quarta-feira, maio 10, 2006

Pasteis de nata à cafreal


Clique na imagem para aumentar (size matters) e quase que se vê os pasteis de nata ao fundo. E o Índico à esquerda... e a Julius Nyerere à direita... pois!

[979]

A
125 azul parece morar em Lisboa, tem um nick de algarvia antes de haver a Via do Infante e conhece o Polana e gosta de capuccinos com biscoitos de manteiga. Pelo menos é o que depreendo das suas visitas e das minhas visitas sequentes ao blog dela.

A parte dos biscoitos de manteiga do Polana é que eu aprendi na
Carlota onde ela (a 125) foi tomar café com ela (a Carlota) ao Falstaff, que, para quem não sabe, é assim uma espécie de Majestic sem sotaque da Varziela.

Chegados aqui, o que me parece mal, muito mal é a
125 (este nick é giro, mas dá-me um bocadinho a sensação que estou na tropa) falar nos biscoitos de manteiga do Polana e omitir os pastelinhos de nata. Sim, pastelinhos de nata. Porque não se vai impunemente a Maputo, comer papaia, roer uma cana de açucar, trincar uma galinha à cafreal ou degustar uma matapa, roer uma goiaba e comprar uma capulana ou um batik, ouvir línguas e dialectos nem sonhados, ver acácias com flores tão rubras que eu penso nem constar de nenhuma paleta de pintor, ver, enfim, o ocaso mais intenso e esplendoroso do mundo e depois, ao fim do dia e após todo este tropicalismo, sentar no coffee shop do Polana, fresco, requintado e servido por diligentes empregados que nos perguntam pelos filhos e comer… um portuguesíssimo pastelinho de nata. Dois, aliás, porque lá, um pastel é dois. A gente pede um, eles trazem dois, a gente diz que pediu um, eles dizem que um é dois e a gente… fica assim, pronto, lá deve haver uma razão para aquela aritmética. Aliás, um dos segredos em Maputo é não fazer perguntas difíceis. E mesmo às fáceis, deixar a resposta para "amanhã" ou aceitar um "aiiiiinda" a significar que temos de esperar por qualquer coisa que não sabemos bem o que é.

Voltando ao pastel de nata, eu mentiria se não dissesse que nos sentimos invadidos por um gostinho portuga, impante de vaidade, se depois de todos os gostinhos tropicais que há pouco referi, ele não nos soubesse pela vida e não nos trouxesse o intimismo de olharmos para os empregdos e nos parecer que todos eles andaram connosco na escola, apesar de estarmos a 13.000 km de casa…


5 Comments:

At 5:11 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 7:53 da tarde, Blogger 125_azul disse...

És tãaaaaaao querido! E inteligente, perspicaz e tudo e tudo e tudo!!! Estou comovida e grata pelo post e por tudo o que alegremente recordas e faz eco em mim.
Roer cana de açucar,comer castanha de caju assada na terra, beber jambalau e os flamingos do Bilene, que não me saem nunca da memória (por mais murros que leve na mona!) aquele pôr do sol. E quando vais de manhã para a piscina e o empregado do Polana te sorri benevolente e diz: Senhora, bom dia. E bom refrescamento!
É um dever sagrado não fazer perguntas difíceis por lá sim...
Por isso para mim, pastéis de nata só em Portugal. É que quando estou no Polana não quero mesmo nada lembrar-me que tenho que vir embora porque a minha casa agora é aqui. Beijinho cúmplice

 
At 8:14 da tarde, Blogger Sinapse disse...

... foi há 27 dias que estive nessa mesma sala, levada por uma fome de lanche ... a olhar para a vitrina, a escolher um docinho ... para comer lá fora, no terraço with a view ...

Ai que post tão liiindo ...

Beijinhos,
Sinapse

 
At 9:13 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

125_azul

Passou-me o caju :))). Isto veio tudo a propósito de eu ter reparado num comntário por aí (acho que no Lote da Carlota) que conhecias o coffee shop, um local que fazia arte da minha rotina diária até há pouco tempo, mesmo em encontros de trabalho :))
Mais beijinhos cúmplices

 
At 9:16 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Sinapse

Lá doao fun dessa tal view que referes, estão a Inhaca, o saco de Stª Maria, a Ilha dos Portugueses. o Wreck, os flamingos, o Banco China e uma montanha de coisas que tens de conhecer para a próxima vez que lá fores. São só 22 milhas de barco (50 min) ou 7 minutos de avião.
Saudade mata...
:))

 

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