Pela Blogosfera
[4003]
«...Tive uma colega – agora é juíza – que se gabava das esmolas que dava aos pobres que encontrava à porta do pingo doce de Massamá. Uma vez, lembro-me bem, pagou uma bola de berlim a um desgraçado qualquer. Passou a semana a vangloriar-se do seu gesto. Nunca mandei a tal colega à merda. Arrependo-me profundamente de não o ter feito. Vem a conversa a propósito do Fernando Nobre. O Fernando Nobre, sempre a puxar dos seus galões -, esteve em Beirute em 82, viu crianças a lutar com galinhas por um pedaço de pão - fez-me lembrar a minha colega. Alguém devia mandá-lo à merda...»
Diz a Ana de Amsterdam. E diz muito bem, já era tempo de alguém o fazer.
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Etiquetas: bloggers, presidenciais
5 Comments:
Pois era tempo, era, Nelson. Sendo certo que a candidatura do Fernando Nobre, antes mesmo que alguém o mande à... à..., já não «cheira» nada bem: primeiro, porque julgo que um homem genuinamente dado a grandes causas sociais nunca as trocaria por um cargo político puramente representativo que, para o efeito, lhe amarra pés e mãos. Só um homem já farto delas (causas) o faria. Segundo, porque um homem genuinamente bondoso tem pudores em relação à sua bondade, se mais não for por a considerar sempre insuficiente e, portanto, desmerecedora de menções honrosas. Por tudo isto, a candidatura do Fernando Nobre afigura-se-me pouquíssimo nobre nas motivações que deixa entrever.
AI! Nelson...
Que desgosto....então não é que eu gostava e admirava tanto esse senhor?!?!?
Não assisti nem vou assistir a esses cozinhados politicos porque muito dificilmente aguento ouvi-los sem me irritar!!!!
Ao ler o teu post e o comentário da Luisa tive que vir aqui dizer que concordo plenamente convosco.
xx
Luísa
E depois há ainda esta anquilosada convicção que o currículo desejável para se ser responsável político é ser-se solidário, justo, crítico dos interesses instalados e dos grandes grupos económicos. Uma visão tacanha, como é bom de se perceber, pois parece ninguém lembrar-se da importância de se ser uma pessoa habilitada ao manejo das grandes políticas económicas e sociais e numa óptica universal. Nós continuamos a cantilena do costume, dividindo a sociedade entre os bons (os pobres) e os maus (os ricos). Claramente não iremos longe, assim. Como, afinal, nunca fomos. Talvez porque a situação é tão caricata que se um dia, por remota hipótese, deixasse de haver pobres, a maioria dos nossos agentes políticos ficaria sem argumentário. Porque poucos sabem falar de outra coisa que não seja disso.
papoila
Não pretendo beliscar os méritos de Fernando Nobre na sua acção cívica e social. O que questionei (já de há muito, mesmo com colegas e amigos) foi sempre esta forma de utilizar esses méritos como pano de fundo à sua campanha eleitoral. Por isso frequentemente me apeteceu mandá-lo para o mesmo sítio que a Ana de Amsterdam referiu :)))
Seguindo as tuas sugestões, lá ouvi a entrevista do Fernando Nobre na TSF. Confirmação da desilusão.
Lá teremos de aguentar mais 4 anos de BPN´s, escutas, depressões a oeste dos Açores, enfim, a tristeza do costume.
Não sei quais as estatísticas actuais (mesmo aquelas em que ninguém acredita, do INE) sobre o número de obesos em Portugal. Alguém sabe? Tenho quase a certeza de que aquele índice quintuplicou nos últimos 30 anos. É que a malta não se mexe mesmo. Aumentem o preço do pão para o dobro, da água para o triplo e da electricidade para quatro vezes mais. Ali para as bandas da Praça dos Heróis deu certo...
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