesmo sítio que a Ana de Amsterdam referiu :)))

 
At 11:08 da tarde, Blogger Carlos Araujo disse...

Seguindo as tuas sugestões, lá ouvi a entrevista do Fernando Nobre na TSF. Confirmação da desilusão.
Lá teremos de aguentar mais 4 anos de BPN´s, escutas, depressões a oeste dos Açores, enfim, a tristeza do costume.
Não sei quais as estatísticas actuais (mesmo aquelas em que ninguém acredita, do INE) sobre o número de obesos em Portugal. Alguém sabe? Tenho quase a certeza de que aquele índice quintuplicou nos últimos 30 anos. É que a malta não se mexe mesmo. Aumentem o preço do pão para o dobro, da água para o triplo e da electricidade para quatro vezes mais. Ali para as bandas da Praça dos Heróis deu certo...

 

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